140) Caçar ou Pescar? Eis a questão!
Na crônica n. 106 escrevi da minha
predileção clara às caçadas em detrimento às pescarias, primeiro que sempre
gostei das armas de fogo e segundo, por ser “um pouco ansioso”, sem paciência a esperar que um peixe dê preferência à minha isca e vir justamente
ao encontro do meu anzol, a premiar minha cruel e egoísta conquista! Claro.
Sempre terá um amigo ou parceiro da pesca ao lado, a concorrer com a sua
isca...
Esse tipo de escolha entre pescar ou
caçar, ou ainda, ambos, costumeiramente vem de berço, herda-se dos pais, irmãos
e parentes mais próximos. O mesmo ocorre com qual time de futebol torcerá...
Raros são os casos em que o herdeiro opta, talvez por contestação ou “birra” de
filho rebelde, que torcerá para o rival
do papai! Mais lógico, harmônico é “acompanhar o velho”!
Pois foi meu sentimento de lealdade ao meu pai e irmãos, que me tornei adepto às caçadas de perdiz, (não é caçada de perdizes não, é perdiz mesmo, no singular pois eu abatia uma peça e ERRAVA todos outros tiros!). Mesmo assim, sem interesse às pescarias. “Ressalva parcial”: Enquanto adolescente e até meus vinte anos, morando em Jaguari, eu e meus amigos mais próximos – pertencentes ao The Crasies Club – fazíamos frequentes “pescarias” numa colônia, propriedade do meu velho, no meio do mato e à beira do rio que dá o nome a minha cidade, sem, no entanto, levar nenhum aparato de pescaria! Quando o Cauby, único pescador do grupo, levava vara de pescar e outras coisas de pesca, a gente escondia...
Só o curtir da “vida na selva”. Fumando cigarro de palha,
dormindo sobre pelegos em barraca, fogo de chão com panela e chaleira de ferro e banhos de
rio! Ainda hoje sonho acordado sentindo o cheiro da fumaça e o crepitar da lenha de
angico ao fogo de chão!
Entretanto, muitos anos depois, o único pescador daquele grupo, Cauby Scolari, me convidou a uma “mega pescaria” no rio Paraná em Ituzaingó na Argentina. Local à beira do caudaloso rio, com infraestrutura primorosa para acampamento, cabanas com luz elétrica, água encanada, banho quente etc., além de instalações completas – ainda que ao ar livre – para atividades de cozinha e churrascaria! Com conforto e segurança, o grupo com cinco pescadores, todos acompanhados de suas esposas! Evidentemente aceitei o destacado convite e me incorporei à “trupe”! Os quatro pescadores – exclui minha responsabilidade – levavam o assunto de pescar muito a sério. Equipamentos completos com lancha de motor potente e até um sonar a bordo que com uma pequena tela mostrava os cardumes abaixo da embarcação. Muita sofisticação! Pesca de caniço como permite o licenciamento local. Claro que tomei um emprestado, pois nada tenho nessa área esportiva!
Instalação perfeita, ajustada e aconteceu o primeiro dia de pescaria. Levantamos cedo, contratado um profissional argentino a rastrear os cardumes e lá subimos alguns quilômetros rio acima. Pescamos o dia todo, com resultado de quatro peixes pescados: Um pequeno surubi, uma pequena Piava, outra Piava de bom tamanho e um Dourado de 48 cm. Quem pescou o que? Os dois últimos peixes e de maior tamanho foi o Pescador aqui, que agora escreve essas linhas... Sim, fui eu! Evidente que todos muito magoados, frustrados com seus desempenhos, vociferavam em alto e bom tom sem nenhum pudor de me jogar na cara:
- Sorte de um principiante de merda!
A gozação correu solta e não me deixavam
falar, sob pena de vetarem minha participação na cerveja! Diante de tal risco,
evidente que me calei!
A retirada do tal Dourado da água durou meia hora, sob gritaria de todos, dando as mais diversas orientações, mas sempre aos berros de total histeria! Aquele momento, de mais de trinta minutos, foi algo absurdamente excitante! Tinha visto num filme com Brad Pitt de como se tirava o peixe da água: "Puxa o caniço que se enverga e se solta para acionar a carretilha encurtando a linha!" Os apupos de toda torcida foram delirantes! Claro que todos param tudo para ver aquele momento espetacular do parceiro que fisgou o peixe! Depois de uma luta incrível de um peixe com muita força, o enorme "animal" de cor que lhe dá o nome, salta para fora d'água reluzindo seu belo visual, que emociona a todos! O "sussurro, é de um gol em estádio cheio!" O batimento cardíaco vai lá em cima, suor, boca seca e a emoção tão forte, que depois eu comparava com eles no acampamento, ao de “sair da aeronave”, num salto de paraquedas! Simplesmente glorioso! Emocionante demais!
Nos dois dias seguintes “eles” pescaram
alguma coisa, que nem me cabe mais comentar! Mixaria! Prefiro ficar apenas com a orgulhosa glória do primeiro dia!
Por consequência, fiquei muito entusiasmado ao novo esporte que me considerei incluído! Na sequência algum tempo depois, voltei com Cauby ao mesmo lugar na Argentina e o resultado decepcionante foi de zero absoluto. Junto se foi meu entusiasmo água abaixo, somado a julgar a grande distância percorrida de 1.536 km (ida e volta) e adequação de tempo, final de semana, feriado para todo esse deslocamento e investimento. Não voltei mais a pescar!
Com a caça proibida em
todo Território Nacional, volto a me manter sossegado, quieto e focado às
viagens e incursões a cidades e centros urbanos preferencialmente sem
mosquitos, para minha plena diversão!
Nunca fui pescador ou caçador mas, quando pequeno, ia junto com meu Avô e meu Pai. Bela descrição de suas "aventuras"! Parabéns! Bidart
ResponderExcluirPescar é muito relaxante.
ResponderExcluirCaçar, é uma coisa,ancestral do homem.( Ser humano )
Já saltar de PQD- é para poucos. Ivan
Fausto, compartilho o pensamento sobre pescarias. No "rebanho" (com todo respeito aos queridos amigos) fazemos o que os outros fazem. E é uma glória bater os veteranos. Kkk
ResponderExcluirGostava muito de pescar lá no Reguilim, quando meu cunhado ia de férias em Jaguari. Éra o companheiro dele! Pesca de caniço.
ResponderExcluirPescaria To fora! Hahaha….
ResponderExcluirMas teu causo foi muito bom! Bjos Lina
Nunca fui simpatizante desse esporte mas acompanhar tuas aventuras eu adoro.. Toda semana uma emoção diferente... Aguardando a próxima! Abç
ResponderExcluirE legal que sempre comeste as perdizes , então justificava plenamente o " esporte".
ResponderExcluirAbraço do Video
Beela crônica Fausto.
ResponderExcluirTambém já pesquei nos mesmos locais que citasse. Na colônia do teu pai na beira do Rio Jaguari e no rio Paraná na Argentina, em Itaubaté, que fica bem próximo da barragem de Ituizaingo. Todos com belezas naturais fantásticas. Forte abraço.
Pois então Fausto, eu me considero um amante da pesca ate inclusive adquiri aquela caranga que tu conhece, pra essa pratica prazerosa, mas muitas vezes que fui pecar fiquei apenas com os mosquitos de lembranças, kk peixe muito pouco!!
ResponderExcluirmas o que vale são as historias, como essas suas bem contata, com detalhes, parabéns.
abraço!
Vedoi
Mais uma bela crônica! Adoro acompanhar suas aventuras! Parabéns!
ResponderExcluirO mano Aimoré sempre gostou de caçar e pescar
ResponderExcluirCaçar era no tempo de novo, rapaz. Caçava perdiz,que a nossa mãe fazia desfiadas e ele adorava comer. Com a proibição da caça, deixou.
A pescaria foi para a vida toda. Tinha até um barco com motor!
ResponderExcluirE o filho Rodrigo sempre foi par-
cheiro. A Maísa famosa foi quando rapaz, no rio Santa Maria
Em Rosário do Dul na fazenda do tio Emiliano Giumelli quando
pescaram um surubi.
Nem pesca nem caça.. gosto de tirar fotos 🤭
ResponderExcluirNunca fui caçador, apesar de meu pai ter sido caçador e pescador.
ResponderExcluirQuando guri participava de pescaria de açude, era onde não tinha dourado desseteu.
Parabéns pelo feito!
Meu pai gostava de pescar traíras em açudes e jundiás no rio turvo em dia de chuva. Tinha uma turma que sempre estava pronta para pesca. Guri lá em Bicaco, sempre me deixaram acompanhar e com isso tive minhas aventuras das quais lembro até hoje. Muito bom. Abs. Cezar
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