quarta-feira, 29 de maio de 2024

 156) Meu Rio Grande do Sul Vai se Reconstruir!

Hoje (30/mai/2024), contamos vinte e sete dias do início da maior tragédia do Território Gaúcho, no enfrentamento de tamanho alagamento sofrido com a destruição de cidades inteiras, como a imprensa tem divulgado amplamente. E agora o que nos resta? Arregaçar as mangas e mergulhar numa reconstrução hercúlea desde o assentamento de alicerce até remobiliar dos milhares de lares afetados!

Não menos importante será o levantamento de tantas empresas arrasadas a reestabelecer as oportunidades de trabalho, de ganho e devolução da esperança de todos nós, atingidos direta ou indiretamente. O Plano Emocional como fica? Cada um com seus traumas e suas lágrimas do ente querido que foi abatido, do patrimônio perdido e a fé diluída entre uma e outra destruição.

A História do Rio Grande do Sul registrará por vários anos esse momento cruel. No futuro, os que nascerem depois dessa avassaladora enchente escutarão, contarão e mostrarão fotos – como aconteceu na enchente de 1941 – aquilo que nós sofremos e certamente com galhardia, suor e lágrimas superamos!

Como todos afirmam, momentos ruins nos ensinam bem mais que as glórias vividas. O que vimos nesse momento é a bravura de um povo e sua solidariedade! Nunca na História do Brasil assistimos, vindo de todos os cantos tamanha solidariedade. Serão décadas a cantar agradecimento a toda a Nação. O Brasileiro nos enche de orgulho, com sua capacidade de se reunir a coletar alimentos, roupas, dinheiro, carinho e até promover um belo espetáculo no Maracanã com uma alegre partida de futebol, entre craques e artistas a arrecadar recursos para nós, os Gaúchos!

Foram muitos os Governadores de Estado, sem citar nomes a não melindrar nenhuma falta de agradecimento, a enviar suas máquinas, ambulâncias, barcos, bombas d’água, pessoal como bombeiros, técnicos, Médicos enfim...

E os voluntários que aqui chegaram às centenas com seu trabalho, seus valiosos equipamentos e a determinação de enfrentar risco de toda ordem! Emociona ver tantos Anônimos mergulhados naquela água putrefata e contaminada, sem demonstrar um mínimo de temor de contágio ou falta de resistência ao frio e perigosa humidade. O que dizer a esses Verdadeiros Heróis? Não há recurso em nosso vocabulário que expresse com o devido mérito por tamanha doação! Um singelo “muito obrigado” é tão pouco que nos encabula enunciarmos!

Toda essa movimentação voluntária e bondosa, não se circunscreve às fronteiras do Brasil, felizmente! O Mundo nos acode. São dezenas de aeronaves e barcos lotados de toda espécie de material necessário à sobrevivência dos flagelados.

As administrações governamentais como estão agindo? Lentos! Só isso me cabe escrever. Qualquer elogio ou crítica exacerbada tomará um rumo político partidário, que é muito conveniente exultar estando sentado, observando o desenrolar dos acontecimentos. Esse tipo de recurso virá, e haverá muito a construir, não menos de dez anos estaremos envolvidos nessa verdadeira batalha a ser travada. Então, creio firmemente – não importa quem estará comandando os cofres públicos – esses recursos virão!

E os Homens? Fica uma mágoa profunda na postura do Ser Humano, enquanto são tantos que arriscam e se dedicam de corpo e alma no socorro de seu semelhante, outros, aí a sujeira porca, se aproveitam de forma criminosa da exposição e fraqueza dos atingidos. Para os saques, assaltos e desvios de dinheiro, de sestas básicas, não há perdão. De onde vem essa maldade toda, coroada de falsa alegria que o assaltante festeja, enquanto tantos choram copiosa e desesperadamente a sepultar os seus?!

Pasmem. Não é “de hoje”, vem da formação da Raça Humana, somos tidos como o mais cruel de todos predadores. Na criação das primeiras Nações na História da Humanidade já lemos sinais claros da falta de piedade às culturas conquistadas. Temos prova escrita dessa postura cruel.

Até no Livro dos Reis, Antigo Testamento se lê de como agia o vencedor após sua batalha que além da posse das terras, mais a tomada dos guerreiros vencidos, levados à submissão da escravidão sob o “suave título” de cervos e as mulheres usadas ao seu bel prazer. 


Livro de Reis

Hoje, mudou alguma coisa? Quase nada. A qualquer pretexto de uma ou outra Nação, assistimos na televisão diariamente tanta fumaça com os bombardeios e destruição em massa, seja na conquista de poder através das riquezas “do outro”, ou simples status de poder, vaidade e domínio! Tão triste quanto real!

E agora? De onde tirar força para reconstruir, a “prometida” reconstrução no título dessa crônica? Deverá ser necessariamente do bom governante, no bom cidadão e é disso que proponho expor nesse momento, de toda aquela trabalhosa, exitosa dedicação que felizmente não tratamos de uma minoria, mas de uma gloriosa maioria, que disposta dirige sua ação vigorosa, que se vê e ouve até no ronco dos helicópteros sobre nossas casas, da labuta feroz de uma Nação Inteira com a solidariedade de boa parte do Mundo dispostos a colocar esse Rio Grande do Sul, de volta a viver em contagiante alegria, do sorriso tão próprio do Povo Brasileiro, afinal, somos um só Povo, Único, com a Graça do Eterno!

quarta-feira, 15 de maio de 2024

155) Meu Rio Grande do Sul Devastado pelas Cheias!

Vivenciando o maior desastre no meu Rio Grande do Sul, onde o medo impera nas vinte e quatro horas do dia em nossos corações, parece que tudo já foi dito, já foi escrito, fotografado e filmado. O que não consigo descrever com fidelidade, sem ser recorrente, é a dor que sentimos pela falta de força e competência para enfrentar tamanha tragédia.

Absolutamente ninguém sabe o que dizer para consolar os mais afetados, socorrer e abrandar o doloroso choro de tantos – aí eu me incluo – ao assistir rostos marcados, sulcados de profunda tristeza a ignorar como será o dia de amanhã, se ele existir. Sei que chorar de nada adianta e talvez nem minhas Orações, pois se existe uma fé inquebrantável na Assistência do Criador, também devemos lembrar que esse Senhor nos deu o “Livre Arbítrio”, e à medida em que podemos fazer o que bem queremos, também há que lembrar que todas nossas ações de descuido com a Mãe Natureza, tem ônus, exigem pagamento! Não falo “castigo”, mas consequência às constantes agressões que fizemos ao Meio Ambiente, pois sua cobrança de alto preço está chegando!

Por outro lado, como vítimas, contestamos de qual seria a razão de um único País, um único Estado ter que carregar essa pesada pena? O velho “choro” sempre soará em coro o por que eu? Bem, a Fé Cristã deve entender isso, afinal Cristo foi Crucificado em lugar de todos nós a pagar uma dívida que tínhamos com o Eterno, por todos desvios e infrações de Suas Leis, que trilhávamos até então. Pois Ele veio e com seu sacrifício letal a nos salvar! Assim sendo, nos resta religiosamente aceitar com alguma resignação!

Por outro lado, se a nossa visão tomar um rumo científico, não é o pecado discutido nos Templos Religiosos que temos que pagar com sacrifício, mas reparar tudo o que devastamos seja em florestas, obstruindo ou envenenando vertentes, fontes e tantas outras maldades que fizemos ao nosso Planeta Terra. Começa aqui a bronca dos Ecologistas e entendedores da meteorologia em geral.


Acumulam-se tantas contradições que não sabemos mais qual o melhor rumo para se tomar HOJE. Aqui para o RS, tivemos em 1941 uma cheia histórica, numa época passada há quase um Século, quando não tínhamos no Brasil as que hoje são tão criticadas “mega lavouras”, com seus defensivos agrícolas e correções químicas do solo, entretanto aquele excesso de chuvas da época, fizeram tantos estragos a ficarem na história de nossos antepassados.

Torna-se mais difícil ainda é apontar uma causa e efeito para tantas e frequentes ameaças que a Natureza nos impõe. A discussão começa e não terá fim. Alguns se colocam de forma tão radical, a acusar esse ou aquele desvio de nosso comportamento, que fica cada vez mais difícil caminhar rumo às soluções definitivas, senão com as soluções paliativas que nada de definitivo a construir uma confiança firme no amanhã, daí a razão da existência de tantos rostos e olhares tristes, chorosos daqueles que foram socorridos, que por pouco não perderam a vida, mas ainda assim, mesmo salvos, carregam uma tristeza monumental!

Nada é pior do que ver o choro da partida para sempre de um Ente Querido. Dor irrecuperável que felizmente a imprensa, a mídia nos tem poupado de ver fotos da morte!

O difícil de tudo, é que todos aqueles que como eu tentam escrever alguma coisa, não obtém uma conclusão definitiva a poder semear algum sinal de fé! Pois unânime é, que estamos apenas no começo do enfrentamento dessa tragédia. Basta vermos a destruição terrível das casas, lares e estabelecimentos de trabalho, seja loja, fábrica, etc... A imposição de se reconstruir baterá de frente com a necessidade de um investimento gigante e incalculável, considerando que acontecerá um imenso número de desistências, falências das empresas e que por consequência o desaparece o ganho de tanta gente.

Veja quão difícil é calcular a extensão material dessa tragédia, basta olhar para um passado não muito antigo, quando da passagem do Furacão Katrina pela América do Norte, em agosto de 2005 deixando seu rasto de destruição em Nova Orleans, Flórida, Mississipi, Cuba, Ohaio etc. Tão assustador é a comparação que podemos fazer com nossa tragédia atual: Katrina alagou 2400 km, aqui até agora são 3800, dezesseis por cento maior. Lá desabrigou 400.000 pessoas, aqui 618.000 e agora o pesado e assustador choque nos orçamentos futuros: Katrina gastou 125 bilhões de dólares e dez anos em reconstrução!

Dizem que o sofrimento fortalece. O erro ensina. Aprenderemos para o futuro. Mas quem afirma que essas frases de efeito geram crédito? De tudo isso que tanto nos desespera, apenas uma coisa nos provoca lágrimas de gratidão e orgulho, é ver como todos os Estados da Federação nos apoia moralmente e com significativo volume material. São roupas, água, comida, dinheiro etc... A vontade e determinação de tantos voluntários que se jogaram na água lamacenta para salvar algum Ser Humano ou “pet”, além de nos encher de orgulho, abranda o pânico e nos dá de volta um pouco de esperança!

Foi até fácil escrever ”todos os Estados da Federação nos apoia”, lindo é elencar tantos Países que se colocam solidários à nossa tragédia, que nem dá para elencar quantas são Nações que foram e quantas ainda serão! Mas é maravilhoso sentir ao nosso redor o amor que cedem ao nosso País, socorrendo como se fosse a sua Pátria, enquanto abominavelmente tantos outros povos permanecem a trocar bombardeios sem fim.

Consolo que nos resta nesse momento de tanta necessidade, solidariedade ao nosso vizinho, é de que vivemos num País amado por tantos que nem sabemos como, quando e em que direção devemos expressar nossos sinceros agradecimentos! Explode um orgulho imenso pela atitude do Povo Brasileiro! Chorando fortaleço minha convicção de que estamos no lugar certo para socorrer e ratificar convicto do mérito de que todo Brasileiro pode cantar conosco, a todo pulmão: “Sirvam nossas façanhas de modelo a toda a Terra”!