No chamado “Mundo dos Negócios” há um infindável rol de rituais para enriquecer e elevar as relações nos tantos momentos de definição, desde seu início com o “chamar atenção” do negociador, “despertar interesse”, “provocar o desejo” e finalmente “ação”! Que consiste no fechamento da negociação! Parabéns, foi um sucesso!
Nem sempre é assim, óbvio. Então dentro de cada etapa desse circuito algumas imposições fazem sentido, uma delas que quero focar hoje, é a chamada Primeira Impressão, essa muitas vezes, definitiva. A credibilidade poderá existir graças à uma marca reconhecida, experiência anterior bem-sucedida, enfim. Pois nessa primeira impressão, o aspecto físico e indumentária pesam significativamente, a ponto de pequenos detalhes influírem na mente, por consequência na decisão das pessoas.
Na mais importante entrevista que fiz
para admissão em um novo Trabalho em Vendas, de uma multinacional americana,
meu entrevistador, sr. Feijó – posteriormente meu Gerente - solicitou que eu lhe vendesse alguma coisa.
Qualquer coisa. Vi sob sua mesa, que ele usava uma caneta Cross Ouro, na época era única, que
coincidentemente eu tinha uma idêntica.
Apostei minha narrativa ao fato de que aquela caneta diferenciada indicar um “status” diferenciado que elevaria o nível da negociação e mais algumas coisinhas. Após a teatralização, quando eu usava sua caneta e em com gesto de fechamento de negócio, abri meu o paletó e mostrei a “outra” presa no bolso interno. Trocamos um significativo sorriso – nossos gostos coincidiam - eu estava admitido!
Passados muitos anos, surge uma nova onda em que inteligentes fabricantes conseguem conciliar uma simples – nem tão simples – caneta em uma joia de desejo comum. Surge a caneta Mont Blanc! Vaidoso, passei a deseja-la como um simples mortal!
Álvaro, amigo e colega de paraquedismo, ainda muito jovem tomou rumo do empreendedorismo e se iniciou no Mercado de Capitais. Dado a sua juventude e talvez falta de experiência, se interessou por Desenvolvimento Pessoal e me procurou, já que eu militava em sala-de-aulas precisamente na “Área de Negócios”! Assistiu alguns módulos em que eu lecionava e quis me remunerar!
- Ora, amigo a gente não cobra!
Pois me surpreendeu com aquele valioso presente: Uma caneta Mont Blanc! Anos mais tarde, estava no interior do RS trabalhando em curso pelo Sebrae e durante uma folga me dedicava a leituras diversas. Nessa ocasião, lia “Anjos & Demônios” de Dan Brown, historiando a primeira aventura de Robert Langdon envolvido com a morte do Papa! Fazia anotações em trechos que me chamavam atenção. Cumprindo recomendação dada pessoalmente por Mário Quintana, na única vez com que falei com nosso Poetinha, que disse com sua brilhante visão de marketing:
Evidente que minhas anotações eram feitas com “aquela caneta”! Num dado momento de reflexão sobre o que lia, parei, tomei segundos a meditar e minhas mãos desmontavam a caneta. Percebi algo curioso de que a linda, desejada caneta tinha no seu interior, um odor muito desagradável. Cheiro ruim mesmo. Não faço a menor ideia da razão desse mau cheiro! Resolvi: Acionei meu frasco de perfume predileto, o “Tsar” e borrifei fartamente
Aprendi: Não tente melhorar algo se não domina sua origem, construção ou imagem!