167) Made in Japan.
Quando em janeiro de 1987 foi publicado o livro “Made in Japan”, de Akio Morita, cidadão japonês, um físico formado pela Universidade de Osaka, no Japão, o jornalista Peter Ross da Revista Play Boy escreveu em seu preâmbulo: “Há trinta anos um jovem Homem de Negócios Japonês, fabricante malsucedido de panelas de cozinhar arroz, visitou o Ocidente e ficou humilhado ao perceber que a expressão “Made in Japan” era sinônimo mundial para mal-acabado!
Na sequência, foi ele - empreendedor nato - o criador da poderosa Sony que se notabilizou com seus produtos de excelente qualidade e permaneceu muito bem-sucedida até a morte dele, seu Fundador em outubro de 1999. Iniciou-se uma forte decadência da Organização. Tanto que se retirou do Brasil em março de 2021 e hoje seus produtos lamentavelmente nem aparecem mais nas prateleiras do mercado de eletrônicos.
De qualquer forma, a Sony representou um início do crédito fulgurante dos produtos japoneses, deixando no passado o adjetivo de indústria que somente copiava produtos do Ocidente. Hoje na poderosa Indústria Automobilística Mundial, tem nas marcas japonesas como a Honda, Toyota, Suzuki e Nissan sinônimos de alta qualidade e a garantia de bons investimentos.
Em dezembro de 1995, estive em Tóquio numa época em que as linhas
de telefones celulares eram de difícil acesso e os aparelhos disponíveis no
Brasil, de fabricação Motorola e os recém lançados Nokia! Meus amigos na
mesma viagem, ficaram ávidos para comprar novos lançamentos no País de origem
dessa nova marca. Acontece que embora a relação Dólar X Real estava ótima - chamado "um por um - no Japão não havia conveniência nenhuma, péssima
para compras. Tudo era absurdamente caro e e fazia de compras no exterior, um mau
programa...
No dia de retornar ao Brasil, estava no aeroporto aguardando
embarque e pensei que eu estava muito econômico, para não dizer “pão duro”, e
deveria comprar alguma coisa qualquer a registrar minha passagem pela Terra do
Sol Nascente. Como nessa época eu ainda tinha cabelos no alto da testa, escolhi comprar um pequeno
secador de cabelos para viagem! Pois nessa semana, esse secador de cabelos, depois de vinte e nove anos
de uso, teve uma pane, estragou e certamente está irrecuperável.
Orgulhosamente mostrei à minha esposa, ostentando a alta qualidade dos produtos
nipônicos! Porém ao me despedir do antigo companheiro de pós-banho, vi nele, observado atentamente pela primeira vez, em
letrinhas minúsculas um “made in China”!!!
Que ironia! Justo de uma origem que há também muito pouco tempo, significava de baixa qualidade, enquanto por três décadas um aparelhinho sem
grande moral e de uma marca pouco conhecida – Sanyo – dava mostras de grande
durabilidade!
Consideremos agora, que uma nova origem internacional, esse made in China, nos dá forte sinalização de alta qualidade! Na verdade, esse fenômeno não aconteceu ao acaso. São tantas as excelentes marcas mundiais que foram se instalar na China, evidentemente aproveitando significativos incentivos governamentais e o monumental barateamento da mão de obra. (Não me cabe julgar aqui, se "trabalho escravo" ou não!) Inclusive do Brasil temos respeitáveis marca sendo fabricadas por lá.
Agora ocorre também a evolução dos fabricantes chineses e eles saem para fora de suas fronteiras a buscar e demonstrar sua exuberante evolução tecnológica. A exemplo da montadora de automóveis elétricos chinesa BYD, que iniciou no mês julho desse ano de 2024, a criação da primeira fábrica de veículos elétricos no Brasil, em Camaçari-Bahia. Antiga estrutura da Ford. São passos largos e definitivos dando verdadeiro show de avanço tecnológico em belíssimo e requintado “design”!
Certo é, que os investidores chineses vieram ao Ocidente buscar qualificados profissionais a estabelecer todo esse avanço, cobrindo-os com polpudos salários, disposição e grandes investimentos, que os coloca na disputa mundial a enfrentar desafios imensos, mas com um futuro
promissor de se colocarem em posição de liderança a curto prazo!
Com tudo isso, vê-se a indústria americana fragilizada e a europeia fortemente ameaçada. Oriente, seja muito bem-vindo a revigorar a disputa de mercado – que seja saudável – para o benefício dos consumidores! E que assim seja!
Parabéns pela análise! Muito bem colocada. Apenas uma ressalva: apesar de termos excelentes produtos chineses, tem muito produto ruim "made in China". Para mim, produto chines ainda está longe de ser sinônimo qualidade. O bom seria que o governo de lá permitisse que a população pudesse usufruir das melhorias, como o livre acesso à Internet. Parabéns por mais um excelente texto. Bidart
ResponderExcluirLembrei do meu primeiro aparelho eletrônico, walkman Sony Sports amarelo.
ResponderExcluirO meu também. Está bem guardado. Quem sabe, um dia, não vá parar num museu???
ExcluirNão significa que *estou* velha! 🤭🤭🤭
Bem colocado.
ResponderExcluirIvan.
Perfeito Fausto
ResponderExcluirConstatamos tudo isso in loco
Respeito muito a China, uma potência e estão se desenvolvendo cada vez mais
Abração e parabéns ❤️
Muito verdadeiro tudo o que vc relatou. Li esse livro e realmente a trajetória dele é fascinante. Temos que respeitar os chineses, os produtos eram ruins mas estão se aperfeiçoando. E são uma ameaça, a meu ver, para o mundo ocidental. Dei muita risada com a compra do secador quando vc ainda tinha cabelo kkkk
ResponderExcluirMuito bom, informações sobre a tecnologia chinesa graças ao ao seu poderio econômico que impressiona a todos nós.
ResponderExcluirA tecnologia limpa é essencial para o equilíbrio ecológico.
Obrigado por nos atualizar nesse sentido, vizinho Fausto!
Muito bem colocado, o mundo evolui e temos que nos adaptar.
ResponderExcluirTida