quarta-feira, 11 de novembro de 2020

28) Foguete Colhudo...

   28) Foguete Colhudo...      


O meu Povo de Jaguari, meus conterrâneos como eu próprio gostamos mesmo é de festejar, qualquer coisa justifica soltar foguetes, por exemplo. Muitos foguetes. 

 
Foguetes para Festa de Igreja, chegada de visitantes para o jogo de bocha, o dia de São Cristóvão, comício, batizado, aniversário, chegada da Rainha de não sei lá o que, jogo de futebol, vitórias, enfim...  Mas está absolutamente certo. Não tem coisa melhor do que festejar uma glória com bastante barulho. Não é barulho por nada, é barulho por alguma coisa que se conquistou então se partilha com todo o mundo ruidosamente. Isso faz bem para o ego, o superego, o id e sei lá mais o que Freud poderia inventar, para justifica esta loucura pirotécnica que nós Jaguarienses, gostamos tanto!

Pois teve um domingo, em que Grêmio ou Internacional ganhou um campeonato gaúcho, e lá se foram quatro torcedores para a passeata em meio a mais algumas dezenas de carros – era assim que se chamava, hoje se chama carreata – claro é que cada componente em seu carro carregava uma farta bateria de foguetes.

Pois esse quarteto pilotava um Fiat 147 bem velho, soltavam um tipo foguetes que dispara dez tiros fortes e no final, um último extremamente forte, enorme, violento! Este, o último tiro, era apelidado, pelo seu potencial destrutivo e dominante de o “colhudo”! A festa em plena Rua Sete de Setembro rolava alegremente, fazendo sua baderna peculiar e o “trago de canha” corria solto, afinal, tomar uns tragos é bom até sem motivo, imaginem tendo uma boa razão para isso!

Num dado momento, o motorista eufórico, atrapalhado com uma mão no volante, a outra na garrafa, outra fazendo mudanças e ainda mais uma outra com um foguete aceso! Ora, não precisa ser um grande matemático nem especialista em anatomia humana, ortopedia para perceber nessa aritmética que faltou mão.... Tanta ação simultânea que um desses foguetes, foi pego com o cabo para fora do carro e a ponta de disparo, para dentro. E disparou! Ao perceber a grande cagada, já era tarde demais! Freia abruptamente o carro e comanda aos berros:

- Saiam do carroo, saiam do carroooo...

Nem um dos quatro ocupantes conseguia sair de uma minúscula cabine com apenas duas portas com a emergência exigida. Em fração de segundo começa a pipocar o foguetório em meio a deles! Desespero para parar totalmente o carro, soltar cinto de segurança e saltar fora e as explosões se sucedendo aterrorizantemente. Em pânico  gritavam desesperados:

- Falta o colhudo, falta o colhudo...

Quando conseguiram parar o carro e voar para fora, deixando calçados, pedaços de roupa algum pedaço de pele para trás e em meio a uma nuvem de fumaça, o colhudo estourou! Foi uma explosão tão forte que o assoalho do Fiat, já meio podre, arriou em plena avenida! Os bancos do carro solidários ao velho assoalho também caíram! Por sorte e incrivelmente ninguém se feriu, só o susto, mas que susto! Ou como diria Mano Lima: “Mas que baita cagaço tchê!”

13 comentários:

  1. Hehe,verdade, já me aconteceu,numa pequena sala de jogo de cartas,nunca fomos tão ligeiros,hehe.Abreijo.

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  2. Bota cagaço nisso... Imaginei a cena e me arrepiei!... Como sempre mais uma crônica das boas!

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  3. Meu Deus que loucura!!!
    Já tive um fiat 147, parece caixa de fósforo. Imagina o desespero de sair de dentro dele de forma rápida. 😫

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  4. Meu Deus que loucura!!!
    Já tive um fiat 147, parece caixa de fósforo. Imagina o desespero de sair de dentro dele de forma rápida. 😫

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    1. Quem um dia não teve um Fiat! Quanto mais antigo, maior a aventura de andar nele! Hehehehe...

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  5. Kkķkkk essa foi demais!!! Morri de rir!!! Muito Boa!!

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  6. História verídica, com veículo w personagens alterados por questões lógicas. Inclusive com alguns dos personagens reais vivos.Aqui em.Jaguari, seguido usam esse ditado, após uma série de estampidos, alguém grita.."FALTA O CUIUDO"..

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    1. Obrigado Eduardo, meu sobrinho, por confirmar o fato. Como já afirmei anteriormente, eu "quase não minto" e agora é dada a validação da História!

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  7. Nem precisa dizer como deve ter sido o desespero.
    Minha dúvida é: depois que passou o susto, o que aconteceu com o articulado e preciso motorista?

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  8. Minha nossa, quanta destreza do motora!!!!

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