quarta-feira, 13 de maio de 2020

02 - Minhas Férias em Capão da Canoa

02 - Minhas Férias em Capão da Canoa
Foi no verão de 1973, tirei minhas férias, do Banco em que trabalhava. Meu carro era um Ford Corcel, preto, ano 72, direção esporte e rodas largas, aliás, ”tala larga”. Uma graça de carro. “Muito magal”, diziam na época. Chamava atenção das gatinhas às diaristas... Em meu julgamento um sucesso visual absoluto! Pelo menos com “mulher-gasolina”, comum na época e que funcionava muito bem!
Fiquei hospedado por uma semana na casa da tia Pila, em Capão da Canoa. A casa era atrás de um Supermercado da. Num determinado dia, decidi curtir a praia de Atlântida - que me contaram - estava “assim” de gurias... De fato, era riquíssimo no “recurso” de belas e ricas meninas! Passarei o dia todo lá. Peguei emprestado um guarda-sol enorme e uma esteira de palhas; todos estes aparatos estavam guardados há um ano, num quarto lá dos fundos da casa. Equipado, fui ao Éden sem medo de ser feliz!  
Chegando ao Paraíso, rodei de carro pela da praia – na época era permitido rodar e estacionar na areia – localizei onde estava o grupinho das mais belas, parei o carro, desci, dei uma olhada para o mar, como quem não está nem aí para elas. Estufei o peito, tirei os óculos e joguei-o com ar de desprezo para dentro do carro, acendi um cigarro, um pouco mais de volume no rádio, que com uma melodia qualquer me acompanhava num ar romântico, sedutor, à moda Roberto Carlos. Elas nem disfarçavam em olhar a “figura”, afinal, era um cara de uns 23 anos, com carro bonito, disponível, e no meio da semana que convenhamos, na falta de um bofe melhor...
Abri o porta-malas, tirei o guarda-sol e a esteira jogando-os “coincidentemente” na direção delas. Apanhei a carteira de cigarros e fui estender a esteira bem perto delas. No que fiz isso, dentro desta esteira maldita, desgraçada, fedida e daquele guarda-sol filho-da-puta, velho, desbotado, podre e embolorado, abandonados num canto úmido há um ano, saem dentro deles correndo, umas 50 baratas enormes que pareciam ameixas pretas, gordas, lustras pernas esticadas – por causa da areia – que lhes aumentava mais o tamanho! Essas baratas nojentas nunca haviam corrido na areia é óbvio, ameaçadas, correram em direção às tais gurias, para a minha vergonha e o horror delas que aos gritos fugiam abandonando seus pertences na areia, aos berros pedindo socorro desesperadas. Histeria total em fuga daquela imundice asquerosa! Um escândalo! Eu me atirei para dentro do carro – nem lembro se deu tempo de abrir a porta - roxo de vergonha. Na pressa, perdi um pé de chinelos e o boné, deixei cigarro e isqueiro para trás e voltei voando para Capão da Canoa sem olhar para o retrovisor. Até hoje não sei se Atlântida ainda está lá, se está, nem quero saber... Lá, não volto nunca mais!
POA, 14/maio/2020.

16 comentários:

  1. Morrendo de rir!!!! Essa foi boa demais!!!
    Bjos ! Quero mais!!!

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  2. Muito bom acordar na quinta-feira e fazer a leitura destas “estórias” do blogueiro Fausto.
    Continue assim

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  3. Morri de rir as 13,30h da madrugada...imaginei a cena!! quero mais..

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  4. Pior de tudo Tânia, que a história é REAL> Quinta-feira que vem, tem outra...

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  5. Meu Irmão, tentei imaginar 50 baratas em direção as gurias. Só para te alertar, Atlantida ainda está lá. Passei hoje pela manhã lá. Um pouco diferente é claro. Não encontrei baratas e nem gurias.

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  6. Morri de rir! kkkkk Fiquei imaginando a cena, só com vc mesmo para acontecer uma trapalhada dessas!!!

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  7. Fausto, Faustinho!!! Se meu Fusca falasse..." kkkkk. Ainda bem que ficou na mémoria, eu também não voltaria a esse lugar tão cedo....kkkkkk

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  8. Fiquei imaginando as baratas correndo na areia quente..

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  9. Sem parar de rir essa foi boa imaginando se fosse em minha direção essas baratas tenho certeza que não conseguiria correr morro de medo

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  10. Muito bom Fausto. Estou rindo até agora imaginando a "figura" e a cena.

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  11. Perfeito! Início, meio e fim...abordagens e contextos que fixam a saber o resultado final. Muito bom. Continue, não sei se você já escrevia mas tchê! Estás de parabéns.

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  12. Hehehe. Muito bom. Correu com as guria!

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