quarta-feira, 24 de maio de 2023

112) Repercussão de uma Bela Reportagem.


Nessa última sexta-feira, dia 19 de maio de 2023, fui alvo de uma reportagem através da RBS TV, no Programa “Globo Esporte”. Fui entrevistado a relatar o sério acidente de paraquedas que sofri, há vinte e três anos, por muitos esquecidos menos eu é claro, que é tema central do meu livro “Paixão de um Paraquedista”. Está escrito mas ainda não publicado, pois esperava um momento como o de agora - com toda essa publicidade que se deu - a conduzir a alguma Editora!!!

Logo após a inserção no Canal 12, ocorreu algo impressionante que o trabalho da TV fez repercutir, na minha cabeça, durante todo aquele dia. Foram mais de cem telefonemas de amigos, parentes, conhecidos, ex-alunos e clientes que me telefonaram. Ainda a contar muitos abraços e brincadeiras trocadas ao vivo, dois dias depois quando fui a Arena, no Grenal de domingo! De fato, a força desse canal de comunicação nos encantou e edificou meus “Dias de Graça Plena”!

Tudo começou nem por conta do escândalo espanhol de racismo enlouquecido sobre Vini Jr., que entristeceu o Planeta inteiro, mas de um fato que escrevi sobre o gremista Elias Teixeira, na crônica semanal número 104, com o título “O Esporte Salva. Lá, relatei da vítima de desmedida violência com pedrada na cabeça”, ao chegar ao estádio também para assistir um Grenal. Foi para ele uma brutal soma três dias em coma com longos dias de cuidados médicos e a convicção de que nunca mais assistiria a um jogo de futebol ao vivo! Pois consegui reverter sua traumática decisão, levando-o a Arena do Grêmio nos 3X3 do jogo contra o Bragantino, 16 anos depois de seu acidente!

Na sequência, Zé Carlos, Dirigente Gremista, foi quem convidou, a Família do Elias, eu e Elaine a assistir um jogo em camarote na Arena de sua responsabilidade e lá fomos nós! Elaine conversando com a jornalista presente no mesmo camarote, Heloise Bordin, contou da minha epopeia de 12/09/1999. Querendo saber mais, como todo Profissional de Imprensa, questionou a publicidade daquele acontecimento, quando mostramos cópia da reportagem ZH daquele fatídico dia! Pois isso despertou seu faro jornalístico e me convidou a uma entrevista com o Mateus Trindade, que com a Equipe da RBS fez um belo apanhado daquele fato!

Assim, foi feito um “resgate histórico” a quem lembrava daquele longínquo acontecimento, que não soube o desenrolar e sequência dos acontecimentos. Esclareceu-se assim de que o “cara acidentado” sofreu, penou, mas está vivo alegre e feliz contando sua História. Assim se completou e se exibiu o “final feliz” cheio de agradecimentos aos envolvidos emocionalmente e na prática e suas trágicas consequências, que por sorte e competência da Equipe Médica – Dr. João Gomes - sem intercorrência de sequelas. Felizmente!

Minha intenção agora é afirmar, que além do livro que um dia há de ser editado e publicado, darei sequência aos fatos através das próximas duas crônicas semanais. Começarei a partir do próximo primeiro de junho, contando a iniciação desse desafiante esporte e sua sequência que culmina, mas não encerra, as aventuras que me levaram literalmente, a VOAR por mais de 350 saltos, em diversos aeroportos/locais, incluindo até ao Uruguai, Paraguai e Estados Unidos.

A apresentação dessa crônica, está no “link” logo abaixo com a inusitada entrevista que foi ao ar contando resumidamente o calor daquele acidente que mesmo me ameaçando ceifar a vida, ocasionou uma curva de 180 graus em tudo na minha vida. Foram geradas muitas revisões de conceito e postura, que posso afirmar com todas as letras: "Nasceu um Fausto Novo”, não sei se melhor ou pior, mas renovado que muito aprendeu com as dificuldades – como sempre acontece - e certamente crescido o suficiente a apreender em especial, o quanto podemos e devemos agradecer a cada dia que amanhecemos! 


https://globoplay.globo.com/v/11631366/ 





quinta-feira, 18 de maio de 2023

 111) Eu, Menor de Idade Frequentando a Zona?!


Frequentando a “Zona”? De meretrício? Claro que não! Imagina! Fui criado e vivi até meus vinte anos junto com meus Pais que nada tinham de educadores severos, castradores. Nada disso, mas de bons princípios que ditam considerar certos locais inadequados de se frequentar. Tanto é verdade, que como quinto e último filho de uma “ninhada” de cinco crianças, tive liberdade a conversar abertamente com minha mãe, dona Olga, sobre sexo e suas consequências! Apesar de não serem suficientes para me prevenir das armadilhas que a prática sexual arma para um guri ou guria: Fui pai solteiro do Northon, logo aos 21 anos de idade!

E a zona? Como afirmei, eu nunca... Bem, na verdade teve uma época em que se criaram raras exceções, mas devo explicar bem devagarzinho: Tive um amigo muito próximo, um ano mais velho, seus dezessete anos na época, que me contou que foi a zona e “posou”  com uma quenga, codinome “mãezinha”! Amanheceu por lá! A descrição de seu encantamento por ter passado uma noite inteira com a “garota de programa” foi incrível, durou até ao amanhecer do dia seguinte! Ele garboso, se vangloriava:

- Quando voltei prá casa, eu me sentia um Homem Feito. Adulto. Macho. Forte. Realizado, sabe?

- Sei sim! Conta mais sobre a “mãezinha”!

Sabia nada! Sentimento me era totalmente desconhecido e muito distante! Ele fez daquele momento o despertar de uma inveja tamanha, difícil de ser disfarçada, a ponto de lhe pedir que contasse novamente com mais detalhes e repetir mais vezes no dia seguinte. Era tão empolgante, especialmente ao detalhe de “se sentir um Homem Feito!” Aquilo provava ser um ato solene e necessário para a Construção Definitiva do Macho!

Evidente que esse sentimento se impregnou em nossos corações e mentes a ponto de desejar fazê-lo com determinação. Pois mais adiante, com outros amigos – também menores de idade – passamos a ir na “Zona” após a seção de cinema. Dar uma passadinha por lá! Coisa para Macho, entretanto muito tímido e roxo de vergonha, sempre. Lá íamos dois ou três moleques para aqueles decrépitos ranchos fedendo a fumaça de cigarro e fogão a lenha, na última rua da cidade, felizmente mal iluminadas a manter discrição.

Num dos prostíbulos - a proprietária era a Dona Piquiri – fui um dia encorajado, determinado a realizar o sonho de “ser finalmente um Homem”! Pois foi dessa vez que lá permaneci pouco mais do que cinco minutos, morrendo de vergonha e com vontade de esconder o rosto mas que arrojadamente até me sentei! Sentado na verdade, bem na ponta daquela cadeira de palha surrada, procurando fingir naturalidade. Com o rosto estrategicamente fora da iluminação do candeeiro a querosene e seu inesquecível odor característico. Evidente que não havia luz elétrica! Era um rancho, ora bolas!

Eis que veio em minha direção, uma senhora imensa, poucos dentes, pele com sofreguidão de muito cigarro, meia idade ou bastante idade. Era uma das “operadoras sexuais do sistema”, puta mesmo. Acho que era a própria dona da tasca. Seu rosto uma bola vermelha, se confundia onde terminava o batom e iniciava a maquiagem do resto da cara. Um imenso campo corado. Difícil era distinguir onde ficavam os olhos, provavelmente numa área onde tinham pintado duas bolas preta.

Assustadora, vinha junto com uma onda de perfume barato a entranhar pelas narinas. De qualquer forma era uma mulher de verdade e supúnhamos que “aquilo” era o que a casa oferecia. Horrorosa, mas por outro lado foi de pura doçura e gentileza a nos deixar mais à vontade, gentilmente vociferou, ou melhor, perguntou:

 - Que idade tu tem, o guri de merda? Só pode ser di menor né? Se vê pela cara. Vá prá casa trocá as fralda antes que eu chame a puliça, seu bosta! Mas é só qui me faltava, né! Te arranca daqui piá...

Saída estratégica e apressada porta a fora e um caminhar mais veloz possível por uns dois quarteirões sem olhar para trás. Depois de uma tomada de fôlego, o feliz comentário da brilhante aventura:

- Viram! Ela se interessou. Até veio falar comigo!

- Claro! Prá nos dar um corridão que quase me caguei de medo! Mas valeu, viu Fausto, fez eu me sentir um cusco sarnento!

Clareando esse “incidente”: - Menor na zona de meretrício é proibido todos sabem. Pior, na cidade, havia sempre uma odiosa dupla de Soldados da Brigada Militar, fazendo a ronda,  fardados, capacete branco - que permitia perceber de longe sua aproximação - nas raras lâmpadas de iluminação pública que existiam. Aquilo já era o suficiente para a debandada geral ser acionada! Daí o respeito da ameaça  aguda da “madame” em chamar a Polícia!

Os anos passam. Veio o de 1967, então já aos dezoito anos, maior de idade e prestando Serviço Militar no Quarto Regimento de Cavalaria do Exército, em Santiago. 18 de julho desse mesmo ano, morre em acidente aéreo, o Ex-Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco. Em exercício na Presidência estava, Artur da Costa e Silva desde março daquele ano.

Os tempos eram tidos como “duros”, o Regime Militar severo em posições político partidárias. Tudo gerava tensão nervosa, respeito, medo em todo o País. Por conta disso, o Exército em Prontidão naqueles dias, alocou às cidades onde não havia Quartel, pequenos grupos de Militares Acantonados, compostos por um Oficial, dois Sargentos, três Cabos e oito Soldados. Fui voluntário. Eu era Cabo e a expedição foi justamente a minha Jaguari, distante 46 km de Santiago.

Ao anoitecer, quando não estávamos de Serviço, eu e o também Cabo, Aymoré com  Farda de Serviço a rigor, por conta própria dávamos um giro pela Cidade como Vigilantes Federais! Fardados e armados com enorme revólver Smith & Wesson calibre 45 na cintura!

Entrávamos no cinema e arredores. Depois, íamos até a “zona” para ver como estavam as coisas lá no baixo clero!  Ao nos depararmos com a outrora temida Patrulha da Brigada Militar, há bem pouco tempo razão de fuga desenfreada, éramos alvo da honrosa emoção de Respeitada Autoridade!  Se, a Patrulha eventualmente sentada, levantava rapidamente fazendo Continência! Afinal, eles eram Soldados pertencentes a uma Instituição Estadual, enquanto nós, orgulhosamente Cabos do Exército, uma Respeitada Instituição Federal!



Que saudades da Juventude, quando com qualquer bobagem, subíamos às nuvens de felicidade e realização!           
     


quinta-feira, 11 de maio de 2023

 


110) O Tiro de uma “Flouber” é Inofensivo!


O Flouber, Flaubé ou ainda Floube é nome que se dá ao calibre 22 de uma arma de fogo. O formato é de revólver, pistola ou até rifle. É o menor projétil em uso como “bala” em uma arma de fogo. Munição, pelo seu reduzido tamanho e menor valor, muito útil para economia, tanto que em algumas escolas de tiro, para exercício com "desperdício de munição", usam revolver desenho e formato do calibre 38, entretanto com câmara e cano de calibre 22. Para atirar à vontade com custo menor! Lembrando também que a pequena carga de explosivo, produz um estampido mais discreto...

Trata-se de um equipamento bélico não usado mais em combate ou equipes de segurança, em virtude ao pouco impacto causado ao seu alvo. Tratado, talvez ingenuamente, de baixa letalidade. É também verdade, que para um tiro de defesa com um alvo ameaçador, perigoso usá-lo...

Há munição com a ponta oca, popularmente chamada de bala “dum-dum”, concebida para se expandir no momento do impacto, diminui penetração mais profunda mas produz um impacto bem maior pelo aumento do seu diâmetro de ação. Essa ponta oca, é usada comumente em caça e em raros departamentos de polícia, mas proibidos em guerra!

Meu pai, ainda jovem, lá por 1928 comprou um revólver Smith & Wesson do tal calibre 22, fabricado pela American Outdoor Brands - fundada em 1852 - e hoje ainda a maior fabricante de armas de fogo dos EUA. Nessa época portar uma arma de fogo era algo regular, praticamente livre.

Em Jaguari aos domingos pela manhã, a rapaziada se reunia defronte à Catedral Católica da Cidade, para apreciar o movimento da saída quando do encerramento da Missa Sagrada. Ali se formava uma galera defronte ao Templo para o divertido encontro entre os conterrâneos. Conversa boa, conversa fiada, flertar, namorar, exibir roupa nova e enfim, participar do encontro social mais significativo da semana na Cidade. A ida ao bar vinha depois. O bar na verdade era o "Café" provavelmente de Guilherme Diefenbach e bem depois de Roberto Marcom!  Era único. Frequentado para aquela “batida de limão”, até hoje imperdível na cidade!

Só não ia para a frente da Igreja, se estivesse doente. Muito doente. Vale dizer que a comunidade jovem estava lá. Vinham também os jovens do interior que muitas vezes cavalgavam longamente para estar lá naquela hora, o melhor momento da semana! Automóvel? Claro que não. Estou falando de 1928, quando nem o famoso 1929 fora fabricado ainda, por óbvio.

Meu pai, estava lá todo exibido diante dos rapazes, pelo fato de carregar o tal Smith & Wesson! Que convenhamos era uma preciosidade – já comentada acima, fabricada em Springfield Massachusetts nos EUA - um pequeno revolver para seis munições, que cabia discretamente até no bolso! Uma verdadeira joia cobiçada por muitos.

Acontece, que sempre que tem uma junção de jovens, um “engraçadinho” se destaca e apronta alguma brincadeira, gozação e também os dispostos a desfazer de algo, que na verdade pode ser um objeto secretamente de seu "desejo oculto!" A tal de inveja! Não sei se por essa razão, havia um dos colonos - o gozador - vindo de uma das vilas distantes da Cidade montado em sua mula, ou burro e vendo o comentado revólver, fez cara de pouco caso e debochou:

 - Isso aí não vale nada Waldemar. Uma balinha de merda. Não faz nem cócegas na gente! Vai, pode me dá um tiro com essa porcaria! Vamos tchê aqui no peito! A bala nem entra...

 - Nem pensar! Arma  é sempre perigosa. Não brinco com isso!

 - Bobagem. Eu não tenho medo!

 - Não é uma questão de medo, é que...

 - Então dá um tiro no meu burro! Vai!

 - Não, eu já disse que...

 - Então me dá aqui esse teu brinquedinho que eu mesmo atiro!

Tomou o revólver da mão do meu pai e disparou contra o burro. Foi um “Péf”, seguido de um leve cheirinho de pólvora que de fato foi um “tirinho” mixuruca, até mesmo discreto na paleta do animal que nem deu bola... Vibrou o coro como para espantar uma mosca! A gargalhada foi geral e o achincalhamento do agora, nada cobiçado flouber foi hilária!

Comentários e aconselhamentos ao portador da arma foram muitos, "se tiver que usar é melhor dar todos os tiros de uma vez só, pois só um tiro não faz absolutamente nada... É atirar e fugir para não apanhar... Nem cócegas!" Diziam em divertido coro! Meu velho ficou desenxabido, envergonhado de fato! Alvo de muita gozação e risada solta. Encabulado com o resultado pífio de seu até então valioso revólver!

Ainda em meio à diversão geral do domingo, e a gozação com o pobre Waldemar, o burro deu como um grande suspiro, dobrou os joelhos e se deitou no chão, morto! Certamente uma hemorragia interna abateu o pobre e inocente animal. Seu dono idiota, um assassino indignado caiu em choro convulsivo. Ninguém mais ria. Todos espantados com o triste desfecho se quedaram em silêncio. Não havia uma palavra suficiente para diminuir a dor daquele bobo alegre, imbecil que agora perdera sua montaria, pois seu valioso animal de tão útil transporte, jazia no chão! Acabou a alegria do domingo!

Alguns de nós, pagamos caro pela “Escola da Vida”! Soberba, arrogância onera severamente aos imbecis, cobra sempre uma “taxa extra” ainda mais quando aprendem com um sofrimento que podia ser evitado. Armas de fogo ou arma branca, repito, não foram fabricadas para brincar, nem mesmo sendo a "Inofensiva Flauber!"

quinta-feira, 4 de maio de 2023

 

 109) Um Comentário que nos “Rejuvenesce”!


Interessante como nossas Vaidades Humanas necessitam de reabastecimento e melhor ainda quando frequentes. Seja um elogio, um comentário construtivo sobre um trabalho bem feito, um gol bem marcado, a boa roupa, o bom cabelo, a maquiagem elegante, a beleza física enfim. Muitos, de personalidade mais forte ou de autoconfiança exuberante, negam sua necessidade e aparentemente até rejeitam com veemência. Já não sei se são sinceras!

Por modéstia ou até por “falsa modéstia” reconheço que as vezes causa cábula e até constrangimento, quando não for contrariedade explícita. Então, com um certo cuidado podemos usar todo o dia porque vai ajudar a alguém, podem apostar. Cautela então seria por conta de parecer demagógico. Em se tratando de elogiar seu chefe no trabalho, cautela redobrada, pois são poucos os que aprovam e faz valer aquele dito popular que diz “o saco do chefe, é o corrimão do sucesso!”  Pode funcionar na contra-mão e o resultado será desastroso!

Há alguns anos, estive na minha Terra Natal por um daqueles momentos esperados, mas de profunda tristeza, a despedida derradeira do Sergio, meu irmão mais velho.

Era Verão, época em que se colhem os bons tomates maduros na Região, fruta que sou fã! Pois uma qualidade de tomate que só encontro por lá, é o “Coração de Boi” que pelo seu formato, obviamente leva esse nome. Fruta com a composição de polpa com poucas sementes e um sabor dos deuses! Só mesmo na Itália para essa fruta ser comparada com as de Jaguari, posso garantir. A época de colheita dessa qualidade é curta e ainda por cima escassa.

Vasculhei nos supermercados e fruteiras da cidade sem sucesso. Entretanto me garantiram que na Cooperativa Agrária São José eu conseguiria e lá fui eu. Nas prateleiras, nada. Inconformado fui à operadora do caixa pedir socorro, quando me recomendou falar com o gerente, pois havia chegado há pouco algumas caixas de tomates do interior. Ele distribuiria logo mais, talvez me privilegiasse pegá-los já!

Chamado o tal gerente, me atendeu com extrema cordialidade e fomos ao estoque a procurar a dita guloseima. Já estávamos no mês de janeiro e aqueles muito desejados, já não se colhiam mais, para minha decepção. Alternativa seguinte foi comprar o tomate “Gaúcho”, também muito saboroso, e que dá uma fruta enorme e repito, os de Jaguari tem um sabor especial, maravilhoso, pelo simples fato de que só são tiradas do pé, quando maduros, esse é o "raro segredo" que os faz diferenciados! Selecionei alguns e aí surge a natural troca de gentilezas num diálogo informal, ele puxando assunto:

- O senhor é daqui da Cidade? Tem algum parente?

- Sim. Sou da Família Diefenbach 

- Ah sei! Foi teu parente que faleceu ontem!

- Sim foi. Era meu irmão!

- Não era mais tão jovem, né?!

- Sim. 86 anos felizmente bem vividos!

- É! E o senhor, que idade tem? Uns oitenta e???

- Bem. Há dois meses atrás eu fiz setenta e um!

Silêncio sepulcral entre nós. Acabou a conversa. Gostei, que pelo menos ele ficou bastante “vermelho” pela gafe! Não tinha como puxar mais assunto, obviamente... Nada demais que eu não supere em dez a quinze anos de terapia diária!!!

É. Adivinhar idade sempre incorre em alto risco. Tratei de logo pesar meus tomates, passar no caixa e “vazar”! Reservei alguns minutos para refletir sobre o aspecto jovial, que me abandonou há tantos anos! Só mais tarde consegui partilhar com Elaine e rir da situação! O gentil “elogio” não me deixou pior, mas o estado de constrangimento do cara e seu rosto contorcido, foi o melhor acontecimento daquele dia!