Como afirmei no início, o poder da palavra por sua força, também entra numa área de alto risco que se deve ter muita prudência, como bem dizia Winston Churchill, um dos maiores Tribunos do Século Vinte: "Uma vez que a luz viaja mais rápida do que o som, algumas pessoas parecem brilhantes, até que comecem a falar..."
E como trabalham os políticos visando suas eleições? Certamente focados nessa área! Não dá para responder com precisão matemática de o que surgiu antes, se alguém se notabiliza pela facilidade de falar em público ou a oratória veio pelo seu bom posicionamento político! Talvez ambas. Posso assegurar que a prática desinibe e o treinamento conclui a maturação do orador. Tudo o que nos assusta ou dá maior trabalho, quando executado com êxito nos gera um imenso prazer! Trata-se do “choque” de viver momentos de tensão com a consequência de grande derramamento de adrenalina no sistema e depois a compensação edificante da endorfina! Enfim, falar em público se torna muito prazeroso, acreditem!
Nos bons
tempos de viver com meus Pais, acompanhei um fato decorrente de um pequeno
acidente ocorrido com o Bela. Empregados que meu pai e seu
irmão mais velho tinham, quando ainda existia o curtume e fábrica de calçados
de suas propriedades. O curtume, com não mais de quinze empregados de
um trabalho pesado e convivência permanente com o mau cheiro que esse tipo de
indústria gera. Era lá que ele trabalhava.
Numa segunda-feira, o Bela foi trabalhar profundamente queixoso, furioso, revoltado com o ataque de um cachorro, ocorrido no domingo justamente quando estava indo à Missa, seu fiel e intransferível compromisso semanal. O maldoso cão lhe mordeu a perna, causando ferimentos leves, mas com repercussão material revoltante: Rasgou sua calça nova!
Cabe aqui uma consideração extra da análise da tal calça nova: Uma calça se torna velha à medida em que sofre lavagens e mais lavagens, daí então deixar de ser uma calça nova que finalmente ficou velha... Apenas para esclarecer que a referida calça, certamente tinha muitos anos de uso e com certeza merecedor de um apego extraordinário do seu dono, o que justifica a tristeza de sua destruição, ainda que parcial numa calça "considerada nova"!
De qualquer forma, a vítima do ataque canino não estava dando a mínima para o ferimento em sua perna, mas sim ao prejuízo material com sua "Roupa de Domingo"! Insuflado por seus colegas de trabalho, decidiu ter com o dono do cão malvado, cachorro que não deveria estar solto na rua, levando perigo aos transeuntes da via pública. A calça nova, objeto de sua revolta deveria ser reparada, indenizada como um mínimo de consideração, pelo responsável pela fera...
E assim a história conta que chegou o dia fatídico da conversa com aquele proeminente político jaguariense.
Na segunda-feira seguinte, o seu Bela volta ao curtume calado, concentrado no trabalho. Sequer olhava para seus dedicados parceiros na montagem do “processo verborrágico” duramente construído por toda uma semana. Isso causou ansiedade coletiva até que um dos colegas, não suportando a pressão psicológica, largou suas ferramentas de trabalho e com as duas mãos na cintura, nervosamente inqueriu o então silencioso Bela:
- Mas e daí tchê. A gente fica toda semana te ajudando, foi lá cobrá o home e não nos conta nada?! Afinal, ele te pagou aquela merda de calça nova ou não? Qualé?!
- Não! (Secamente!)
- Como assim não?! E os teus direitos onde ficaram? O que ele disse?
- Ele "se expressou-se" muito bem! Agora me dexa trabaiá!
Hehe,pura realidade do fato.
ResponderExcluirIsto ocorre até os dias atuais, nós, o povo, não sabemos nos expressar nem nas urnas e os políticos bem preparados nos levam na "boa" conversa. Temos nossas calças novas (desbotadas e rasgadas) e eles, cães ferozes a nos morder.
ResponderExcluirQuem tem uma boa conversa acaba saindo ganhando. Políticos são mestres em enrolar o povo. Coitado, ficou no prejuízo.
ResponderExcluirQuem tem uma boa conversa e simpatia abre portas.
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