11) Cabrito Ciumento...
Meus amigos Leitores,
Tem momentos em que a gente se pronuncia e o tom da conversa parece lamentação pura. Síndrome de vitimismo, mas a verdade é que trago nessa crônica de hoje, um acontecimento real cujo personagem central, sou eu mesmo, vítima de interpretação errônea de minhas reais e sinceras intenções.
O Leitor tem todo o Direito de me julgar no caso. Julguem ao seu livre arbítrio e postem seus comentários, assinando-os por favor!
A foto da abertura é de um bichinho de extrema meiguice, vocês perceberão ao ler o texto que não se trata da "mesma pessoa!"
A foto da abertura é de um bichinho de extrema meiguice, vocês perceberão ao ler o texto que não se trata da "mesma pessoa!"
Boa leitura!
Fausto G.M. Diefenbach
Numa bela manhã de primavera de 1987, Porto Alegre estava florida e clara, quando sai para ao trabalho - que me exigia uma saudável caminhada de pouco mais de um quilômetro para pegar o carro que eu “compartilhava” com minha mulher. Ia pela avenida Nilo Peçanha rumo à Carlos Gomes, onde ficava o automóvel em questão...
Eu estava alegre,
feliz, e cantarolava alguma canção. Daqueles dias em que a gente está de bem
com o Mundo!
Ao passar por um
terreno, na época ainda baldio onde hoje tem uma revenda Toyota, avistei um enxame,
manada, mantilha, sei lá, um “grupo” de uns quinze cabritos. Resolvi brincar
com eles, na verdade brincar comigo mesmo! Aliás sigam o exemplo, pois não
existe “pessoa melhor” para brincarmos e/ou fazermos uma gozação, do que nós
mesmos! Experimentem...
Um deles se destacava,
esbelto e de cabeça erguida, parecia que olhava para mim – e olhava – na minha
doida e descontrolada alegria, dei-lhe em alto e em bom tom, um sonoro
- Bom dia!
- Bom dia!
Nisso, ele baixou
a cabeça apontou-me seus chifres e investiu em desabalada corrida furiosa
contra mim! Minha sorte, é que
o tamanho daquele neurótico animal é o de um cachorro de porte médio. “Sua arma”
era apontada em linha direta à minha região genital... Fui mais rápido do que
aquele psicopata safado e segurei-o com minhas duas mãos seus chifres. Retive
aquele cretino de sua malévola intenção às duras penas! Ali fiquei tentando entender o que fiz de
errado. Nenhuma conclusão mais precisa. Aquele filho-da-puta tinha alguma coisa
pessoal comigo que até aquele momento eu ignorava! Certamente era algo grave!
Como saber?
Sempre li e
estudei, que num Processo de Liderança, o diálogo é de fundamental importância,
vital! Então refletindo minhas memórias acadêmicas, iniciei um processo de
comunicação, com uma conversa amena, mansa para acalmá-lo.
Nada, o antipático,
presunçoso e prepotente bode em sua soberba, sacudia seu corpo inteiro para se livrar minhas
já cansadas mão, sempre se jogando em minha direção e nada de se amansar! Nessas
alturas dos acontecimentos eu já estava ficando brabo. A “brincadeira” já tinha
perdido a graça. Situação ridícula, quando eu afrouxava os punhos ele tentava
novamente me atingir. Eu naquela posição constrangedora, curvado segurando-o.
Seriam umas 08hs da manhã e o movimento da avenida cada vez maior. Motoristas passavam e me olhavam
curiosamente, alguns buzinavam, gestos, pensando sei lá o que...
Passados muitos
minutos – que pareciam horas – finalmente veio um rapaz na minha direção,
aguardei-o chegar. O palhaço já vinha rindo da minha situação:
- Socorro cara, esse bicho enlouqueceu! Me
ajuda.
- Tudo bem!
- Vamos fazer o seguinte, pega as patas traseiras e eu mantenho-o pelos
chifres e vamos balançar jogá-lo longe.
Fizemos aquela contagem até três e jogamos ele longe. Ele caia em pé, parecia que tínhamos jogado uma mesa a distância – acho que apreendeu isso com algum gato - animal desgraçado
parecia uma agulha de bússola em minha direção, pois voltava “voando” contra
mim e eu novamente me defendia de acordo com o “protocolo inicial”. Ele entre minhas
pernas forcejando e sacolejando muito para me atingir. Assim se repetiu pelo
menos mais umas três ou quatro vezes.
O que me intriga é que ele poderia me dar uma folga e pelo menos uma vez e escolher o moreno que me ajudava. Não mesmo. Repito, a questão era pessoal, íntima. Passava por ele sem dar a mínima e vinha direto, decidido contra mim. Só eu atraia seu ódio! Preferência inexplicável!
O que me intriga é que ele poderia me dar uma folga e pelo menos uma vez e escolher o moreno que me ajudava. Não mesmo. Repito, a questão era pessoal, íntima. Passava por ele sem dar a mínima e vinha direto, decidido contra mim. Só eu atraia seu ódio! Preferência inexplicável!
A insistência foi
tanta - já tínhamos uns de vinte minutos de ação – os carros aumentando em número, continuavam passando a buzinar, alguns motoristas rindo e eu ali.... Para piorar a situação, meu
companheiro – companheiro nada, traidor - disse:
- Desculpa, mas tenho que ir tchê. Fica aí
com o teu namorado que eu já vou! Hehehehe...
Foi embora, sem
a menor consideração. Me abandonou à minha própria sorte. Às vezes olhava prá trás e ria... Eu, ofegante, suado
segurando os chifres daquele filho-da-puta que também ofegava cansado, até que “nós dois” exaustos, aparentemente desistimos da contenda. Finalizei ainda com um bom diálogo conciliador de despedida:
- Vamos fazer as pazes guri? Preciso
trabalhar e tu ficas aí com as tuas fêmeas, tá?! E não se fala mais nisso...
Larguei suavemente
seus pontudos chifres – eu tinha vontade de arrancar o cavanhaque ridículo
que ele usava - e me afastei alguns centímetros bem devagar! O infeliz ficou ali,
continuava me olhando fixo, parecia que queria me dizer alguma coisa, mas não
falava nada. Nenhum “balar”!
Fui me retirando
humildemente em passos suaves para trás e bem calculados – sabia que se corresse a coisa
pioraria – e fui embora! Nunca mais passei sequer naquele lado da avenida e
quando passava não olhava para os lados. Vai que aquele racista me vê novamente
e arma outro barraco. Chega de escândalos com que não gosta da “Raça Humana”!
Bode idiota, eu tinha
apenas dado um bom dia, não queria me insinuar as namoradas dele...
Tempos depois, Danilo
– meu Irmão acostumado com as lides de campo - disse que é comum esta
manifestação quando uma de suas fêmeas está no cio. Seu corno! Pois eu guardo mágoa até hoje!
Porto Alegre, 16 de julho de 2020.
Kkkkk... Foi uma briga longa. Mas no final, que bom que vcs acabaram se acertando. Kkkkk
ResponderExcluirAbraço Fausto
Muito bom.
ResponderExcluirCampeão vc, FDP do bode
ResponderExcluirFiquei imaginando você agarrado no chifre do bode e a galera buzinando. Dizendo assim: Vai Fausto, agora, derruba o bico. Hahaha.
ResponderExcluirNada como uma boa peleia kkk
ResponderExcluirSituação muito delicada,hilária, constrangedora, mas que me diverti muito, me diverti lendo tua crônica Fausto! Rsssssssssss
ResponderExcluirQue peleia!
ResponderExcluirTu estás parecido com o Danilo.
ResponderExcluirTu nem parece que é de Jaguari, Fausto!!!!
ResponderExcluirQuerer passar o bode para trás m, quando a cabra está no cio, dá bode!!!!
Ainda bem que não foi um dos "meus" pit bulls!
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirAinda bem que segurou os chifres a tempo, senão kkkkk! Que situação bizarra!!
ResponderExcluirA briga ,foi grande,ainda bem que conseguiu sair sem seqüelas dessa cituação! Kkkk
ResponderExcluirSinto muito amigo mas o bode velho tinha razão,o cabritinho e bem parecido contigo
ResponderExcluirAcho que tens razão. Também achei-o parecido comigo, mas não comenta com minha esposa, por favor!
ExcluirMaravilhoso
ResponderExcluirMuito bom, quase deu bode novo, mas enfim venceu o bode velho! Hehehe, abraço!
ResponderExcluirAlemão
ResponderExcluirGuri de Jaguari ou qq outra parte dos interior tem passado comprometido qdo o adjunto e cabrita, ovelha etc.
Assim, esse bode já deveria ter informações sobre vcs.
Se fosse um magro do bonfa, talvez não tivesse acontecido nada.
Legal Fausto. O bacana é que vc escreve dentro dos ótimos gauchês. Em frente....
ResponderExcluirMuito boa a historia!!!
ResponderExcluirAprendi, não vou dar bom dia para bode nenhum. Kkkkkkkk
ResponderExcluirViu Fausto, nem sempre gentileza gera gentileza.
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