segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

42) Quando uma única palavra ofende bastante!


Essa crônica, para variar um pouco, narrarei de uma passagem acontecida em Jaguari!

O Personagem Central do “ridículo vivido, ” não fui eu dessa vez, também mereço uma breve anistia!

 


Quando uma única palavra ofende bastante!

 

Num Verão não muito distante dos dias de hoje, Jaguari vivia um calor intenso e nada melhor do que frequentar o bucólico Balneário Fernando Schilling, rio de águas claras e límpidas, que empresta seu nome à cidade.

O rio chega à cidade vindo do Leste e ao encontrar ao “barranco” que dá origem a cidade de Jaguari, faz uma curva de 45 graus ao sul. Nesse ponto se forma uma bela ilha de areia clara, de uns 200 metros por 50 coberta de mata nativa que predomina o “Salso Chorão” com arvores de mais de cem anos, dando uma invejável sombra aos que não querem se expor ao Sol em demasia!

A curva em direção ao lado Sul, para proteção da encosta foi construída, há muitos anos, uma murada com pedras de alicerce que culmina à beira do rio em forma de escada por uns bons cinquenta metros. Nos dias de grande movimentação, essa escada se torna uma excelente arquibancada que lota de pessoas que preferem ficar totalmente à sombra observando o alegre e colorido movimento dos banhistas.

Num desses dias de grande movimentação estavam sentados nessa arquibancada junto com a multidão, o jovem Country e suas irmãs. Ele, antigo conhecido e conterrâneo nosso que estava fora de Jaguari havia uns cinco anos. Country era um bom rapaz de uns hábitos um pouco estranhos. As más línguas diziam, que seu desaparecimento da cidade por algum tempo, seria exatamente consequência desses tais de hábitos que ele assumira sem nenhum temor à homofobia... Seus deslizes e chiliques eram plenamente aceitos como postura natural em seu reduto! Na minha cidade, nada mais do que alguns olhares com ar de desconfiança...

Pois nesse dia de grande movimentação, chegou meu amigo Camotim - que está presente em mais de uma crônica – avistando o velho conterrâneo a ele se dirigiu para cumprimentá-lo e dizer sei lá quais palavras de boas-vindas a nossa Terra! Camotim é de fino trato e assumiu naquele momento a responsabilidade de Cônsul Jaguariense. Foi então dar esses votos de boas-vindas à Terra Natal, ou dizer qualquer outra coisa menos protocolar! Com sorriso largo que lhe é peculiar, estendeu a mão ao amigo:

- Olá Country! Quanto tempo! Que prazer e como é bom vê-lo novamente por aqui!

É recebido com ar de grande surpresa e gestual de zero testosterona, ajeita sua franja com apenas dois dedos jogando-a para trás, joga o queixo para cima e em alto volume e voz misto de fanho com o potente barítono :

- Áááááái Camotim! Como tu estás VÉÉÉÉÉLHO!


Percebendo que dezenas de pessoas ao redor ouviram tudo – até porque a saudação do Country, naquela voz de “taquara rachada” foi em altíssimo volume – percebida por todos. A resposta também foi ouvida, é claro no mesmo tom e volume, pois Camotim, heterossexual raiz, muito mais para à grossura de que delicadeza afeminada, solta a mão do cara rapidamente, dá dois passos para trás, como se tivesse levado um choque, faz um gesto tresloucado com uma das mãos quebrando o pulso na mais tradicional pose afeminada e tasca fogo em resposta contundente:

- Áááááái Country! Como tu estás PUUUUUTO!!!

A arquibancada que tudo ouvia, se esborracha em sonora gargalhada, o que provoca a imediata fuga do Country, moço de suaves gestos!

Lição maior: Quando alguém usa uma “palavra ofensiva”, deve se preparar para ouvir uma de potência similar!



13 comentários:

  1. Curto e grosso,assim é o texto verídico.Sensacional,meu caro escritor.Abreijão.Hehe.Xé.

    ResponderExcluir
  2. Hahaha tô imaginando a cena, porque o local conheço bem!! Sensacional!

    ResponderExcluir
  3. Hahaha tô imaginando a cena, porque o local conheço bem!! Sensacional!

    ResponderExcluir
  4. Não me canso em ouvir esta história. Acho realmente uma narrativa muito gostosa

    ResponderExcluir
  5. Que presença de espírito do Camotim , kkkkkk

    ResponderExcluir
  6. Camotim soube dar o troco. Boa presença de espírito...kkkkkk

    ResponderExcluir