30) Afogamento II.
Além do baile tradicional, a Comunidade programava alguns momentos de arte com humor e a tradicional eleição da Rainha do Evento, apresentações e curiosamente um Balé Aquático que observado do salão de dança, afinal de contas ele estava instalado sobre o rio, fazia da festividade momentos de muita diversão e encantamento!
Esse balé, era
ensaiado por muitas noites seguidas, ao lado de onde se montaria o tablado. Um
grupo de meninas da cidade compunham esse seleto grupo. O local era de água parada
e profunda, que facilitava a natação, no entanto exigia cuidados.
Pois bem, nestas ocasiões eram convidados alguns jovens da Sociedade, dois ou três garotões atletas da época, que ficavam zelando alguma eventual emergência. Camotin (também conhecido como Kolvinko) e eu éramos apenas dois moleques adolescentes que sequer merecíamos honroso convite, embora com a expertise relatada na crônica anterior.
Eu e Camotin percebemos o que estava acontecendo e nos jogamos ao rio para socorre-la. Rápida aproximação e cheguei procedendo protocolo como treinávamos abraçando-a por trás – ela era maior que eu – e com estrema dificuldade fui nadando com uma mão só “bebendo água” e a outra mão que resvalava de sua axila, tocava no seio. Numa hora dessas, não há erotismo algum e sim um absoluto desespero. Camotin ficou nadando defronte a ela querendo ajudar, mas sem efetividade, pois eu já tinha pego a vítima. A maioria nem percebeu claramente a nossa “heroica ação”, senão quando já estávamos chegando à margem. Aí, todo mundo ajudou!
Bailarina salva! Sentada na areia tossindo e choramingando enquanto eu me jogava na areia exausto, cuspindo água meio morto meio vivo. Camotin, que embora não tivesse ajudado merda nenhuma, ficou em pé triunfante defronte a vítima, orgulhoso, ostentava musculosa pose de Tarzan, o Herói! Quando ela se recobrou parcialmente, ainda meio chorando, perguntou quem tinha socorrido?!
- Foi tu Camotin?
- Claro! Eu estava aqui para isso, e...
Disse o “ladrão de salvamento”, enquanto eu me recuperava! Me deixou de lado e foi colhendo os gloriosos louros sozinho cheio de orgulho e muito faceiro! Entretanto, ela responde rispidamente:
- Desculpa mas eu tava...
- Desculpo coisa nenhuma. Some da minha frente, seu aproveitador sem vergonha !
O Fausto está um verdadeiro escritor e bem diz o Sergio Faraco, ao contar que em 1982 uma editora curitibana publicou "O Passageiro do Tempo" do autor Antonio Milano que era desconhecido, claro diferente do Fausto que já coleciona milhares de leitores, mas também pode ter seus contos publicados como "Memórias de Aventuras do passado"
ResponderExcluirObrigado meu caro Dirceo pelo título "Verdadeiro Escritor"! Acho que no futuro o "Contos de um Ridículo" poderá ser editado como livro. Se um dia eu souber que ele causou uma rizada, isso me bastará!
ResponderExcluirÉ isso que dá querer dar uma de herói no lugar do outro e vc acabou se dando bem porque a vítima não soube reconhecer. Muito divertido ver o seu amigo ser esculachado no seu lugar.
ResponderExcluirKkkk! Sempre o Cauby conta esse episódio! Sacanagem! Mas foi muito bom recordar toda beleza que existia na época, os bailes da praia famosos. Saudades!
ResponderExcluirPor favor coloca seu nome. Não soube identificar seu comentário, que percebo ser da nossa Região e época! Obrigado por atestares a "verdade dos fatos"!
ExcluirEra um espetáculo os bailes da praia,sempre algo mais,e esses guris faziam o algo mais,hehe.
ResponderExcluirQue dupla!
ResponderExcluirO silêncio e a humildade foram recompensados! Ótima histórias!
ResponderExcluirQuem sabe ela não se deixou afogar para ser socorrida pelo Fausto e quando achou que fosse o outro ficou raivosa?
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