107) A Potência de um Rossi Calibre 32!
Como relatei na crônica da semana passada, desde menino tive uma especial atração por armas de fogo, sua potência, sua letalidade, seu poder!
Meu mano Sérgio – o mais velho em quatorze anos – fez uma aposta em resultado de eleição municipal de Jaguari, que lhe resultou ganho e a aquisição de um revólver Rossi calibre 32. Eu era muito bem iniciado nos manuseios e tiros com arma calibre dezesseis do meu pai. Confesso que o ingresso daquele revolver no nosso quarto - eis que eu o dividia com esse mano – me causava aguda curiosidade.
Numa tarde quente de Verão, pai em sua habitual sesta de apenas uma hora, mãe em lidas na cozinha, silêncio típico de cidade pequena na “hora do descanso vespertino”, meu mano fora, sei lá onde, eu me recolhi ao quarto aproveitando particular privacidade e me pus a manusear tão novo equipamento de fogo. Desmontei-o, tirei todas as balas, montei-o de volta e deixei o tambor vazio.
Lembrei da loucura que alguns estúpidos aventureiros fazem com um revolver, a chamada “Roleta Russa”, que consiste em colocar uma única bala dentro do tambor e girá-lo aleatoriamente e num movimento lateral fazer com que o tambor, agora municiado com uma unidade, voltasse para a câmara de explosão, engatilhar, isso faz um giro no tambor colocando a bala em posição de disparo e apertar o gatilho com o cano, de novo, estupidamente dirigido à cabeça. É algo muito louco que já ceifou algumas vidas no passado com essa disputa e/ou brincadeira isenta de qualquer responsabilidade ou bom senso, é logico!
Apenas para movimentar a arma, iniciei
esse processo, colocando uma bala, fiz o giro e fechei a arma. Então verifiquei
externamente onde ficara a bala. Pois ela estava à esquerda da câmara de
explosão o cano! Sabe-se que ao engatilhar, o tambor gira e coloca o espaço
seguinte na famigerada câmara. Percebi, estupefato que naquela experiência eu
teria me matado! Ufa!
Abri a arma e repeti a brincadeira, evidentemente sem a menor intenção de “fazê-la completa”, afinal de contas na primeira tentativa eu teria sucumbido a morte!
No giro que fiz dessa vez, a bala não ficou naquele posicionamento anterior, que dispararia. Então, agora sem risco, engatilhei novamente e fiz o gesto tradicional da Roleta Russa. Num lapso de tempo lembrei uma frase do meu velho pai, com Sabedoria dizia:
- O diabo mora no cano de uma arma!
Então tirei o cano da cabeça que o colocara entre o olho e o ouvido, que segundo um veterinário, quando se quer fazer a eutanásia de algum animal, é ali que se dá o tiro, pois a morte é tão instantânea, brincava o profissional, que “ele nem ouvirá o tiro!” Então coloquei no joelho, afinal ali, não me mataria. Mais um recado mental do meu velho: “É no cano de uma...” Apontei-o contra o guarda-roupas e acionei o gatilho: BAMM!!!
Sim. Eu teria suicidado! Nem posso dizer inocentemente, mas burramente! Pois o giro do tambor que descrevi naquele primeiro movimento que suspeitei teria me matado, teria não, pois o giro do tambor é no sentido anti-horário, então naquela situação anterior a bala teria se afastado da câmara. Nesse fatídico segundo momento, a bala ficara logo a DIREITA da câmara, que não percebi, ao engatilhar, se coloca em situação de disparo, e disparou!
Pois a potência de um revólver calibre
32, hoje em total desuso pela sua relativa baixa letalidade teria feito um estrago monumental, seja no joelho ou
na cabeça desse idiota aqui... Perdão, “quase idiota” pois não cheguei a disparar!
Reflexão derradeira: É de fato
no cano da arma que “ele” mora. Brincar com arma de fogo, arma branca, arma de
pressão ou qualquer outro instrumento dessa famigerada família, não faça nunca!
👍👏
ResponderExcluirFAUSTO!
ResponderExcluirARMAS SÃO EFICAZES PARA FRENTE DE NÓS...
TÃO SOMENTE !
Que loucura 😬
ResponderExcluirAssustador. Um colega do meu tio, era militar, morreu nessa "brincadeira".
ResponderExcluirAs armas são necessárias, nunca sabe-se quando. Não para essas experiências.
ResponderExcluir👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻
ResponderExcluirCredo! Sou anti armas!! Tenho pânico! Mas a crônica está ótima como sempre! E bendito tio Waldemar ! 🙏🏻🙏🏻🙏🏻🙏🏻🙏🏻
ResponderExcluirUm vizinho meu do interior fez este tipo de brincadeira e foi fatal. Lembro do sofrimento dos pais e quanto o irmão que estava junto demorou para se recuperar psicologicamente
ResponderExcluirE verdade meu amigo. Arma de fogo é do Diabo. Sempre gostei de levar em pescaria e testar a pontaria num tiro ao alvo. Com uma 22 de 15 tiros ou com 38.
ResponderExcluirFausto, além de arma ter o diabo morando no cano dela, tem outro no ouvido do cara dizendo. “Vem comigo vem. Aperte o gatilho bonitinho”
ResponderExcluirPum
Armas sempre existiram nas suas diversas formas. Auto defesa, instinto natural dos seres. O importante é estar nas mãos certas e no necessário momento. Nada de brincadeirinhas. 😳Um abraço 🙎♀️🙏
ResponderExcluirNossa, que loucura!! Ainda bem que o ensinamento do seu pai lhe salvou. Com armas não se brinca!
ResponderExcluirMeu Deus! Tremi nas bases com este relato.
ResponderExcluirOh menino curioso e levado este Fausto!
RSSSSSSSSSSSSS
Sou anti armas também , mas serve de alerta para leigos como eu. Salvador foi a frase do teu pai.abs
ResponderExcluir