199) Pucon – Um Alemão pagou meu “Rafting”!
A cordialidade ultrapassa fronteiras! Retorno a comentar da minha última
viagem ao Circuito Andino, onde uma das paradas para recuperação de tantas
horas ao volante, fez valer toda a viagem! Trata-se de Pucón, uma pequena
cidade ao sul do Chile – La Araucania - distante oitocentos quilômetros da
Capital, localidade entre vulcão e lagos, amada por aventureiros do mundo
inteiro.
Lá se encontra a oportunidade de explorar cenários naturais
deslumbrantes e uma imersão na cultura andina autêntica. Natureza exuberante com
o Parque Nacional Huerquehue com termas, cascatas, vulcão ativo, trilhas,
rafting e outros tantos tesouros. Tudo isso e mais, se encontra nessa Porta de
Entrada da Patagônica Chilena.
Reservamos um dia para fazer esse rafting, termo inglês para “descer um
rio em balsa”, cuja primeira tarefa foi convencer Elaine de ser um esporte
dinâmico, absolutamente seguro e até um pouco calmo! Canoagem tranquila,
garanti a ela!. Ingenuamente acreditou! Gosto muito, já revelei diversas vezes, de
esportes radicais, produtores de “derramamento de adrenalina” em abundância.
Esse, foi exatamente assim, mas se eu não mentisse, perderia a companhia e fazê-lo
sozinho, não teria com quem comentar depois as crises de medo com alguém. É onde está
a graça de tudo, eu acho...
No entanto, essa mentirinha bem-intencionada me causou prejuízo mais
adiante, em meio à aventura: - Uma das cascatas a descer era de um nível
destinado à categoria mais alta da aventura. Tipo exclusiva para competidores profissionais.
Nessa, o timoneiro fez todos desembarcarem e trilharem à margem do rio por uns
cinquenta metros, descendo na rocha íngreme de uns seis metros de altura. A
sugestão entusiasmada, foi a de saltarmos daquele ponto nas águas profundas e
retomar o embarque na balsa. Todos saltaram de pé. Fiquei por último, só para
ser “exibido”, pois fiz de ponta cabeça aguardando aplausos! Que evidentemente
não aconteceram... Pois nesse momento Elaine deu o vexame de se negar a saltar! Optou
por descer pela rocha cravando as unhas nas pedras molhadas e escorregadias,
numa atitude muito mais perigosa, provocando uma expectativa de acidente a
todos! Felizmente tudo transcorreu bem sem maiores dores, trazendo a “heroína”
pálida, branca como uma vela de vota a bordo! Na foto, enquanto deslizava na água agitada, ela está rindo bem a frente da balsa!
Um dia antes da aventura, fomos até o escritório de turismo, fazer a contratação do
programa. Ao pagar, o sinal internet da máquina de cartão de crédito não
funcionou e eu não tinha dinheiro em espécie. Impasse criado, pois o
pagamento antecipado era obrigatório, sem outra chance. Daí que um “Alemão” com
sua reserva já confirmada, prontamente tirou do bolso algumas notas de dólar e pagou, para um “acerto” no dia seguinte! Claro, alegremente aceitei!
Agradecido, apenas troquei um olhar com a esposa, com vontade de dizer: “Nossa!”
Cortesia gratuita, sem sinal de segurança a gente não está muito acostumada!
Maravilhoso conhecer outras Culturas, outros Povos que sempre nos trazem algum
aprendizado, algum enriquecimento cultural!