quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

185) Então é Natal!

Então é Natal   se inicia o verso imortalizado na canção interpretada por Simone nas celebrações Natalinas dessa época, onde a maioria dos ouvintes – tomo o direito de auto inclusão -  atinge o nível máximo de “saturação auditiva”! É, se for com aqueles sininhos fazendo algumas notas musicais, aí sim, a gente simplesmente desliga o rádio, mas o inevitável é ouvir insistentemente em lojas de departamentos, shopping, etc...

Natal toma um significativo rumo comercial em uma Celebração tão Nobre, cuja expectativa mais antiga sempre foi de aproximação Familiar ao Culto Cristão atribuída ao nascimento do Cristo Salvador! Mas não, as atividades comerciais ficam enlouquecidas a promover a venda de seus produtos, aproveitando alguns restos do décimo terceiro salário, depositado há poucos dias... Não condeno frontalmente, porque toda economia depende desses movimentos monetários frente a algumas estagnações, no final, a alegria e prosperidade é também carregada pela economia em movimento, e isso acontece com necessário e grande vigor!

Papai Noel também é o culpado do sangramento de algumas economias de “almas carinhosas”, como a daquela vovó dando presentes com valores muito além de suas capacidades reais e aí surge uma onda ameaçadora e destruidora de poupanças e créditos! Pobre vovó querida, submissa aos caprichos e desejos do “neto abusivo”! Creiam-me, esse púbico é imenso e a Religião praticada não tem a menor relevância, sendo Cristão ou não, a venda resultante parece justificar tudo e se dá um viva à sobrevivência e glória do faturamento alto de gorduroso lucro!

Lembro-me de um Natal festejado há alguns anos em New York, cujo bairro do “Budista China Town”, fervia feliz seu exuberante movimento comercial, para alegria coletiva do balconista ao proprietário!

Felizmente, nem tudo é assim tão frio e calculista como escrevi até aqui. Recentemente participei de Celebrações Natalinas na Comunidade Luterana de minha filiação, quando fui tomado de profunda emoção a permitir minha mente voltar a um passado longínquo, da minha alegre infância, ao lado ou no colo da mamãe querida a entoar Canções Natalinas! Sempre as mesmas e até por isso inesquecíveis e tão valorosas! Ah, isso é impagável! Reforçar a Fé Verdadeira, nos dando esperança renovada de um Mundo melhor!

Sonho impossível? Pode até ser, mas a alegria de uma festa, nunca evite! Algumas pessoas não gostam sequer de seus próprios aniversários, isso sim é frio. Então, onde vamos buscar alegria nessa vida? Na vitória do meu time de futebol? Onde há sempre tantos “adversários” com a mesma expectativa?! Ou será na cerveja? Na promoção profissional? Pois junte tudo isso, desde essa “cachaça” e ofereça a si mesmo alguns momentos de alegrias, pois esse é o único caminho de uma Vida Feliz! Mesmo achando não ser merecedor, doe-se tudo isso! Merece sim!

Natal é tão envolvente e sua comemoração não é restrita unicamente a dois ponto quatro bilhões de Cristãos no Planeta. (A mais difundida de todas as Religiões, representando um terço da população mundial, sendo maioria em pelo menos cento e cinquenta e sete Países!) Todos, absolutamente todos juntos, alegremo-nos com brindes à vida e às pessoas ao nosso redor, com a Bênção do Eterno!

Entretanto, sempre tem um entretanto, não contraia dívida pesada, mas divirta-se e tenhamos todos bons momentos a comemorar enquanto aqui estivermos com nossos queridos a sorrir! Depois, dia seguinte, vamos ao trabalho construir bases futuras para mais momentos felizes e alegres. Isso vale a pena sim, acreditem!

quarta-feira, 11 de dezembro de 2024

 184) Uma Viagem Tumultuada a Buenos Aires!

Minha primeira viagem ao Exterior, não precisava ser de tanta dificuldade. Talvez por falta de um planejamento adequado ou a vontade insaciável de aventura, de enfrentamento de dificuldades de toda ordem, mais a falta de experiência mesmo com o ímpeto da improvisação, própria da juventude vivida naquela Época! Sim, muito jovem. Estou falando na Páscoa de 1973!

Domingus, Ernani e eu todos na casa dos vinte e cinco anos, éramos colegas de trabalho em um Banco de Investimentos Gaúcho. Nosso programa era aproveitar o feriado da Páscoa e de carro, viajar a Buenos Aires. Decidimos por conta própria do tal feriado se iniciaria ao meio dia de quinta-feira. Sem necessariamente com consentimento do nosso Chefe...

Todos possuíam automóvel, no entanto o Karmann-Ghia do Ernani, tinha um motor adaptado para grande potência, isso nos permitiria, em tese, encurtar o tempo de viagem, aproveitando uma época sem controle de velocidade nas nossas estradas, de recente construção com ótimo asfalto e principalmente sem movimento algum! Caminhões a emperrar o trânsito, quase inexistentes. Então era “andar” no limite da potência daquele poderoso motor de 1600cc., com dupla carburação! O problema: Coexistir com o tamanho da cabine de apenas dois bancos! Éramos três adultos de porte médio!

Essa notável dificuldade seria suportada com a alternância no volante e da vítima acomodada sobre a palanca do freio de mão, cuidadosamente acolchoado com alguma toalha velha!

Viagem sem grandes alterações até próximo de Chuy, no Uruguai com o primeiro pneu furado. Sem problemas, deixamos numa borracharia – difícil foi entender o termo “gomerinero”, profissional a nos atender – e fomos jantar calmamente, até altas horas provocando ao retornar, encontro do estabelecimento fechado! Simples: Arrombamos o cadeado do velho e decrépito portão de tábuas – crime já prescrito - e resgatar a peça em conserto e seguir vigem. Agora em um traçado de estrada não tão moderna como nossa BR 290. Percurso sinuoso, mas de uma curiosa compensação de declínio compensatório em suas acentuadas curvas.

 

Chegada a Colônia, último ponto no Uruguai, no meio da madrugada para então aguardar o “ferry boat”, e somente ao amanhecer, seguir a travessia de cinco horas, pelo “Mar del Plata” até Buenos Aires. Essa noite de espera foi torturante naquela já mencionada minúscula cabine onde os três dormiram... Dormiram? Noite muito difícil!

Ao meio dia aportamos na Capital Argentina. Hospedado num hotel barato, saímos a rodar alucinadamente em suas largas avenidas de desconhecidos, até então, semáforos de acionamento progressivo. Foi o primeiro encanto a tão bela, elegante e bem organizada Capital Argentina! Fiquei seu fã, me motivando voltar lá por mais dezoito vezes, ao longo dos últimos cinquenta e um anos! Os restaurantes, bares, cafés com lustres de cristal, casas de espetáculo com preços convidativos num período de nossa moeda brasileira “valer muito”!  Isso fez tudo mais admirado e aplaudido!

O “zum-zum” do Povo Argentino desses dias, anunciava aproximação do esperado retorno do ex-Presidente Peron ao País! Era um “frisson” constante. Não conseguíamos avaliar a extensão política daquela excitada expectativa argentina... Mas perceptível a hipótese do retorno de uma Administração Populista recuperadora! E Peron voltou. O resultado político, econômico e Social, deixo para analistas especializados...

Chegou o Domingo de Páscoa, dia de voltarmos para casa. Iniciamos pela  manhã o exaustivo retorno a Porto Alegre com os três jovens já bem cansados. Durante a travessia de barco, nos aproximamos de um brasileiro, médico, solitário retornando a Porto Alegre com sua mudança, num IMENSO automóvel Opala! Dele combinamos e o convencemos da conveniência de dar carona a um de nós e o eleito foi Domingus. Na estrada, acertamos encontro na entrada de Montevideo. Largamos naquele padrão de velocidade, a dar inveja a Emerson Fittipaldi! No ponto combinado, a  espera foi de quase uma hora. Domingus estava enlouquecido:

- Não vou mais com esse desgraçado! Não passa nunca dos oitenta por hora. Uma lesma! Quando batuquei uma música do rádio com os dedos no painel, disse para eu parar, pois ia afrouxar os instrumentos do carro! Louco. Neurótico, filho da puta!

Diante de tamanha convicção do parceiro, Inventamos uma desculpa qualquer, combinando novo encontro na entrada de Piriápolis[F1]  e FUGIMOS em alta velocidade para "nunca mais" vê-lo...

Adiante, altas horas da noite, a enorme dificuldade foi controlar o sono estonteante! Já no Brasil, parada obrigatória em Pelotas, tomamos um forte café com lauto jantar, onde novamente à espera, dessa feita de uma substituição de pneu rasgado. A façanha foi comigo ao volante – os dois dormindo - ao descer a rampa da ponte sobre o rio São Gonçalo, quando na última curva bati roda traseira numa pedra enorme na via. Capotagem só não aconteceu porque... Não sei o porquê!!!

Após o jantar, segui dirigindo até o destino final, Porto Alegre, sempre no limite da potência daquele MOTORZÃO Volkswagen e eles dormindo profundamente! Chegamos a Capital lá pelas quatro da madrugada! Agora todos acordados para chegarmos felizes em casa! Na entrada da cidade, Avenida Castelo Branco totalmente vazia, após mil e cem quilômetros rodados, quem ultrapassei solitário na pista? Sim. Aquele metódico médico, irritantemente comedido com seu Opala sempre na mesma “lerdeza” dos oitenta km por hora, ironicamente, chegando junto ao “trio veloz” no despachado Karmann-Ghia branco, do seu potente motor de dupla carburação!

Alguém lembra, há de mais de sessenta anos, os educativos quadrinhos: “O Jaboti Moloide?! Pois é Jaboti chegou junto com o Coelho em sua competitiva corrida!


 [F1]





quarta-feira, 4 de dezembro de 2024

183) São Francisco, na Califórnia!

Minha primeira viagem aos Estados Unidos, fevereiro de 1976, foi depois de participar – prêmio - em uma Convenção da IBM em Acapulco, México. Na sequência fui viajar a seis importantes cidades americanas acompanhado de três colegas. Muita novidade, muita emoção, suponho jamais sairão da memória. Situações celebradas nos grandes momentos da nossa Vida, cuja alegria é difícil aquilatar!

A chegada a cada aeroporto, primeira missão através de um inglês ainda precário, alugar um carro. Não depender de táxi com liberdade de ir e vir com praticidade. Como toda despesa era religiosamente dividida entre as partes, eu pulava a frente para fazer a locação, desse modo, doido para dirigir seria o único piloto, matando a sede de conhecer os carros com a fantástica mudança automática!

São Francisco - já na segunda parada - encantou do primeiro ao último minuto. Foi por onde mais rodamos em suas famosas ruas, algumas delas perpetuadas nas telas do cinema no icônico filme “Bulit”, de 1976 com Steve McQueen interpretando um policial, com uma simples tarefa de vigiar alguém! Menos simples, foi quando acontece a cena mais forte do filme numa ferrenha disputa de louca corrida  em perseguição em trânsito urbano! O Policial Bulit num Mustang a "buscar" o suspeito num Camaro, naquelas vielas acidentadas de um sobe e desce desafiador! Eu no entanto, em velocidade moderada, por óbvio...

Em São Francisco, fora da área urbana, há um passeios obrigatório: Sausalito. Região de exuberante beleza envolta em mata nativa, residências a dar inveja e uma área de portos de iates milionários! Desperta uma vontade imensa de ser bilionário! Especialmente na moeda americana. Bilionário em dólares no caso!...

Voltando para São Francisco: -  No trajeto a Sausalito, se avista a ilha de Alcatraz, prisão mais famosa do mundo, hoje desativada como penitenciária, mas aproveitada como museu de visitação pública. Nessa oportunidade, pelo nossos estado de espírito, não contemplava curiosidade ou vontade de ver um templo voltado ao castigo severo, ali representado! Dispensamos...

A melhor parte do passeio desse dia – para quem [eu] dirigia - foi a travessia da Golden Gate Bridge, ponte suspensa, cartão postal da cidade considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo Moderno! Aberta em maio de 1937 é hoje um dos vãos mais famosos do mundo. Seu comprimento de dois mil e setecentos metros e altura de duzentos e vinte e sete, torna-a única, fascinante!

Para prosseguir, um "aparte": - Lá pelos meus dezesseis anos de idade, apreendi a dirigir em um CAMINHÃO. Aconteceu num pequeno Opel ano 1957 com caixa de “mudança seca”. Isso significa pedalar duas vezes a embreagem para cada mudança. Aprendi também, para fins de economia de gasolina, como um bom caminhoneiro, em decidas acionar a embreagem e soltar o carro em ponto morto, a conhecida "banguela"! Perigoso e proibido pelas Leis do Trânsito! Hábito, me desculpem a infração, mantido até hoje! Serve também para baixar um pouco a temperatura do motor e consumir menos combustível... Coisas úteis especialmente em veículos mais antigos e de alto consumo, a despeito de todo risco...

Voltemos à Golden Gate: - Retornando a São Francisco e ainda encantado por dirigir um carro automático, acionei no meio e alto da ponte, onde inicia acentuada e longa decida, uma aceleração forte e CHUTEI aquilo, supostamente o pedal da embreagem! E "aquilo" não estava ali! Obviamente o único pedal, é o do  freio. Equivocadamente ao soltar a palanca de mudanças para o ponto morto... Foi uma freada brusca, violenta com "gritos dos pneus" arrastando em fumaça azul e cheiro de borracha queimada! 

Felizmente nenhum carro me seguia perto! Todos ocupantes voaram de seus assentos traseiros em direção aos bancos da frente, painel, para-brisas dianteiro, etc... O carona, sentado ao meu lado, quase entrou pra dentro do porta-luvas (exagerei). Por fração de segundo o caos se instalou na cabine em enorme confusão! Gritaria e na sequência muito tapas na cabeça desse pobre motorista, hoje contando a história de uma notável barbeiragem! Felizmente ficou só no susto! Enorme e inesquecível susto!

Nessa época, não dávamos a mínima para o cinto de segurança. Sequer sabíamos onde ele ficava... Atualmente, não usá-los, um absurdo e imperdoável atitude "semi suicida"!  Pode ser considerada tentativa de assassinato aos demais passageiros... Usem sempre! Obrigatoriamente e boa viagem!

quarta-feira, 27 de novembro de 2024

182) O Espetáculo é o Ator! A Natureza Completa o Show!

Na Crônica número setenta e dois, título “Quando Cantei uma Ópera do Exterior” de uns três anos passados – ainda disponível nesse blog – fiz do título uma brincadeira de quando reuni coragem extra ao tomar um banho ultra gelado, ao final da tarde em meio aos Andes, durante "El Camino Inka”, no Peru. O “chuveiro”, naquela crônica, era na verdade apenas um orifício onde supostamente houve ali no passado um cano, nos restos da parede de uma casa em escombros, abandonada que jorrava abundante água do degelo. É, a água não causava apenas frio cortante, mas causava dor onde batia cada gota d'água! Foi sem dúvidas um "banho heroico!"

Faço propaganda, estimulo a quem se propõe a essa Trilha Histórica no Peru, de árdua caminhada, de um dia juntar coragem, preparo físico e fazê-la. É de tamanha grandeza, um desafio sem ímpar. O ano foi de 2003, final do Verão quando dividi a aventura com meu querido amigo Jardim. Foi das maiores aventuras vividas ao ar livre. (Sim, existem "outras" vivias no interior da cabine de uma aeronave, que como paraquedista, conto outra hora...) A dificuldade e o enfrentamento de situações nunca pensadas, pautam cada um dos quatro dias de sua desafiadora e longa duração. (quatro dias, duas noites!).

Mesmo afirmando dos encantamentos a cada passo dado no percurso, faço uma ressalva advertido do amigo Padado, que me apoiou, "deu forças" para fazer a trilha. Problema foi o comentário feito após eu contratar e pagar o pacote turístico completo:

- Vai sim, Fausto! Bom que decidiste. Fiz a trilha e recomendo! É inesquecível, único. Entretanto no segundo dia, é o de trilha mais íngreme, vais me odiar por eu ter te recomendado...

E odiei mesmo. Muito. Não toda caminhada, mas especificamente nesse segundo dia! Foi demais, um exagero de dificuldades impostas! Como é feita a nossa Vida, composta de picos e vales. Entretanto nesses dezesseis quilômetros, é só de subida. Todos os milhares de degraus são ascendentes, talvez uns quatro ou cinco de descida em todo o dia! A dor nos músculos da perna e o pior, a asfixiante e Natural falta de oxigênio em seus doze mil pés acima do nível do mar! Uma parada para respirar, enche-se o pulmão mas não satisfaz! Olha para trás, faz duvidar da própria capacidade em percorrer tamanha subida. É um escalar constante! Observa-se grupos lentamente subindo a nos seguir, parecerem pequenos insetos - tamanha a distância - em meio ao desafiador pedregulho da trilha!

A cada dia se apresenta um novo e variável desafio. Desde o primeiro dia por se tratar do “debut” com suas primeiras adaptações de esforço físico, respiratório e mental! Depois vem o pior, o mais longo e difícil, na sequência o mais perigoso e o último, mais ameaçador feito a noite e acabar na madrugada, coroado com revigorante chegada aguardando o amanhecer, o inesperado e surpreendente nascer do Sol e destino final do místico Machu Picchu! Exuberante Sítio Arqueológico, final da caminhada, sem dar menos valor aos outros tantos Sítios Arqueológicos a encantar cada passo dado, a cada gota de suor escorrido e discretamente algumas lágrimas provenientes do emocionante sentimento de vitoriosa conquista !

Nesse ponto final da Trilha, são algumas horas de "relax" sorvendo o banho de endorfina a nos encantar e o sereno contemplar a Grande Obra dos Inkas. Sua Engenharia e Arquitetura são invejáveis merecendo um olhar de extrema admiração provocada em todos participantes da aventura. Depois desse período, se iniciam os preparativos para voltar a Cusco, encerrando o programa, no entanto, ainda existe um trecho a fechar com chave de ouro toda aventura: Será feito, convenientemente de ônibus a poupar os músculos exaustos. São quatro quilômetros de acentuada descida até ao vilarejo Águas Calientes, ou Machu Picchu Pueblo, às margens do rio Urubamba, onde se toma o trem rumo a Ollantaytambo, no Vale Sagrado dos Inkas e depois por sessenta quilômetros de ônibus até Cusco, de volta pra casa, melhor, de volta para o hotel! 

A surpresa: Trata-se de uma descida numa precária rodovia de quatorze curvas de cento e oitenta graus, numa formação de estrada de chão batido - os rípios - a se formar um curioso caracol em meio a vegetação nativa e pedregulho.


Aí estará o grande Espetáculo Humano: - Na largada do ônibus, se apresenta a sua porta, um menino de seus dez anos, esquálido, pouco mais de um metro de altura e seus quarenta quilos, abdômen a exibir apenas costelas sem nenhum músculo, magérrimo. Veste "Guerreiro Inka", rosto pintado em tinta vermelha e branca,  lança em punho e "pronto para a guerra". Grita em sua Língua Mãe - Quéchua – algum impropério não traduzido, e o inesquecível Ator desembarca e o ônibus parte! Um grave ponto de interrogação em nossas mentes! O que foi isso tudo?

Pois o Guerreiro também parte se lançando em desabalada corrida em linha reta montanha abaixo. Sua corrida atalha o curso cheio de curvas do ônibus nessa única linha, depois de longos minutos sua chegada acontece junto ao ônibus no final dessa deslumbrante descida! Novamente entra no ônibus e repete,  ofegante seu esganiçado grito de guerra! Olhar frenético a espera de uma resposta, no caso, "una propina"! (Gorjeta). Emocionei-me profundamente! Pão duro como sou, mesmo assim, enfiei a mão no bolso e lhe alcancei com reverência e extremo respeito, uma nota de vinte dólares, a remunerar parte da emoção vivida! Não foi nenhuma fortuna, mas de visível repercussão! Seu sorriso de gratidão, valeu cada centavo doado, e fomos pouquíssimos a lhe alcançar alguma cédula... 

Um suspiro de pulmão cheio a oxigenar forte emoção e assim se encerrou aquele Maravilhoso Espetáculo!


quarta-feira, 20 de novembro de 2024

 181) Você tem um Animal de Estimação?

O compromisso de manter um “PET”, pode ser oneroso com tudo o que circunscreve a vida de um animal, seja sua alimentação, vacinas e cuidados veterinários impostos no seu dia-a-dia. Hoje avalio não somente os custos financeiros – e não são poucos – a nos trazer compulsoriamente, mas algo mais profundo que é nossa postura de acolhimento fraterno.

Ouvi da minha irmã Eleonora, possui dois cães da raça Pastor Alemão, algo impactante. Algo a representar pela presença constante na vida dela e do meu cunhado Rainer, na verdade não foi nenhuma frase de efeito proposital, mas muito verdadeira sobre os bichos, e me pôs a pensar:

- Conviver com um animal, nos torna pessoas melhores!

Entendo a verdadeira validação desse pensamento, a nos levar considerações do motivo a tê-los. São peças de decoração? Elementos de segurança de seus bens? Instrumento de teste de audição e paciência a latidos? Tudo isso ou nada disso! Nada disso eu penso, sendo honesto. No caso dos cães guardiães essa provável segurança não é, contudo, de absoluto cumprimento. Eles podem falhar e falham. Espertamente por um “agrado” do invasor, leva a seduzi-lo ou até sua triste execução de um "agrado letal", o envenenamento!

Vamos além daquilo insinuado por mim, dos seus custos, existe algo fundamental por um lado e não deve nos custar nada monetário: O carinho! Não basta alegar, "ele está livre leve e solto" com água e comida no pátio ou no interior de sua casa. Ele precisa conversar e não é absolutamente loucura se conversarmos amigavelmente com nosso animal. É precisamente nesse detalhe onde eles, os animais nos tornam melhores. Creiam, eles entendem nossas palavras pelo seu tom pronunciado e seguramente retribuirão na forma mais honesta e afetiva a se imaginar!

No entanto, não fica somente nos cães essa troca de afetividade entre animal e seu dono/a. Felinos, domesticados muito tempo depois dos cães e estamos falando em alguns milhares de anos...  Quem são eles?

- Os gatos! Ah os gatos! Num passado distante eu pessoalmente os hostilizava e cometi maldades, crueldade enquanto tinha cães caçadores em casa e reserva com algumas caças vivas - perdizes, faisões e perdigões - preservados em gaiolas. Gatos de outras origens naturalmente agindo sobre seus instintos caçadores, assaltavam e devoravam nossas reserva. Quando possível, obtinham resposta de um “severo corridão” - alguns letais, que podem imaginar - patrulhado pelos cães perdigueiros do meu Pai.


Mas isso é passado e há uns quarenta anos adotei meu primeiro felino de raça indefinida – vira-latas mesmo - e preservo esse hábito até hoje. Todos tiveram o mesmo pelo em preto & branco e nome de Gothinho, somente o atual é totalmente preto. Basicamente - o uso do nome - é para eu não sofrer tanto com suas partidas, pois quando ficam velhos, deixavam de ficar vivos... Despedem-se deixando uma dor da perda de um amigo sincero, leal e fiel, mas só se recupera na sequência, com um novo afeto por outro vira-latas. Quando são "gatos nenês”, cativam até os mais empedernidos dos corações! Sim, nenê de cachorro desenvolvem uma habilidade de demonstrar carisma, como poucos animais! Então a "nova paixão", nos permite superar a morte do anterior e assim vamos curtindo nossos animais de estimação!

Então devemos ter um animal de estimação ou não? Considere duas coisas: O gato dá muito menos trabalho, por ser menos “espaçoso” e muito independente. Sua decisão deve se concentrar ao ter espaço suficiente no interior de sua casa, no pátio, mas especialmente em seu coração!

quarta-feira, 13 de novembro de 2024

180) Enjoou de Polenta?

Enjoar de polenta para neto de Italianos, é algo inimaginável, um pecado mortal, diria o Papa! (Não o atual que é argentino!) Dos pratos de origem da “Bota da Europa”, é seguramente o mais simples e que tem maior número na composição em variados molhos, com mais tomate, menos tomate, enfim. Sentença final: Polenta não se enjoa, jamais!

Vamos aos fatos: Na versão de “polenta mole” coberta com um dos molhos escolhidos na minha infância, com Pai e Irmãos caçadores, minha mãe servia perdiz – ou codornas – hoje proibida sua caça. Essa caça gerava o melhor de todos almoços de domingo a se imaginar! Agora, exatamente nesse momento defronte ao teclado do meu computador, afastado da cozinha, me é sofrido pensar tamanha e pecaminosa gula! 

Ainda há, mesmo que raras, como comprá-las – aí sim com o nome de codornas - oriundas dos poucos cativeiros que as produzem. Mas podem acreditar, se acharem no supermercado, comprem, pois o resultado na panela faz valer todo e qualquer "investimento" a ser feito na compra!

Eram mesmo os almoços de domingo, eventos cuja mesa acompanhada de salada de radite, (lá no interior se chamava de radiche!) rúculas temperadas com vinagre tinto, sal e bacon. Recusar, impossível! Não esqueci o vinho tinto, presente em taças de qualquer tamanho, porque chegou o momento do "Manjar dos Deuses!"

Hoje em dia, na falta de perdizes nos resta ainda um recurso, trabalhar um molho feito com frango e se deliciar de muito boa comida! Os acompanhamentos se mantém, não abra mão do queijo parmesão ralado sobre essa maravilhosa "torta cor de ouro"! Fica indiscutivelmente, na minha visão, o maior orgulho da culinária italiana! O foco agora dessa crônica é a polenta, finjo esquecer o espaguete, penne etc, pois cada um deles, merece sua própria crônica!


A farinha de milho recomendada, é aquela que vem do velho moinho, hoje em dia difícil de se achar, muitos deles extintos.... No entanto, como sou de uma geração menos ortodoxa, uso farinha de milho de cozimento rápido. Perde na qualidade, dirão os mais antigos, mas é uma alternativa plenamente válida, porém aceito pacificamente o contraditório!

Da polenta mais firme, minha Mãe a colocava no “panaro” para depois fatiar com linha de costura fazendo cortes perfeitos e alinhados. Dessa polenta toda, evidente era feita a gerar sobras para o dia seguinte e então assá-las na chapa do fogão a lenha. (Sei que é mais charmoso chamá-las de polenta brustolada!) Aí era a vez do café da manhã a rechear cada fatia com queijo da colônia e mais, salame da mesma origem! 

Eu também não tenho fogão a lenha, mas uso chapas metálicas que se adaptam perfeitamente ao fogão à gás e a polenta será assada seguindo a mesma ritualística na hora de devorá-las!

Nada melhor do que uma boa mesa sem se preocupar pelos prováveis “quilinhos a mais” na próxima balança da farmácia! (*) Acreditem: - Não engorda! Eu acho... Pelo menos não deveria engordar para nossa alegria do “mangiare", sem causar remorso!

Cozinha Italiana, me perdoem as outras Nações também produtoras de pratos maravilhosos, mas se deem conta, eu escrevi somente sobre a polenta e tangenciei o espaguete. Se aprofundar sobre outros pratos, a crônica toma volume de um livro de culinária, mas aí excede meus conhecimentos de cozinha. São tantos pratos italianos a “decorar” nossas mesas – preferencialmente na própria cozinha – a me provocar abandono desse teclado e voar em direção às panelas e fazer meu jantar!

Valorizo em menor escala os pratos bem decorados, apoio com entusiasmo o tal de prato bem cheio! Não sou nem gordo nem magro, mas bem definido como um tradicional guloso de primeira grandeza! Aproveitem e comam, essa é a segunda melhor coisa que podemos fazer enquanto queremos ser felizes!!!

(*) As balanças mentem sem a menor vergonha-na-cara!


quarta-feira, 6 de novembro de 2024

 179) E Donald Trump volta à Casa Branca!

Todo o Planeta aguardava essa notícia e como o próprio candidato afirmava, “após a contagem, metade do Povo Americano ficará frustrado, a outra metade”... Creio que o Mundo todo acompanhava esse desenlace tão anunciado como de rígida disputa, quase um voto-a-voto para se chegar a um eleito, na realidade os números – ainda que parciais no momento em que escrevo – de 292 votos eleitorais para Trump e 224 para Harris, conta um resultado que não chega a ser avassalador, mas é bastante expressivo!

Não manifesto aqui minhas preferências, até porque não sou americano, não voto... Ao que tudo indica a tendência de vitória já pendia ao Republicano, pois estão elegendo seu vigésimo Presidente quando o primeiro foi Abraham Lincoln eleito pela segunda vez em 1865, enquanto os Democratas fizeram dezesseis Presidentes. (Wikipédia, a Enciclopédia Livre). Mas tudo isso são dados e estatística prova sua falibilidade mostrada através dos erros das previsões dessa eleição.

O Povo Americano é bastante politizado, o que não garante fidelidade partidária, Trump serve de exemplo no ganha/perde/ganha dos últimos oito anos. Apesar de ser politizado, fixa-se na existência mundial de seu País e “outros”! Culturalmente ignorantes em termos de geografia, não sei se pela natural soberba própria das Grande Nações, ou falta de estudo mesmo, não sabem sequer onde fica o “resto da América”! Por outro lado, esse orgulho todo, os torna leais patriotas e defensores inquebrantáveis de sua Pátria!

 


O Presidente recém-eleito tem muita história para contar de sua imensurável fortuna e de tantos inimigos conquistados, mesmo assim, eleito! Tem perpetuado em um de seus cinco livros, “Pense como um Bilionário”, que dedica aos seus pais, Mary & Fred Trump o seu sucesso nos negócios sempre voltado à prosperidade, onde ele próprio é o autor e não economiza nada em autoelogio... Na verdade sempre atuou como um empreendedor arrojado, inovador, muito corajoso e que trabalhou seu aprendizado ao lado de seu pai - construtor -  desde menino que o acompanhava nas construções e coleta de aluguéis dos inúmeros imóveis de suas propriedades.

Autoconfiante e arrogante? Claro que sim e se reforça seu lado não merecedor de tanto elogio, quando se revela no recentemente filme “O Aprendiz” com seu advogado Roy Cohen, maquiavélico e sem caráter algum, que o inspira. A canalhice rola solta e nos dá a franca convicção de que jamais apreciaríamos tê-lo como genro... Creio ser esse filme produzido exatamente para o denegrir – sob alguma encomenda de seus tantos adversários - seu nome ao Mundo inteiro. “Como Ser Humano”, é difícil se apaixonar por sua personalidade!

Mas a quem interessa o cidadão bonzinho e cheio de predicados? Isso fica distante da nossa realidade mundial. Presidentes que promovem invasão a outros Países, massacram, bombardeiam, saqueiam e cometem crimes de toda ordem, sem uma Instituição poderosa sequer a coibir toda essa realidade. A História já nos relata há mais de dois mil anos que os cheios de boas intenções acabam assassinados, Crucificados!

A ONU? Sim, tem um belíssimo prédio em Nova Iorque, ao lado do Hudson River, onde se perpetuaram alguns dos mais espetaculares discursos!

Que o novo Presidente Americano cumpra suas promessas em pronunciamentos de boas intenções de sua campanha, garantindo liberdade e democracia ao mais poderoso País do Mundo e que “de sobra”, outras Nações dependam cada vez menos de seus dólares americanos e tenhamos também progresso com liberdade, enfim, mais Democracia de fato e menos de meros discursos recheados de hipocrisia!

quarta-feira, 30 de outubro de 2024

 178) Encontro de Jaguariense Longe de Casa!

Nessa semana fizemos um lauto jantar a celebrar o Encontro, título dessa crônica. Acontece duas vezes por ano – quando as enchentes não atrapalham – reunimos conterrâneos a matar a saudade dos amigos de longa data, dos fatos, das histórias e algumas mentiras também. Alguns desses amigos há mais de meio Século não se encontram. Tudo acontece num ambiente de restaurante em total fraternidade!

Evidentemente com uma boa carne em churrasco e um tilintar constante de copos, que vale desde o refrigerante até o vinho mais pesado, mas sempre coroado de brindes e das histórias repetidamente contadas, de entusiasmados personagens alguns deles se defendendo, negando alguma coisa que esteja fora dos costumes da mais rigorosa educação e naturalmente desmentido na sequência!

 


É mais de uma Década de festejos e ninguém sabe exatamente como tudo isso começou. No início eram somente os Varões, na sequência as meninas também participaram. Houve uma contestação da ausência de convite aos cônjuges, alguém respondeu:

- Nesses jantares, a gente fala muito de quem namorou no passado e...

Resposta entendida. Proponente retirou a sugestão de imediato e amigavelmente! Talvez, por conveniência própria... Postura mantida, na verdade comportamento as vezes até infantil, mas seguramente muito honesta e divertida. Para ser mais preciso, quase tudo representa um retorno àquela Infância que não volta mais, tão rica que cada fato lembrado, transporta aos momentos especiais em Família, muitas delas que com a natural composição já desfeita pela ação do Tempo! Resta saudades!

Os critérios para os convites evoluíram com esposas e maridos incluídos e aí sim, se formou uma nova Família ainda mais rica e com maior Plateia para as Histórias e Estórias trocadas sem censura. Esses “agregados” foram chegando aos nossos abraços e se integrando rapidamente e harmoniosamente, não há mais um desconhecido sequer entre todos nós, até surgir mais um e outro, mais um...

Em uma Cidade pequena como a nossa, as Comunidades existentes se agrupavam de uma forma tão íntima que seus núcleos se tornaram Famílias com sobrenomes diferentes. Comum nos tratarmos como Irmãos dado as coincidências e identidades tão bem marcadas por anos. Nem são tantos anos, mas firmemente os “melhores anos” de nossas Vidas. Vidas simples em que nem a televisão nos separava e sequer apreciada. Talvez nem assistidas pelo simples fato de não existirem àquela Doce Época!

Nos nossos eventos, temos um acordo – não escrito – mas respeitado que é o de não se fazer discursos, cada abraço trocado é falado no canto do ouvido, tudo aquilo que o coração manda e naturalmente estreitando abraço!

Todo esse carinho, sugiro cópia aqueles que guardam um pedaço de saudades de suas origens. Juntem-se e celebrem a fraternidade de um passado que valeu a pena. Não fazendo, a tendência é de tomar um triste rumo do esquecimento das antigas e valorosas amizades. Isso já acontece nos últimos anos com os Clubes Sociais que sobrevivem, mas em visível decadência a se lamentar profundamente. Experimentem a Sabedoria Escrita no Antigo Testamento, no Salmo cento e trinta e três: - “Como é bom, como é agradável viverem os irmãos em unidade!”

quarta-feira, 23 de outubro de 2024

177) Remar para o Futuro!!!

Nessa semana volta a escurecer nosso Céu Azul! Reina um luto absurdamente profundo e envolvedor no Rio Grande do Sul. Povo Gaúcho volta a verter lágrimas de tristeza – certamente acompanhado de todo Brasileiro Sensível – como é feito o DNA do nosso Povo, do Oiapoque ao Chuí!

Tragédias têm nos assaltado e em especial nesse 2024, desde as cheias avassaladoras atingindo quatrocentos e setenta e oito Municípios com cento e oitenta e três óbitos, desaparecidos e um irrecuperável, bilionário, incalculável dano material!

Agora, nove perdas fatais atingem, ferem profundamente nossas Famílias com uma dor aguda cortando cruelmente o coração de todos nós. Um odioso acidente automobilístico, pinta de sangue o asfalto e as páginas dos jornais da imprensa nacional e estrangeira. Esse tipo de acidente tão frequente em nossas rodovias e ruas do País, parecem e insistem a nos convencer de que devemos nos habituar e conviver como se fossem normais e parte integrante do nosso dia-a-dia. Mas não é! A Educação direcionada à Direção Defensiva deveria ser estimulada e desenvolvida em todas salas-de-aula!

 


Como podemos acreditar que um enorme e aparente caminhão novo, carreta como estão chamando, pode falhar seu freio?! O inquérito policial há de nos dar respostas, entretanto vazias pois de nada adiantarão, nenhuma lágrima vertida será enxugada, nem nos poupará saber se houve ou não falha de responsabilidade técnica do condutor do veículo agressor, causador desse desastre. Toda a verdade ou não, será sepultada junto com esses nove ataúdes, hoje abandonados em seus tristes túmulos, com nome de adolescentes, quase crianças e adultos pranteados na Sociedade Pelotense.

O Luto nos envolve e atinge de frente esse Grandioso Projeto Esportivo Pelotense. É uma ideia brilhante, atraente levando o jovem à prática esportiva. Algo digno de ser multiplicado em toda nossa Sociedade. O alvo é desenvolver a fase física com resultado de expressivo desenvolvimento intelectual, pois o “Esporte Salva”! Tira o Jovem da rua, do ócio que é obrigação de todos nós e esse Projeto que agora sofre um duro golpe não há de arrefecer! Acredito na perseverança e obstinação de seus Criadores. Será de fato a melhor maneira de homenagear aqueles Queridos Campeões que voltam ao Criador. Suas múltiplas medalhas jamais serão esquecidas!

As Vidas que se foram nesse brutal acidente, recebam minhas melhores reverências, a todos eles, desde o motorista que os conduzia, técnico dedicado e laureados competidores do remo! Vocês jamais serão esquecidos e suas Glórias sejam para sempre exemplo de dedicação a merecer nosso aplauso e admiração eterna!