quarta-feira, 30 de dezembro de 2020

35) Preparando um chimarrão na Feira

35) Preparando um chimarrão na Feira...


Essa é para encerrar o difícil ano de 2020. Não foi absolutamente um ano perdido, ao contrário, creio ser o mais rico, o que mais nos ensinou. Apreendemos a enfrentar dor da solidão, a saudade daqueles que a gente nem imaginava que gostava tanto e que sentiria tanta falta de seus abraços, olhares sorridentes e fraternidade explícita!

Tivemos que nos dar conta da finitude da Vida. Vivenciamos despedidas à distância. O que foi sofrido, passou como tudo na vida, nada é eterno!

Venha 2021 para continuarmos nossa caminhada com muita alegria, e apostem, vou continuar contando minhas passagens ridículas, como a que relato agora:

 

35) Preparando um chimarrão na Feira...

 

Essa eu vivenciei há pouco mais de dez anos, já um homem maduro com meus cinquenta e poucos anos. Estava acompanhado  dos amigos Garden com sua noiva Mairalyn e Anabol. Fomos ao Parque de Exposições Menino Deus em Esteio-RS, visitar a Feira Internacional de Agropecuária. O passeio transcorreu na mais absoluta normalidade, vendo cavalos, touros premiados etc., como é esperado. A Feira leva muitos fabricantes expositores de equipamentos, defensivos agrícolas e os mais diversos produtos que tem alguma coisa a ver com atividade de campo e lavoura. 

Ora, sendo exposição no Rio Grande do Sul, não podia faltar o chimarrão! Óbvio que o fabricante da matéria prima da nossa tradicional bebida, estava lá:
Ao passarmos por uma tenda de um fabricante de erva mate, despertou-me grande curiosidade com o formato com que as “meninas modelo” apresentavam seu trabalho através de desenhos ornamentando a erva em cuias. Cuias eram coberta de erva com apenas um orifício para a bomba e um infindável tipo de desenhos na superfície da erva! Muita criatividade! Na verdade – comum nesses eventos – é que lindas modelos trabalhavam aquela Arte com grande habilidade e uma gentileza encantadora!

Eu, muito interessado – estava mais para "assanhado", oferecido - pedi mais e mais informações. Em excesso fazendo com que a instrução demorasse mais que o habitual enquanto "eu babava" com elas ao meu redor. A mesura era tanta, que meus parceiros constrangidos com minha espontaneidade, se retiraram do local e me aguardaram à uma distância razoável!

Ao me dar conta do mico que “o velho babão” pagava, encerrei, agradeci e  me retirei. Ainda num misto de faceiro e convencido, sai dando uma sequência de “tchauzinho” e abanicos até sair da tenda! Tinham pelo menos três delas que ficaram me retribuindo com olhares insinuantes e sorrisos prometedores! E eu acreditando...

Saí me sentindo cheio de glória, vaidade estimulada!

Ainda olhando para trás, ao descer o degrau do passeio não percebi uma fenda no chão onde prendi o pé, perdi o equilíbrio e para não quebrar o pé preso, me lancei para a frente me apoiando com uma mão no chão, mas o piso de chão batido com cascalho fez a mão resvalar e tive que usar a outra mão - tudo em alta velocidade - a segunda mão também não resolveu nada e fui por alguns metros levantando poeira e chamando atenção de tantos que assistiam e  dei de ombro no chão e entrei de cabeça na terra. Como bom atleta que era, me recuperei e heroicamente, já quase em pé mas com o corpo inclinado para a frente, fiquei tonto perdi o equilíbrio, “tastaviei” dei ainda uns quatro passos largos a frente, tropeçando  cai de corpo inteiro no chão! Perdi a feroz batalha contra a Lei da Gravidade!

Cabeça e ombro enterrados na terra, fui levantando lentamente, com os cabelos cheios de terra cuspindo areia! Nada demais, talvez uns 100 gramas, suficientes para fabricar meio tijolo, pois areia misturada com saliva fica.... Deixa prá lá!!!

Um vexame histórico para ninguém botar defeito! Umas quarenta pessoas assistiram aquele espetáculo. Uns se assustaram, muitos riam com tamanho reboliço e baderna de um homem só!

Levantei meio grogue, assoprei um pouco o pó para enxergar alguma coisa. Não olhei para trás. Não queria nem ver a reação das meninas se divertindo com meu fiasco. Procurei retomar o prumo ainda tonto com o sacolejar que o cérebro levou, procurei ver onde estavam meus amigos, pois tinha perdido os de vista!

Lá estavam eles há uns oito metros me aguardando – para minha sorte os três estavam de costas – não viram o desastre.

Fui me batendo e tirando a terra da roupa, ainda roxo de vergonha me aproximei lentamente até recuperar a respiração ofegante. Eles ainda de costas, arrisquei comentar com um tom dando pouca importância ao ocorrido:

- Olhem só o que me aconteceu: - Tropecei na saída da tenda e...

Eles explodiram em gargalhadas e assim se mantiveram por longos minutos, antes de eu falar mais uma palavra! Tinham assistidos a tudo! Com pena de mim, viraram de costas apenas para me poupar! Era tudo o que eles queriam ouvir! Que glória! Que vergonha! Que merda!

11 comentários:

  1. Acontece nas melhores famílias,hahaha.Abreijão.

    ResponderExcluir
  2. Feliz 2021 para todos nós
    Continuem-se cuidando. Usem máscara

    ResponderExcluir
  3. Kkkk dei muitas risadas. Primeiramente imaginando a cena do flerte e depois o tombo. Vc todo desconcertado pelo mico. Vc é ótimo nas suas crônicas!

    ResponderExcluir
  4. Kkkkk!Nossa que mico!um prato cheio para os amigos se divertirem!

    ResponderExcluir
  5. Essa foi a própria cena do ridículo. Imaginei o mico e ri sozinha aqui.... Kkkk... Desculpe primo...

    ResponderExcluir
  6. Ainda bem que Dirceo Stona - meu notável selecionador das figuras do blog - fez as "vezes da casa" cumprimentando a todos pelo 2021 que agora inicia! Um abraço a todos e o desejo de que eu possa continuar transmitindo fatos engraçados, mantendo meu objetivo de divertir e fazer nossos dias mais alegres e portanto, felizes!!!

    ResponderExcluir
  7. Assanhado né primo? Viu? Deus castiga! Kkkkkkkkkkkk brincadeirinha....

    ResponderExcluir
  8. Fausto, nem gosto de imaginar esses micos.... a gente nunca esquece e fica uma vergonha controlada kkkkkkk

    ResponderExcluir