quarta-feira, 13 de setembro de 2023

 127) Se Eu Uso Chapéu?

Não. Melhor, raramente! Digamos que para me defender da agressão dos raios solares na minha cabeça e da “proeminente” testa, uso-o, mas preferindo boné com ou sem alguma marca ou ainda uma publicidade na sua face frontal, como todo o mundo.

Se observarmos algumas fotos ou filmes da Década de Sessenta, certamente veremos cavalheiros – aliás na época sempre muito bem vestidos – usando seus ternos e gravatas sempre com um bom chapéu! Chapéu era indispensável na indumentária fina, elegante! Em falando de um bom chapéu, a marca Stetson se destacava como uma das grife mais cobiçada. Naquela época era inimaginável e considerado traje incompleto, se o chapéu não estivesse presente! Ainda hoje os mais requintados, são fabricados até com composição de pelos de lebre e se encontram a venda por “modestos” R$ 1.500,00!

Nos dias atuais, em alguns eventos mais ligados ao folclore, se presencia fortemente o uso de chapéu cowboy, gaudérios e até chapéu Rock Sport. O “meu chapéu” é um Panamá, que apesar desse nome, sua origem é no Equador, cujo meu único propósito como disse, é de fato a proteção solar! Chapéu leve para usar durante o dia e que seu uso é tranquilo mesmo dentro de algum prédio ou shopping onde há sombra permanente!

Notável, que aquela moda consolidada no uso de chapéu em eventos formais, durou até os anos sessenta, quando foi subitamente destruída pela atitude, considerada na ocasião irreverente, tomada pelo Presidente Americano John F. Kennedy (1961 a 1963). Ele aboliu seu uso para decepção de muitos!

Sua rara foto com “cobertura”, que na verdade não é um simples chapéu e sim uma clássica cartola e trajando "fraque",  exibida ao lado de sua esposa Jackeline e vejam que em seu entorno, há apenas uma rara exceção nessa foto, onde o cavalheiro guarda seu chapéu na mão esquerda. Todos os demais, vestindo à rigor com seus chapéus. 


Significado de respeito e reverência. Nessa foto acima do Presidente Kennedy, só está usando dessa feita, por se tratar de algum evento extremamente formal, daí a elegante Cartola a simbolizar toda essa exigência protocolar da ocasião.

Há uma brincadeira, apenas como uma suposta piada, de que Kennedy fora assassinado a mando dos fabricantes de chapéu...

Em ambientes Religiosos, no Meio Judaico por exemplo, a Kipá é uma cobertura ritualística obrigatória. Seu significado vem da palavra “Arca” em referência à Arca da Aliança, onde se guardavam as Tábuas da Lei de Moisés! Tal significado fica compreensível quando pensamos em seu formato. A Kipá é um lembrete constante da presença do Eterno!

Quando prestei o Serviço Militar no Exército Brasileiro, a cobertura era sempre obrigatória, abrindo exceção a ambientes cobertos. Um detalhe importante da época, hoje abolida, é que a Continência sem cobertura, seja quepe, boina ou capacete motivava uma repreensão rigorosa, às vezes até com punição! Há pouco tempo presenciei um Militar fazendo continência sem a exigida cobertura, fiquei surpreendido, pensei que o oficial fosse levar uma bronca... Época dura, do ano de 1967!


Minha contrariedade infantil com a cobertura militar, teve um momento raro em um final de semana em que eu deixava a Caserna, a curtir um descanso de final de semana na minha Cidade, 50 km distante de Santiago, onde era o meu Quartel. Fui fardado, ao desembarcar, dispensei o uso da cobertura. Caminhando ao destino, minha casa, cruzei com um senhor de meia idade, que me fez um olhar sério e compenetrado. Parecia que me olhava com raiva:

- Nunca vi um Cabo do Exército sem cobertura!!!

- É?! Pois não gosto de cobertura e pronto! Eu decido!

Não entendi a razão desse senhor se meter na minha indumentária, entretanto ao chegar em casa, comentei indignado com meu mano Sérgio, que tinha sido grosseiramente interpelado por um estranho me fazendo tal cobrança!

 - Quem é o cara?

- Aquele genro do falecido “fulano”! Nem sem quem é esse idiota!

- Sério??? Ele é o General "Cicrano" de Tal!      

Quase tive uma parada cardíaca! Naqueles dias me recusei a colocar o nariz para fora de casa. Não por medo, absolutamente, mas por muito medo!

11 comentários:

  1. Fausto tu sabes. Eu uso boina e chapéu no verão. Careca né!
    Kkkkkkk

    ResponderExcluir
  2. Gostei! Uma aula sobre chapéus! Parabéns! Bidart

    ResponderExcluir
  3. Crônicas do Fausto é cultura... Muitos aprendizados... Hj aprendi sobre chapéus. Abraços!

    ResponderExcluir
  4. De de chapéu o Ronaldinho também entende, dava aula, se alguém tem dúvida, pergunte para o Dunga........kkkkkkk.....Abç pqdt, belo trabalho!!!!

    ResponderExcluir
  5. Sempre trazendo algo novo com narrativa do passado. Querido Irmão de Ordem e sempre amigo Abraços

    ResponderExcluir
  6. Importante o significado do kipá.Eu acho bonito chapéu um lenço.

    ResponderExcluir
  7. Realmente aprende-se muito nas suas crônicas. Muito interessante. Traz muita elegância ao visual. Muito bom como sempre!

    ResponderExcluir
  8. Lembrei agora de um "causo" antigo.Um velho ranzinza andava sempre de chapéu, até dentro de
    casa. Um curioso lhe perguntou
    por que não tirava o chapéu e ele respondeu na lata: " Para não deixar sair o mau cheiro ! '

    ResponderExcluir
  9. Outro hábito que foi deixado de
    lado foi o uso, em casos de cerimônia , do chamado traje completo (calça, colete e paletó).
    Antigamente era elegantíssimo!
    Minha mãe e minha tia , as
    únicas costureiras de roupas para homens em Jaguari e arre-
    dores erarequisitadissimas !
    Vinham senhores e rapazes
    até do
    até do interior

    ResponderExcluir
  10. Chapéu é um charme!

    Tida

    ResponderExcluir
  11. Concordo com quem falou que chapéu é um charme.
    Uma vez presenteei meu ex marido com um boné "Borsellino".Usou 2 ou 3 vezes e abandonou.
    Eu gostava. Ele não. Kkk

    ResponderExcluir