113) Paraquedismo: - Emoção sem Limite!
Numa
tarde qualquer do Verão de 1995, recebi a habitual ligação do meu mano Percy, quando comentou
indignado e pesaroso de que seu filho mais novo, o rebelde Waldemar, tinha
feito uma bobagem sem tamanho, incrível: - "Matriculou-se num Curso de Paraquedismo!" Interrompi logo a conversa pedindo a falar imediatamente com ele:
- Walde! Que legal! Onde é o curso? Posso fazer o curso contigo?!
Decepção monumental do meu irmão com minha irresponsável atitude! Coitado do pai zeloso e apreensivo! Esperava um discurso a demovê-lo da tal loucura. Pois na sequência, fizemos o louco, desafiante curso na Área de Paraquedismo da cidade de Sapiranga-RS, na Escola Evolução de Paraquedismo, comandada pelo Professor e amigo Lasiê, num discreto aeroporto com pista de grama para pequenas aeronaves! No curso, após a cuidadosa fase teórica, veio a desafiante e temida fase prática: - Primeiros sete saltos foram os "enganchados", cuja abertura do velame se dá por conta de uma fita enganchada na aeronave que tira o pilotinho e faz a abertura do velame.
Foi o viver de uma fase das maiores emoções e derramamento de adrenalina da minha vida! Repeti muitas vezes: Quem já saltou, não encontra palavras suficientes para descrever o que é o "abandonar" uma aeronave num imenso vazio! Abrir a porta e voar livre, leve e solto a mais de 250 km por hora rumo ao solo!
Quem nunca saltou, jamais entenderá o que significa esse desafio enlouquecedor, de cair nesse imenso vazio que há entre a aeronave e o solo! Se abandona a segurança dos pés firmes de dentro de um avião e voar! É inebriante! Nos primeiros sete saltos, encara-se uma saída a 4.000 pés de altura ao despencar rumo ao chão com um incrível, gelado e vento na cara!
Nesses primeiros saltos, curte-se o voar com o paraquedas aberto que é sensacional. Sai-se portanto, aos 4.000 pés – uns 1.333 metros de altura - que ao olhar para o chão, não dá para distinguir, lá em baixo, se é um ônibus ou uma Kombi na estrada, tamanha distância/altura desse início de voo! São uns oito minutos de deleite e gloriosa sensação de alegre liberdade!
O silêncio durante esse voo com velame aberto, é um espetáculo! O ruído da aeronave que nos lançou vai sumindo, e a Natureza nos brinda com sons únicos, quase imperceptíveis no nosso dia-a-dia na cidade. Ao navegar, escuta-se o chiado do velame cortando o ar e do solo, ouve-se curiosamente latido e o cantar de galos! Só isso. Momentos inesquecíveis de uma beleza monumental!
A iniciação é cautelosa, segura, lenta que evolui aos poucos. Só depois desses saltos enganchados, é que começam os saltos em QUEDA LIVERE!
A altura da saída aumenta gradualmente com o tempo em queda cada vez maior. É a partir do oitavo salto que o atleta comanda abertura, e o desafio é em cada salto. A evolução que nos leva aos saltos em queda-livre, se dá e se perde o sentido lúdico daquela navegação com paraquedas aberto.
Corre-se os riscos do esporte radical, nos saltos das grandes alturas e seus longos segundos de queda até a desafiante decisão da hora de comandar abertura, que deve ser lá pelos 4.000 pés, rigorosamente controlado pelo altímetro afixado no pulso. Abertura é violenta. Forte choque pela redução da velocidade de queda e então se volta à paz e tranquilidade do voar com velame aberto!
Esses saltos se dão – dependendo do porte da aeronave – aos dez, quatorze e até dezessete mil pés de altura, com cinquenta a setenta segundos dessa desafiante queda-livre. Isso sim é um absurdo. Não tem como descrever! Para entender, tem que ir lá e saltar!
Foram muitos saltos das minhas experiências, mais de trezentos. Tive a alegria, em parceria com Álvaro, até de viajar aos EUA, Deland – Flórida, localidade próxima a Orlando, a saltar durante dez dias na Área considerada a Capital Mundial do Paraquedismo. Lá, suas potentes aeronaves com turbo hélice, decolam com mais de vinte atletas a subir até 14.000 pés! É a glória!
Foi apenas em um dia em Sebastian, ao norte de Miami, onde tivemos o glorioso voo a 17.000 pés e creiam-me, quando se está caindo, não há as chatas limitações visuais que se tem em uma janela de avião de carreira! Nesse salto a percepção de Pitágoras de que a terra é redonda, aqui se encerra, a gloriosa visualização é clara: A terra é redonda, sim!
A beleza do Planeta lá de cima é inebriante. Vê-se com incrível clareza o azul do infinito em contraste com o branco das nuvens e o verdejante Planeta com seu Mar também azul! É um encanto só. Foi num único salto aqui nessa altura. Foram setenta segundos até comandar o choque e a barulhenta abertura do paraquedas. Parece pouco tempo para um viver normal, mas voando assim, naquela velocidade, é uma eternidade com registro perpétuo em nossas mentes!
AO SAIRMOS DA ACFT.- COMEÇAMOS A CONTAR: 1MIL 2MIL,3MIL,4MIL. VELAME...
ResponderExcluirÉ MARAVILHOSO !
Saltos de baixa altitude a contagem é assim rápida! Aos 10.000 pés tem que ser no altímetro, a comandar lá pelos 4.000. Isso dá um retarde de uns 45 segundos. É bastante tempo para CAIR!!! Obrigado por comentar meu caro Ivan!
ExcluirParabéns FAUSTO. Muita coragem. Aos 73 anos só aplaudir de longe.
ResponderExcluirTeu aplauso, já me é suficiente, porque saltar, já me aposentei!!!
ExcluirParabéns Fausto!!! Seu sobrinho teve um parceiro para tal loucura!! Que legal!!
ResponderExcluirDeve mesmo ser "emoção sem limite".
Abração Fausto.
É Cristian, esse sobrinho me levou à loucura do paraquedismo, mas depois de eu ser iniciado, levei outros dois sobrinhos (Eduardo e André) para essa loucura!!!
ExcluirMais um excelente blog. Parabéns, meu amigo corajoso!
ResponderExcluirMuito obrigado pela leitura. |Na próxima, assina para eu saber quem escreveu comentário, por favor! Abraço.
ExcluirParabéns meu amigo fausto, quisera eu ter um tio assim tão radical e corajosso parabéns de novo a vc
ResponderExcluirObrigado por ler e comentar. Na próxima, assina para eu saber quem escreveu...
ResponderExcluirEsse meu primo é mto corajoso mesmo. Eu já me dá dor de barriga só de subir numa árvore.... Kkkk
ResponderExcluirAbração!
Tânia por incrível que pareça, tenho medo de altura! Mas junto uma coragem nem sei de onde, para "sair do avião "! Depois, é uma alegria indescritível que vale a pena!!!
ExcluirBem dinâmica tua trajetória no paraquedismo!Meu filho Waldemar não foi tão longe como tu neste esporte !Percy Diefenbach
ResponderExcluirÉ. Eu sei, mas ele fez alguns saltos em queda livre, que é o GRANDE MOMENTO no PQD, que a maioria absoluta, "amarela" e abandonar o esporte...
ExcluirParabéns meu amigo pela coragem! Deve ser realmente muito emocionante e vc descreve com entusiasmo a sua paixão por esse esporte.
ResponderExcluirVerdade Kátia, o esporte acaba apaixonando pelo tamanho da dose de adrenalina no sistema. Só tive coragem quando seu nível "empatou" com a dose de medo...
ExcluirParabéns Fausto, excelente narrativa sobre esse radical esporte... abraços.
ResponderExcluirObrigado por ler e comentar. De fato o esporte radical acaba por nos envolver em tamanho grau de emoção, que nos leva à paixão! Vale a pena tal experiência. No seu próximo comentário, não deixe de assinar, para eu saber seu nome, por favor!
ExcluirPois então. Espetacular termos coragem para desafios dessa magnitude e poder sentir a emocionante sensa9ção de voar. Parabéns pela experiência. Abraço
ResponderExcluirObrigado por ler e comentar. De fato o esporte radical acaba por nos envolver em tamanho grau de emoção, que nos leva à paixão! Vale a pena tal experiência. No seu próximo comentário, não deixe de assinar, para eu saber seu nome, por favor!
ExcluirEspetacular. Imagino a sensação de saltar mas nunca fiz isso. Talvez a minha imaginação seja muito tímida perto do relatado pelo Fausto.
ResponderExcluirÉ. "Voar sem motor" produz emoções indescritíveis!
ExcluirCada vez que leio os comentários dos leitores do blog fico certo que teu espirito aventureiro sempre foi uma marca registrada dos Diefenbach. Ai fico me imaginado, o que seria se tivessemos um Policia da Memória para nos fiscalizar em uma distopia. Como as historias seriam passadas e recordadas pelas novas gerações? Como sempre meu amigo, maravilhosa tua crônica, onde trazes como tu mesmo diz: "A iniciação é cautelosa, segura, lenta que evolui aos poucos. Só depois desses saltos enganchados, é que começam os saltos em QUEDA LIVERE!. "
ResponderExcluirObrigado Dirceo por ler e comentar minha crônica! Verdade, desde os tempos de moleque adolescente, na querida Jaguari, procurei desafios e aventuras que movessem com a produção de adrenalina! Foste companheiro naquela época em tantas que fizemos pelo rio e morros daquela cidade!
ExcluirAmigo Fausto, já paguei para saltar e não fui por medo. Não tenho e nunca terei coragem para saltar. Mas gostei da forma que tu começou a saltar.abs
ResponderExcluirNão foste o único nem o último, José Nelson. São muitos os que se entusiasmam "ATÉ CERTO PONTO", põe a cabeça no travesseiro e preferem ficar em casa e esquecer "aquilo"!!!
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