144) Oeste da América do Sul (Parte I)
Foram "exageradas" vezes que afirmei minha predileção por viagens terrestres. Entretanto em abril de 2002, me juntei aos meus amigos Luiggi e Jardim, para um interessante percurso da Região Andina, que para facilitar e otimizar o tempo, fizemos um programa rodo aéreo, começando em voo até a capital boliviana, La Paz. São 3.640 metros acima do nível do mar, que apesar de alguns medicamentos tomados na véspera, ainda no aeroporto de São Paulo, me ocorreram sintomas curiosos quando ao sair da aeronave caminhando pelo “finger”, senti o rigor dos primeiros sinais da falta de oxigênio. Tontura, nada demais mas já com prenúncio de dor de cabeça, que veio mais tarde um tanto vigorosa! A adaptação às grandes altitudes não se dão rapidamente, entretanto, seguindo recomendação local mascando algumas folhas de Coca – que se encontram em qualquer esquina da cidade - arrefecem esse sintoma muito chato, mas tolerável!
Nessa primeira parada, a sequência foi iniciando viagem com uma “van”, nas cercanias da Capital. Primeiro a
interessante Tiwanaku, ou Tiahuanacu, sítio arqueológico pré-colombiano, um dos
maiores da América do Sul, com estruturas monumentais em blocos megalíticos. Os
restos de superfície cobrem cerca de 4 km. quadrados e incluem curiosas cerâmicas
decoradas!
Na sequência, em direção ao Peru visitamos à cidade de Copacabana - ainda na Bolívia - banhada pelo lago Titicaca, que ninguém afirma convicto se esse nome foi
herdado do conhecido bairro Carioca, ou ao contrário, no entanto
a curvatura do lago que banha a cidade lembra muito claramente o bairro do nosso Rio de Janeiro! Cidade considerada como a mais bonita do País!
Depois, 150 km. adiante rumo ao Norte, ultrapassando a fronteira com o Peru chegamos a outro ponto importante: O Lago Titicaca. Esse, é o lago navegável mais alto do mundo – junto ao altiplano da Cordilheira dos Andes – a quase 4.000 metros acima do nível do mar com seus 8.300 quilômetros quadrados de área alagada. Aqui próximo a cidade de Puno - mas dentro do lago - se encontra o ponto mais interessante do percurso, “las Islas Flotantes de Uros”! O Povo de Uros, aproximadamente 2.000 habitantes, construíram suas ilhas utilizando Totora, planta aquática nativa da Região, base da ilha flutuante e composta de um conjunto de camadas sobrepostas que se deterioram a cada quinze anos e serão novamente sobrepostas em novas camadas quando as inferiores se desintegram .
Ao caminhar sobre a “ilha de palha”, casas da mesma palha que boiam no Lago,
se sente a instabilidade típica de algo enorme e flutuante. Entretanto o povo vive
harmonicamente com sua curiosa realidade. Reservam entre as casas – construídas, como disse, da mesma vegetação - até espaços semelhantes a pequenas praças, onde vimos meninos
jogando futebol na maior alegria do mundo. Alimentação é composta pela pesca e
aves com seus ovos que coabitam em sua ilha! Pesquisadores afirmam que se trata de
um povo ainda mais antigo do que os Incas.
Antes do relato da segunda fase dessa
vigem, respondo um questionamento que sempre fica no ar, é de como a gente se alimenta nessa região. Pois bem, sempre ficará devendo e muito aos passeios aos restaurantes do Uruguai e Argentina. Claro, lá são países em que se come as melhores
carnes de gado do mundo, não dá para comparar com mais ninguém... Mas nessa
Região também tem mesa farta. Como sou de origem alemã, não dispenso a tal de
batata inglesa em nenhum prato. Seja a batata frita, puré e assim por diante. O
curioso é que na verdade, a “batata inglesa”, não tem nada de inglesa a não ser
o mérito de sua divulgação e tornado como um dos tubérculos mais consumidos no mundo! A
batata é daqui, ela é peruana... Pois a batata foi descoberta aqui e levada para a Inglaterra e de lá para o
resto do Planeta. O alho, que eu detesto, felizmente não tem por aqui seu uso tão
costumeiro!
Próximo destino será a Capital Peruana,
Lima. Onde alocaremos expedição a ser tomada em Cusco, direção a Machu Picchu. Luiggi tomará outra direção, Nazca, ficando a aventura de “Los Caminos Inkas”
por conta do Jardim e eu, para contar um pouco mais na semana que vem!