Blog do Fausto Diefenbach

174) Não faça de seu fósforo uma arma, a vítima pode ser...

Num passado não muito recente houve uma campanha de conscientização de direção defensiva no Brasil, com a interessante chamada: - “Não faça de seu carro uma arma, a vítima pode ser você!” Como toda ação de marketing, não se obteve um resultado medido, com precisão, de qualquer forma, um trabalho para poupar vidas em acidentes de trânsito foi e sempre será muito bom, útil e necessário!

Hoje no título dessa crônica, uso um apelo de medíocre criatividade, mas considerem em tom de brincadeira. Convido todos a refletir do grave e deveras antiga sequência de acidentes provocados com as queimadas no Brasil. Hoje, inunda oitenta por cento do Território Nacional com sua grossa fumaça. Recente informação publicada, afirma que trinta e um por cento das queimadas mundiais, estão em nosso Território. O prejuízo à saúde com seu efeito nocivo ao sistema respiratório é assustador. Estamos “involuntariamente fumando carteiras de cigarros” todos os dias e isso nos custa muito caro aos pulmões, olhos... É tosse, bronquite e sei lá quantos outros males futuros ainda teremos de arcar.

São incêndios criminosos e/ou acidentais, que não me cabe discutir nesse canal sua verdadeira origem. Se há alguma influência político partidário por trás disso, agora não me interessa, afinal de contas o fogo está lá a destruir algumas de nossas mais valiosas joias da flora e fauna. A severa falta de chuvas – tão abundantes no Sul – facilita a evolução dessas queimadas tornando-as incontroláveis, eu sei. Mas não sei exatamente qual a ação é mais adequada que as Autoridades devem tomar, nem como fiscalizar um território de dimensões continentais como o nosso. Mas o problema está aí a exigir um rápido movimento.

Talvez por sorte, aqui no Sul, temos chuvas constantes a baixar um pouco essa cinza toda que flutua em nossa atmosfera. Faço habitualmente (moro em uma casa) a coleta de água vinda do telhado - aprendi isso com meu Pai, seu Waldemar - em potes, baldes e vasilhames diversos a guarda-las para irrigação futura dos meus gramados e flores! Jogo fora a primeira boa pancada d’água, a coletar apenas sob um telhado lavado. Nesses últimos dias, detectei na “água limpa”, um tom escuro de uma poluição impressionante vindo das nuvens!

Votando à origem de algumas queimadas: Há alguns anos eu me dirigia ao Litoral pela BR290, apelidada de "free way", numa ocasião em que na margem da rodovia crescia uma densa vegetação de um capim totalmente seco em razão do forte Verão. Na minha frente, um motorista irresponsável jogou pra fora da sua janela, um "toco" de cigarro aceso. Esse, ao bater no asfalto e estilhaçou em milhares de fagulhas provocando como se fosse num tanque aberto de gasolina! A explosão foi imediata naquele combustível natural, a "inocente relva seca"! O deslocamento de ar provocado pela velocidade do veículo serviu de sopro para essa imediata e assustadora combustão. Em fração de segundo, eu já avançado, vi no retrovisor o rápido incêndio provocado com um rolo de fumaça impressionante. A quem imputar responsabilidade? Óbvio né? Por que esse motorista não usou seu cinzeiro? Sabe-se lá! Pior: - Nem se deu conta da grande besteira que fez! 

Hoje vi uma frase em um cartaz de papelão portada por uma menina defronte sua Escola Primária: - “As sementes geram árvores, os sem mentes destroem florestas!” Aprecio, aplaudo movimentos que tentam fazer a sua parte, em especial quando isso é espontâneo sem um viés político partidário! É ele, o jovem que terá que respirar por mais tempo que eu esse ar imprestável que estamos produzindo.

Vontade de gritar por socorro. Mas, alguém ouvirá meu lamento?!