quarta-feira, 3 de março de 2021

 43) Aeroporto Internacional de Miami

 

Meus amigos,

Sempre atento às oportunidades de viajar e conhecer o Mundo, é que reputo ser uma excelente forma de se aculturar. Cada viagem, cada povo diferente que se tem contato, nossa reserva cultural enriquece e melhor ainda, quando podemos revelar aos que nos rodeiam no dia-a-dia, dessas novidades, a cultura se espalha, ganha vida!

Hoje contarei como começou minha “relação” com os EUA e dali meu desejo de apreender um novo idioma, talvez o terceiro mais falados no Planeta: O Inglês!


 

Aeroporto Internacional de Miami

No ano de 1975 iniciei um trabalho como Representante de Vendas na IBM Brasil Ltda. Desde o início da minha atividade fui


abençoado com muita sorte. Muito me ajudou o entusiasmo com que tocava aquela missão. Tínhamos quota de venda para o ano todo e eu acompanhava a cada equipamento vendido, qual a distância do cumprimento 100%!

Nunca fui o “melhor vendedor”, mas a motivação que me impulsionava ferozmente ao cumprimento das metas, era a premiação que envolvia esse trabalho e que vem ao encontro do que escrevi hoje nas primeiras linhas, isto é, “viajar”! Nesse meu primeiro ano na Organização, havia um prêmio de quatro dias em uma convenção, chamada de Clube 100%! A Convenção era em Acapulco, no México! Ora, para quem tinha tido sua maior viagem ao Rio de janeiro, Acapulco se tornava um sonho de enlouquecer, por conta disso eu me dedicava loucamente... Oito de dezembro, vendi o último equipamento me habilitando a participar do glorioso Clube 100% nas Terras de Montezuma II, o antigo Império Asteca!

Na época, não havia voo direto nem à Capital, Mexico City, muito menos para Acapulco. Saída de Porto Alegre nos primeiros dias de fevereiro para dormir em São Paulo. Dia seguinte S. Paulo ao Rio. Troca de aeronave e voo até Miami pra mais um pernoite, com escala em Caracas. No dia seguinte Miami até Cidade do México, onde finalmente num voo doméstico chegar em Acapulco... Jovem e encantado com voos, não fiquei cansado, nem de longe! Realizado!

O evento e a estada naquela encanadora Região, não há palavras suficientes para descrever. Mas não fiquei nisso, com mais três colegas, depois de encerrada a Convenção, fizemos nosso retorno com paradas rápidas de três dias em cada local começando pela cidade do México e em sete cidades americanas, encerrando em Miami-Flórida.


Fui orientado pelos colegas de viagem para deixar as compras – que na época eram alvissareiras – para essa localidade, onde se reservou um dia a mais das férias para esse fim. Os atrativos eram as calças Lee, uísque Cavalo Branco, cigarros americanos e mais uma infinidade de quinquilharias. Com pouca ou nenhuma experiência fui comprando tudo que é bobagens que me vinha à frente, sem considerar que “tudo aquilo” eu teria que colocar dentro de uma mala, nesse caso, malas e sacolas...

No dia de vir embora e encerrar as férias fiz minhas malas e o volume ficou “considerável”!

Chegando ao aeroporto de Miami, os três amigos se anteciparam e foram fazer o embarque enquanto eu encerrava a locação do veículo. Sozinho, abraçado em uma mala cheia e enorme, sacola a tiracolo, outra sacola numa das mãos, mais uma sacola na mão que sobrou e fui adentrar na sala de embarque suando e com a “língua de fora” aproximando daquela imensa porta de vidro, impulsionei todo meu peso e com vigor para empurrá-la e ceder minha passagem, quando “supreendentemente” essa porta se abre espontaneamente de forma automática – é lógico né – e adentrei naquele enorme saguão sem nenhuma resistência daquela porta desgraçada, o que me deu uma velocidade incrível!

O primeiro passo para ficar em pé, foi batendo fortemente o pé no chão, chamando atenção de muitos que ali se encontravam; mais uns dez passos escandalosos naquela indecisão se eu me esborrachava no chão ou me mantinha em pé. Foi um escândalo. A medida em que eu “tastaviava” ruidosamente em frente, de olhos arregalados prevendo um "festivo tombo",  olhares – alguns com olhar de preocupação – creio que aguardando o momento do rolar no chão no "módulo espetacular", que não aconteceu!


Finalizei essa “festiva” entrada quase defronte aos três colegas que me aguardavam, mas que lógico,  envergonhados pelo meu show de grossura, um deles comentou:

- Eta guri grosso, seu! Não conhece porta de aeroporto?

Depois de respirar fundo e perceber que já não tinha tanta gente olhando, me defendi:

- Ora, cada um entra no aeroporto do jeito que gosta!

Não foi uma resposta muito inteligente, mas não tinha inspiração para algo mais aceitável. Até isso – portas automáticas – a gente só apreende fora da nossa zona de conforto! Pelo menos por alguns minutos, fiquei muito conhecido no aeroporto! Que orgulho!!!


9 comentários:

  1. É porisso que sempre em nossas viagens, pergunta se eu vou conseguir levar tudo. Ficou um trauma.

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  2. Espero q não tenha dito ser Jaguariense p não nos envergonhar... (brincadeirinha) como sempre tuas crônicas são otimas.

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  3. Eta guri,sempre desbravando o mundo,esse chega a Marte.Abreijão.

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  4. Viajar, sempre nos ensina.
    A sermos organizados e econômicos,
    Com a bagagem.
    Muito bom.Fausto.

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  5. Fausto, fosse hoje, voce estaria vendendo Appel e tu redaçao seria: "Oito de dezembro 1976, vendi o primeiro Apple, glorioso Clube 100% nas Terras de Cupertino na California,

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    1. Quase isso Dirceo Stona! Só que a Apple lançou o primeiro micro computador - ou PC como foi chamado na época - somente oito anos depois de eu ter fechado meu Primeiro Clube 100%, isto é, janeiro de 1984. Steve Jobs se notabilizou na ocasião chegando assustar a IBM, que fortaleceu seus investimentos em computador de grande porte! As duas mega Empresas vão muito bem obrigado!

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  6. Adorei!Como sempre nos divertindo muito com suas histórias!kkk

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  7. Kkkkk viajar é bom demais, mas volta e meia acontece esses lances hilários. Adoro a forma como vc descreve. Dei boas gargalhadas imaginando a cena.

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  8. Viagem só é boa quando acontece um fato hilário

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