123) Um Jantar Muito Cruel!?
Tenho frequentemente exaltado nesse canal de comunicação, a importância e até reverência que faço ao bom hábito de viajar, conhecer novas Culturas a nos permitem constante aprendizado e aquisição de Sabedoria. Paralelamente respeito os custos financeiros que esse “hobby” representa que por outro lado considero um investimento.
Comento inclusive, se ao invés dessas incursões, em especial ao Exterior, eu as tivesse evitado e composto um bom saldo de poupança, hoje aposentado, poderia aproveitar toda aquela grana economizada para... Gastar em viagens! Concluo feliz: - Aproveitei e continuarei aproveitando a decisão de viver intensamente cada dia que minha Vida me proporciona! “Carpe Diem”!
Dezembro de 1995 Ukê, minha parceira na época, tinha uma amiga, a Cica, que casou com um Cidadão de Bangladesh residente no Queens, em New York. Pois essa amiga, maravilhada por NYC, nos convidava insistentemente a curtir uma semana por lá. “Tenho um quarto exclusivo para vocês!” Convite aceito. Passaporte em dia com seus complicados “vistos americanos” registrados, com uma semana de antecedência a data do convite, lá fomos nós!
Confesso, fui preocupado, inseguro em ficar duas semanas longe de casa, mesmo não sendo a primeira vez de tempo tão longo. Planejado a primeira semana em Manhattan hospedados no YMCA. Hospedagem econômica, muito barata mesmo de instalações simples mas com um endereço de localização invejável: - Defronte ao Central Park!
Meus medos se materializaram, logo na primeira noite, ao caminhar à toa pela Quinta Avenida, comi saborosas amêndoas torradas, expostas à venda na rua em latas com brasas. Mastigando, talvez alguma pedrinha, quebrei um dente! Pré-molar inferior, lascado no lado interno tornando essa face fraturada, afiada como uma gilete. Pois a língua com sua “vida própria”, tocava insistentemente naquela lâmina o tempo todo! Uma hora depois, a língua já estava inchada! Que desespero! Recém no primeiro dia de duas semanas!
Dia seguinte lembrei que o bilhete aéreo na época, foi comprado através do cartão de crédito Diners, ofertava uma cortesia de um seguro saúde! Cedo contatei com o banco no Brasil, por um daqueles 0800, e pasmem, orientado em apenas 45 minutos eu já estava sentado na cadeira do Dentista que resolveu prontamente com um provisório, mantido por uns três anos, embora a recomendado substituí-lo logo que voltasse ao Brasil... Evidente que quando confessei isso ao meu Dentista “Picucho”, levei um “puxão de orelhas”! Lição importante do fato: Jamais viaje ao exterior, sem um bom e confiável seguro saúde!
Assim correu a primeira semana com todos passeios possíveis pela “Big Apple”, que a cada Estação do Ano nos é reservada algumas surpresas de toda espécie, desde um bom caminhar pelo Central Park coberto de folhas amarelas no outono, o branco da neve no seu rigoroso Inverno, florido na Primavera. Verão? Hummm... Esse convém evitar, em especial com o que tem ocorrido nos últimos anos cujo calor é insuportável, até mesmo para nós brasileiros!
Chegou a segunda semana quando Cica e seu marido nos buscaram no YMCA! Almoço numa bela surpresa com “espeto corrido” no restaurante Fogo de Chão. Excelente maneira de matar a saudade da culinária gaúcha! Ficamos hospedados na casa deles um pouco distante de Manhattan, bairro Queens, mas voltávamos praticamente todos os dias via “Subway” pela linha azul, a linha A, pouco mais de meia hora estávamos na “Penn Station”, praticamente dentro da Times Square!
Então chegou o Natal! Nas preparações para a Ceia da Véspera, incluíram uma passada no supermercado, onde o anfitrião comprou uma dúzia de lagostas, vivas, o que provocou um forte desafio de como ele as prepararia!
Na tão esperada noite já “ligeiramente” encharcados de um bom espumante veio a recomendação que as duas moças deixassem a cozinha e aguardassem na sala de jantar!
Sobre o fogão uma panela imensa cheia de água a ferver aguardando o comando do “Cheff”! Aí é que tudo tomou um rumo no mínimo curioso. Essas cobiçadas lagostas foram colocadas nessa panela de água fervente, ainda vivas!!! É esse o processo indicado! Jogadas nessa água elas emitem um som, um assovio fino nada discreto. Esse “choro” corta o coração! Somente aí foi que entendi da necessidade das meninas se afastarem do local da execução de tão cruel processo! O resultado, no entanto, é magnífico! Inesquecível!
Aí a
razão dessa Crônica com o título de “Um Jantar Muito Cruel”! Evento que para
melhor aproveitar, melhor ignorar esse processo, assim como popularmente se recomenda
não saber como é fabricada a salsicha!
Mais uma bela crônica! Parabéns! Bidart
ResponderExcluirMaravilhosos comentários, como sempre....nessa época também estivemos lá e igualmente apanhamos bastante até pegarmos no tranco.... abraços.
ResponderExcluirExcelente! Fausto como todas as tuas crônicas.
ResponderExcluirQue lindo relato Fausto, parabéns.
ResponderExcluirMuito bom como sempre!
ResponderExcluirÓtima crônica, como sempre... Não há viagens sem perrengues. O bom é contar depois.... Fiquei com peninha dos bichinhos fervidos..
ResponderExcluir👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻👏🏻 muito boa!!!
ResponderExcluirQue belo passeio!!!!!! Que horror! Pobre das lagostas! Cozidas vivas!!!!!!🤣🤣🤣
ResponderExcluirParabéns meu amigo. Uma bela croniy
ResponderExcluirPois viajar sem seguro é uma aventura. Como sempre disse o Juca Carancho um desses peões gaudério " Como não sou pirata com gancho ,melhor ficar no meu rancho.
ResponderExcluirAdoro comer mas este jantar feito assim iria passar.
ResponderExcluirÓtima crônica. As lagostas têm sempre um triste fim, para elas. Quando estão no prato só lembramos do sabor delicioso.
ResponderExcluirViajei junto com a descrição, fantástico.
ResponderExcluirAlcione Luis Mantovani
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