142) Aquele Salto de Paraquedas em Sinimbu!
Há alguns anos, acontece toda vez que escrevo sobre o paraquedismo, acabo comentando sobre o salto no Estádio Olímpico do Grêmio, em 12 de setembro de 1999, quando me tive grave acidente, no entanto não foi letal e aqui estou mais de uma vez a contá-lo e celebrando que foram sérias fraturas, mas de "apenas" 22 dias hospitalizado e poucas coisas além. Significa sem sequelas, mas com uma bagagem de Vida e belas histórias a contar!
O salto que conto agora, de Sinimbu, não foi do fatídico acidente porque num determinado momento da nossa experiência em voos por essas nuvens afora, percebemos e valorizamos o belo e festivo visual que ilustra festas e celebrações, com o colorido dos velames abertos no Céu azul, que provoca sentimento de forte alegria não só para quem assiste, mas honestamente, no coração do atleta também! A queda-livre é inebriante, mas a súbita alegria de comandar a abertura do paraquedas e ele ABRIR MESMO, limpo e sem intercorrências, dá até vontade de aplaudir! Só não se aplaude porque as duas mãos estão ocupadas a segurar os batoques para executar as manobras exigidas naquele momento!
Como sempre estive envolvido em
atividade ligadas a vendas e negociação, formei parceria com Marco Pizzamiglio, para que promovêssemos essa atividade pelos municípios do RS, literalmente
“vendendo” demonstrações em suas datas festivas. Marco conseguiu
listagem de telefone de todas Prefeituras do Estado e eu me pus a fazer “tele vendas”, aos quase quinhentos municípios do Rio Grande do Sul!
Foi um sucesso e a receptividade
festiva de todas Prefeituras. Assim voamos por esse interior por muitas
vezes. As atividades da parceria ficaram bem claras, Marco providenciava
documentação, alocação de aeronave – ainda através do Lasiê - e vistoria dos locais de pouso. A mim, o que
eu julgava melhor na atividade: Organizar o Time que iria voar, convidando três paraquedistas e junto comigo, saltar!
De todas as demonstrações, a mais
curiosa aconteceu no Município de Agudo-RS, cidade muito próxima ao
centro do Estado, na Região produtora de fumo. Acontecia um Encontro Nativista, com rodeio, doma de cavalos, laço, etc. Era uma bela área aberta de um excelente campo gramado, perfeito para pousos! Tudo acertado, horário estabelecido, Marco posicionado no local de pouso para colocação de “biruta” - que orienta direção dos ventos - e mais detalhes para um pouso
seguro. Decolamos de Sapiranga. Comandante André, roncou motor de seu Cessna 210 e voamos até a localidade programada, num voo sereno e calmo!
Éramos quatro e optei ser o
último a sair da aeronave. Céu azul e limpo voando a 5.000 pés. "Saída" com rápida
queda-livre de uns cinco segundos para cair mil pés e comandei abertura do meu Velame “Sabre 150“. Abertura limpa, velame aberto com perfeição! Ótima navegação tomando um ar gelado e perfumado de Eucaliptos - mato que sobrevoava no final do voo. Preparo para o pouso, momento delicado e ao alinhar a rampa final de 500 pés, quando avistei Marco
a fazer gestos escandalosos e desesperados anunciando "alguma coisa irregular," que naquelas
alturas do voo, pouca coisa ainda dava para fazer. Primeiro, tinha que entender aquele indecifrável sinal de alerta...
Quem um dia não foi a uma festa no
interior, em que além de todas barraquinhas a oferecer amendoim torrado, algodão doce e quitutes da Região, também
tem sua tradicional decoração, geralmente composta de balões coloridos e
aquelas pequenas bandeirolas de papel crepom ao vento!
Não fechei os olhos, pois eu os sentia bem arregalados! Em fração de segundos passei “lambendo” as bandeirolas ao erguer as pernas evitando o choque e pousei incrivelmente bem! O com batimento cardíaco "lá em cima"!
Foi
nesse momento que me certifiquei aceitando a severa exigência da Confederação Brasileira de Paraquedismo,
que obriga renovação de licença anual do atleta, mediante - dentre outras coisas - o atestado de regularidade cardíaca, emitida
logicamente por um Cardiologista. Sim. O batimento cardíaco vai a uma frequência
e vigor, que se sente o músculo cardíaco a pulsar no pescoço! Consideração
final irrigado de muita sorte nesse dia: Demonstração linda, festiva, alegre, perfeita!
Não havendo nenhuma intercorrência, com “susto
zero” em todos saltos, ele, o salto seria demasiadamente perigoso, porque o maior risco é quando a paraquedista perde o medo! Raramente um
paraquedista novato – que está se mijando de medo – se acidenta. O atleta “experiente” perde o medo, o respeito e a consequência sé o acidente!
Aprendi essa “teoria” com meu amigo Cezar Augusto Marson da Silva, mas com relação a outro esporte ameaçador: - Motociclismo. Pratiquei por mais de trinta anos Foi dele, do Cezar, que adquiri minha primeira moto e os primeiros ensinamentos a pilotar, afirmando do alto de sua Sabedoria: “Quando perderes o medo de pilotar, vais morrer!" Naquele dia, engoli seco com o maior ensinamento de preservação da Vida que tive resumido numa frase tão singela, curta e grossa! O que valeu para pilotar a moto, valido fortemente ao paraquedismo, por óbvio!
Se quiseres fazer em todo o país, eu tenho os nomes dos Prefeitos e demais informações dos 5.570 municípios.
ResponderExcluirÓtima história Fausto!
ResponderExcluirQuem sabe e praticou essas "artes " Sabe disso!
A bruxa,sempre está de olho no novato e no muito experiente. Forte abraço Ivan
Belo e detalhado relato Fausto!
ResponderExcluirTua narrativa me fez lembrar daquele salto que ,acredito, teve um nível bem significativo de dificuldade para o nosso pouso.
Obrigado por vivificar este momento tao intensoem nossas vidas.
Video
Curti muito o leve texto. Abç
ResponderExcluirMais uma fascinante história.
ResponderExcluirFausto, a lição vale para tudo. Pratiquei natação por muitos anos. Quando perde o medo da água ocorrem os afogamentos.
Belo relato de uma experiência desafiadora !
ResponderExcluirParabéns Fausto...muito boa essa história e os ensinamentos.. abraços...
ResponderExcluirMais uma boa história! Vc é muito corajoso! Haja coração para tantas emoções! Parabéns!
ResponderExcluirTu tinhas mesmo vocação para quebrar o pescoço!!
ExcluirBela história amigo Fausto! Como diria Teixeirinha no final das músicas:”é mais uma história que chega no fim”
ResponderExcluirMais uma bela história! Parabéns e obrigado por compartilhar essas experiências notáveis! Bidart
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