Minha casa, onde nasci e vivi até meus vinte anos em Jaguari, foi construída pelo meu avô paterno. Casarão sem nenhum estilo arquitetônico especial, era imensa e seus cômodos muito amplos. Em pé até há poucos anos, ficava na esquina da Rua Sete com Avenida Severiano de Almeida. Há uns dez anos esse quarteirão mudou de nome graças a uma generosa homenagem da Câmara de Vereadores, nominando-o de “Largo Waldemar Diefenbach”, meu pai, ex-Prefeito e uma vez Vice-Prefeito da cidade e "algumas vezes Vereador"!
Casa construída em “U” que fazia em seu centro um florido pátio de tantas festas e alegrias em numerosa Família!
Quando deixei de ser criança, promovido à adolescente fui dividir um dos quartos, reservados aos solteiros, com meu mano mais velho, o Sérgio. Nosso quarto ficava na ala Norte da casa e não tinha comunicação interna com o resto da residência, onde ficava o único banheiro. Por essa razão cabe um comentário especial aos meus “hábitos urinários”: - Tenho afirmado que se um dia eu puder ter a graça de doar órgãos, não o façam com o rim. Esse, vendam-no porque é muito valioso, trabalhador! Se é bom eu não sei, mas produz de duas a três idas ao banheiro por noite! Há controvérsias quanto esse incomodo desempenho noturno.
Urinar durante a noite naquela época, exigia um sacrifício enorme, já que nosso quarto estava separado do banheiro por aquele pátio, e sua travessia no inverno ou durante alguma chuva, era algo muito desconfortável. A alternativa disponível – que meu mano, companheiro de quarto detestava – era o tradicional pinico de louça branca com sua alça em azul!
Meus movimentos noturnos eram automáticos a providenciar a “evasão”! Meio acordado meio dormindo, eu nem saia da cama, ali ajoelhava, passava a mão debaixo dela e trazia o referido receptáculo de louça para cima e me aliviava!
Numa noite dessas, de tanto o adolescente, eu no caso, se mexer na cama – sabem como é o conflito nervoso do excesso de produção da testosterona ociosa – deixei cair meu travesseiro fora da cama e lá ficou.. Não deu outra: Meu mano tinha sono leve e geralmente assistia minha movimentação calado, respeitando meu sono ferrado. Pois passei a mão e encontrei o travesseiro no solo. Agarrei-o e trouxe para cima da cama. Acomodei-o cuidadosamente entre as pernas, fiz uma rápida depressão em seu centro, (o inconsciente agindo racionalmente) para que o líquido não escorresse fora dele... Lembrem: - Estava “meio dormindo meio acordado”, mas felizmente o Irmão Vigilante vociferou:
- O que é isso guri! Olha onde tu vai mijá tchê! Tá dormindo!?
- Ââââi! Acordei...
Em sobressalto, deu tempo de segurar a cagada, ou melhor, a mijada que ia fazer! Fui salvo! Troquei o travesseiro pelo pinico, felizmente.
Pois numa noite acordei, melhor, “meio” acordei lancei a mão com efeito procurante sob a cama e recolhi acidentalmente um pé da minha botinha do Roberto Carlos! Trouxe-a entre os joelhos e dentro dela despejei uma farta quantidade daquele líquido amarelo, rico em ureia! Na sequência – lamentavelmente sem contar com o tradicional posto de observação do meu mano – recoloquei-a com todo cuidado no seu local de origem e voltei a dormir normalmente!
Também tive uma dessas botinhas,mas usava sómente nos pés.hehe.
ResponderExcluirHehehe ainda bem que ninguém as calçou por engano. Que sono profundo, nem se deu conta que era a bota ao invés do pinico.
ResponderExcluirEu imagino o choro e os palavrões kk
ResponderExcluirSe usa mijar nós coturnos, para amacia_los.
ResponderExcluirTua botina,a mijada devia ser mais macia....
Imagino a cena!! kkk hilária essa passagem da tua juventude. Como sempre descreveste com riqueza de detalhes e que me diverte mto..
ResponderExcluirAdorei!Eu estava com vc em duas novas situações que merece duas crônicas.
ResponderExcluirHistória muito bacana da adolescência. O pinico era uma cultura da época, e aqueles que não tínhamos dito cujo, abria a janela do quarto e fazia ali mesmo o serviço, quando o sol apontava era cheirinho que tomava conta do que estava ao seu redor.
ResponderExcluirCheirinho José Nelson?! Hehehehe... Bons tempos! Vida boa para recordar e rir a vontade! Abraço.
ExcluirTambém usei muito o tal de pânico. Também chamavam de urinol. Mas a bolinha...tinha outra utilidade!!!!
ResponderExcluirBah, lembro bem desse tempo de uso do pinico. O acontecimento mais marcante comigo foi quando eu tinha pouco mais de 4 anos e em uma noite muita escura, e com medo de ir ao banheiro, depois de revirar e revirar na cama esperando o dia clarear, cansada, e com a bexiga estourando não suportei mais a agonia, urinei! Dia seguinte, nada de eu querer me levantar. A bronca e o castigo viria assim que fosse constatado o sucedido. Quando fui pega, minhas palavras foram: foi um sapo! Devo ter sido criativa ou a inocente desculpa que encontrei foi motivo para não ter levado a temível bronca e castigo. O que sei é que o fato virou uma chacota e tanto!
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