quarta-feira, 26 de março de 2025

196) Muitas Viagens!

Tenho escrito nesse blog, em sua segunda fase, abandonando um pouco o humor e auto gozação da primeira, focando múltiplos assuntos interpretados como interessantes, em especial a dividir as curiosidades em “muitas viagens”... Esse é um dos meus gloriosos prazeres, como já afirmei, não importa se for de ônibus, trem, avião, navio ou de carro. Já fiz até a cavalo, trecho noturno, mas curto de uns cinquenta quilômetros, enquanto Militar da Cavalaria em Serviço Obrigatório no Exército!

O restante sim, bem mais longo. Teve o primeiro, por mais simples eventualmente possa parecer, foi marcante, até por ser o primeiro internacional: Uruguai! Simples sim. Acompanhando minha irmã e cunhado, numa DKW Vemaguet, em viagem de 243 ks. de Santa Maria a Santana do Livramento, cidade gaúcha, curiosamente separada da uruguaia Rivera por uma simples praça, com um Monumento como um marco de pedra estabelecendo ser ali, a amigável e fraterna fronteira entre os dois Países.


Fiquei emocionado ao calor de meus dezoito anos. Estar literalmente com um pé no Brasil e outro no Uruguai, é pose obrigatória para fotos! O choque presencial é único. De um lado da rua todos falando português fluente e do outro, o espanhol com o significativo “sotaque uruguaio”, por óbvio! Os restaurantes, do “lado de lá” com expressivas diferenças onde se degustam as invejáveis “Parrilladas” – “imitamos” com o nome de churrasco - com as melhores carnes do mundo, “eu acho”!

Fomos também às compras! Roupas de lã pura mereciam destaque especial. Nessa época eu ainda era um fumante, então a oportunidade de comprar cigarros americanos (proibidos no Brasil) eram gloriosas! Mas ligado ainda a esse vício, me encantava o fósforo uruguaio, “La Luna”, de caixinhas azuis, pavios encerados substituíam os palitos. Só não acendiam na própria caixa, mas em qualquer outro lugar áspero, na parede, no chão, sola do sapato, enfim... O legal era imitar os faroestes americanos a riscar aquele palito em qualquer superfície e acender o cigarro! Era o puro charme de John Wayne!

Desde essa época, percebi o quanto é importante entender, falar outras línguas. Como autodidata procurei observar a entonação e a riqueza de vocabulário uruguaio! Espanhol foi meu primeiro desafio linguístico, desenvolvido muito mais com base a curiosidade do que propriamente ao estudo clássico. Isso só se deu com o idioma inglês, muitos anos mais tarde em escola especializada.

Repito convicto da importância de viajar e viajar muito, a conhecer não só outros idiomas, novas Culturas, Povos! Ouvir atentamente e tentar falar faz parte da aventura e coroa de sucesso quando “alguém” consegue te entender ou pelo menos te perdoar pelos equívocos da linguística!

Claro, podemos conceder exceções para nós mesmos, a exemplo de estar por período muito curto em Seul e Tókio... Lembro nessa ocasião, quando Professor Suzuki me acompanhou por um dia na capital japonesa, comentar de seu pai nascido e nunca abandonou aquela cidade, afirmando: -“Um dia saberei todas as palavras de minha língua mãe!” Se nem “eles” conseguem... A maior curiosidade no idioma japonês, corre por conta da Família Real, pois tem seu próprio vocabulário, onde só a Família Monarca, se entende!

Fiquei emocionado ao calor de meus dezoito anos. Estar literalmente com um pé no Brasil e outro no Uruguai, é pose obrigatória para fotos! O choque presencial é único. De um lado da rua todos falando português fluente e do outro, o espanhol com o significativo “sotaque uruguaio”, por óbvio! Os restaurantes, do “lado de lá” com expressivas diferenças onde se degustam as invejáveis “Parrilladas” – “imitamos” com o nome de churrasco - com as melhores carnes do mundo, “eu acho”!

Fomos também às compras! Roupas de lã pura mereciam destaque especial. Nessa época eu ainda era um fumante, então a oportunidade de comprar cigarros americanos (proibidos no Brasil) eram gloriosas! Mas ligado ainda a esse vício, me encantava o fósforo uruguaio, “La Luna”, de caixinhas azuis, pavios encerados substituíam os palitos. Só não acendiam na própria caixa, mas em qualquer outro lugar áspero, na parede, no chão, sola do sapato, enfim... O legal era imitar os faroestes americanos a riscar aquele palito em qualquer superfície e acender o cigarro! Era o puro charme de John Wayne!

Desde essa época, percebi o quanto é importante entender, falar outras línguas. Como autodidata procurei observar a entonação e a riqueza de vocabulário uruguaio! Espanhol foi meu primeiro desafio linguístico, desenvolvido muito mais com base a curiosidade do que propriamente ao estudo clássico. Isso só se deu com o idioma inglês, muitos anos mais tarde em escola especializada.

Repito convicto da importância de viajar e viajar muito, a conhecer não só outros idiomas, novas Culturas, Povos! Ouvir atentamente e tentar falar faz parte da aventura e coroa de sucesso quando “alguém” consegue te entender ou pelo menos te perdoar pelos equívocos da linguística!

Claro, podemos conceder exceções para nós mesmos, a exemplo de estar por período muito curto em Seul e Tókio... Lembro nessa ocasião, quando Professor Suzuki me acompanhou por um dia na capital japonesa, comentar de seu pai nascido e nunca abandonou aquela cidade, afirmando: -“Um dia saberei todas as palavras de minha língua mãe!” Se nem “eles” conseguem... A maior curiosidade no idioma japonês, corre por conta da Família Real, pois tem seu próprio vocabulário, onde só a Família Monarca, se entende!

quarta-feira, 19 de março de 2025

 195) O Muro de Jerusalém.

Muro de Jerusalém, Bíblico, Icônico, Símbolo Sagrado da Religião Judaico Cristã, também chamado Muro de Al-Buraq, foi destruído pelo menos três vezes quase por completo. Rei Davi o idealizou, mas foi seu filho Salomão a quem se atribui sua construção.

Quinhentos e oitenta e sete anos a.C., Nabucodonosor II, o maior Rei do Império Neobabilônico foi quem destruiu a maior parte da Muralha mais o Templo de Salomão, incendiado. Os Muros de Jerusalém reconstruídos, foram destruídos novamente durante a primeira guerra judaico-romana no ano de sessenta e seis d.C. e ainda foram destruídos mais vezes durante sucessivas invasões.

Por que trago isso à tona? Faço tendo em mente a visita feita a Israel em setembro de 2022 e evidentemente vivenciando a representatividade do lado Místico de uma pequena parte dessa Muralha, a que jamais fora destruída. É naquele Ponto Sagrado onde o Eterno reservou como o local onde a morte não chega! Preservada hoje como “O Muro das Lamentações”, irradia uma energia impressionante a comover a todos Fiéis lá presentes!

Estive lá numa tarde de sol, respeitando a devida separação de “cavalheiros para cá e damas para lá”, a tocar no Muro e como milhares de peregrinos, fazer pedidos ao Senhor! Foram pequenas folhas de papel a se colocar entre as fendas entre uma pedra e outra. A Fé Verdadeira impera entre todos alinhados naquela Região. São setenta metros de extensão por quarenta de altura de pura Adoração e Oração. O comprimento total é de quatrocentos e oitenta e oito metros, entretanto, somente esses setenta são visíveis.

Visitar esse Símbolo Religioso para os Judeus, faz valer toda uma viagem.   

  

Confesso muita tensão ao adentrar no País – fui advertido de severa inspeção de entrada – contrariado, fiz até a quarta vacina do Covid19, para “não me complicar” naquele momento... Muita tensão quando do controle de fronteira – entretanto num bom inglês - uma moça verificou a documentação, pergunta a razão da viagem, devolve o passaporte e dá boas vindas! Simples assim. Sem carimbo no passaporte, apenas um pequeno “tiket” é apenso em uma das folhas para garantir segurança aos viajantes supostamente interessados a outras visitas na Região, afinal de contas, essa é uma das Nações mais ameaçadas do Planeta.

Quando a Paz voltar à Região, faço dessa viagem convicto, amplamente recomendada. Embora o eventual atendimento de informação na rua, não espere cordialidade. Quando respondem, é de “cara feia” e alto risco de informação errada... Como tudo na Vida é composto de altos e baixos, a cordialidade fica longe do desejável, um ponto negativo, mas de pequena importância! Já na alimentação, prepare-se para pratos nunca imaginados, onde carne de gado é raro! Contente-se com frango e peixe condimentados sabor muito distante dos nossos mais tradicionais! 

quarta-feira, 12 de março de 2025

 194) Gaúchos, Muito Próximos das Fronteiras!

Em cinco de fevereiro passado, escrevi uma Crônica exaltando a cordialidade dos argentinos, em especial a um prestativo cavalheiro a me conduzir no confuso trânsito de Buenos Aires, (afinal, a Capital tem três milhões e duzentos mil habitantes), até meu destino daquele dia! Entusiasmado com minhas próprias palavras, fiz naquela crônica, uma “ode” a todos argentinos, indistintamente!

Nossa proximidade que Porto Alegre tem com as fronteiras do Uruguai e Argentina (quatrocentos quilômetros com o primeiro e seiscentos e trinta com o segundo) proporciona uma vantagem geográfica significativa concorrendo, em termos de turismo e sua distância, até com a Capital Brasileira mais próxima, Florianópolis (quatrocentos e sessenta quilômetros) e mais ainda do resto do Brasil.  Por consequência nos é comum viajar ao “exterior” e até ter certa intimidade com o Idioma local, o  Espanhol!

Há uns oito anos, passar um final de semana prolongado em Buenos Aires, era fácil, custo baixo e de grande prazer. Meu sobrinho Sérgio me deu uma “dica”, enquanto morou próximo a São Borja, e adaptei a Uruguaiana: Viajar de carro até a Fronteira e de lá tomar um excelente e barato ônibus de linha argentina, poltrona leito e com um bom jantar (Padrão Varig, para quem lembra!). Amanhece no centro de Buenos Aires. Fiz isso por quatro vezes! 

Comer bem com  suas carnes maravilhosas, pois a Capital Portenha oferece restaurantes com as melhores carnes do mundo. E dizer algo de seus vinhos?! Seria redação de um guloso se ficasse só nisso. A Cidade tem História e é contada em suas exuberantes casas de espetáculo com shows de seu celebrado ritmo, o tango, dançado artisticamente de forma encantadora. Cidade rica em museus, boutiques, zoológico, jardim botânico, estádios de futebol e até Cemitério! Sij, o visitadíssimo com destaque ao Mausoléu onde se encontram os Restos Mortais de Eva Peron, endeusada por quase todo argentino. Atualmente cobram ingresso para visitar o Recoleta!

Agora, respondo a muitos comentários no meu blog, quando elogiei um Cidadão Portenho: - Verdade. Nem todos tão cordiais e honestos, característica de qualquer Povo ao redor do Planeta. Mas também “um outro deles” merece destaque agora: Um taxista. Como escrevi acima, chegando na estação rodoviária, peguei um táxi. Esse fez um imenso trajeto inclusive me onerando com um pedágio até chegar ao hotel. Percebendo, por ter noção do mapa da região, ainda um pouco “zonzo” por uma noite a bordo,  paguei, foi uma boa quantia e só fui comentar o fato na recepção do hotel, onde ouvi apenas um triste lamento:

- Ah! Esses motoristas de táxi de Buenos Aires!

Entendi tudo! A malandragem não fica restrito ao nosso Povo. Parece fazer parte da postura latino americana, a se lamentar!

Viajar a lugares desconhecidos, nos ensina muito e desenvolve nossa “tolerância”, pois a cada lugar se apresenta um novo desafio, uma surpresa. Daí a razão de qualificar os amantes das viagens, como verdadeiros aventureiros e é aí onde está o grande prazer! Aproveitem e depois riam das erradas e gafes cometidas!

quinta-feira, 6 de março de 2025

193) Uma Viagem de Trem de Paris a Veneza!

Outubro de 1982 estava saindo de Paris, destino à encantadora Veneza. A aventura – numa época em que não existiam os trens de alta velocidade – esse era um trecho a ser coberto em doze horas de viagem. Fiquei encantado já no primeiro momento da emissão do bilhete ao perguntar da disponibilidade para aquele destino:

- Temos trens diários até para Istambul! Ou, toda Europa!

Contratei cabine leito de um trem das vinte e três horas. Excelente noite de bom sono! Ao amanhecer, o chefe de cabine abre a porta e desmonta o beliche transformando tudo numa cabine de duas poltronas para quatro passageiros cada lado. Logo lotado. Acabou todo o romantismo! E eu pensava ter a cabine exclusiva durante todo o período. Doce ilusão!

Mesmo com poltronas confortáveis, paisagens deslumbrantes, uma viagem longa naturalmente cansa.  A grande vantagem em viagem por esse meio, é a facilidade de se dar uma “esticadinha” nos corredores ou até ao vagão restaurante, onde lá tudo se encontra com a requintada cozinha à francesa!

São muitas paradas nas mais diversas estações ao longo do percurso. Numa delas, desci para caminhar um pouco na gare. Era um local simples pequeno, sem grandes atrativos voltei para o trem escolhendo aleatoriamente qualquer vagão. Foi quando senti um daqueles sacudidas dos trens ao iniciar movimento. O susto, fico por conta da desconexão do comboio exatamente onde eu estava. O trem abandonava o resto dos vagões e eu nem imaginava em qual vagão estava naquele trágico momento, muito menos, de onde "estaria" minha esposa... Pânico de secar a garganta!

Ela, ficara em nossa poltrona original enquanto eu dei aquela “fugidinha” do interior do trem. Detalhe fatal: - Ela não dominava idioma algum, não fosse o “nosso idioma”! Para ela, eu poderia ter simplesmente desaparecido sem a quem ou como questionar...

Minha falta de conhecimento, não contemplava o fato: Não há um trem fazendo esse percurso todo e sim um único vagão. Ao longo da viagem, esse se incorpora a outros vagões com destino comum, no fim todos se juntam e chegam em Veneza! Que ignorância!

Voltando aos meus curtos minutos de desespero por estar em vagão incerto e não sabido, a liquidar uma Lua-de-mel certamente desastrosa por um perigoso desencontro. Trôpego e com batimento cardíaco no limite, corri pelo corredor daquele estranho vagão e lá estava Martha! Olhou-me com total indiferença e eu explodindo de alegria por estar ao ACASO no mesmo vagão no momento daquele desligamento! Ufa!

Recomendo firmemente cautela a eventuais deslocamentos irresponsáveis, seja dentro do comboio ou pior, fora dele! E boa viagem, porque transitar em trem pelo continente Europeu, é um espetáculo à parte. Não faça isso de avião, pois o mais bonito passa desapercebido!