quarta-feira, 29 de dezembro de 2021

86) Cuidado, as crianças ouvem tudo!


Tive um único filho, mas por razões particulares, não tive oportunidade de vê-lo crescer, participar de sua evolução e desse crescimento. Por outro lado, meus três irmãos, cada um teve três filhos na mais democrática distribuição de seus sexos. Um com três filhos homens, outro dois homens e uma menina e o último um homem e duas meninas. Sou afetivamente muito próximo dos nove! Essa afetividade deve ter sido um prêmio que o Criador me concedeu, por não vivenciar meu único filho.

Afinal, que experiência é essa e quão rica pode ser? Posso afirmar que nesse Espetáculo da Vida, fiquei “na arquibancada” assistindo, mas gloriosamente curtindo seu lado bom. Baseio-me nisso por uma frase que meu amigo Gordo, o Motta falou: “Ser Pai, é padecer no Paraíso!” Ou ainda, como escreveu Vinícius de Moraes no poema Enjoadinho: “Filhos, filhos? Melhor não tê-los! Mas se não os temos, como sabê-los?!”

Então as passagens de evolução dos nossos “rebentos” são registradas com muito amor e carinho! Quem viveu isso sabe do que estou falando. Desde a primeira fralda, o primeiro passo e primeira palavra. Pais e Mães podem apostar, os filhos que os surpreenderam por qualquer ato, gostam de ouvir – as vezes encabulados e/ou se mostrando constrangidos – mas gostam de ouvir seu passado, sim. Claro, em maior ou menor tempo, eles também terão seus filhos para gravar aqueles momentos de destaque e orgulho ou apenas risos sinceros!

Teve um fato em minha Família, que não foi nenhum espetáculo circense, mas que despertou minha atenção e me deu hoje a motivação de trazer esse título, “Cuidado, as crianças ouvem tudo! Contos eróticos, são muitos os que relatam das interrupções através da intervenção de algum dos herdeiros, ainda crianças, que entram quarto adentro e ... Mas não é disso que trato hoje.

Estava um dos meus irmãos e sua esposa mais o primeiro filho ainda criança de uns três anos talvez, encerrado almoço naquela imersão letárgica pós refeição, curtindo um preguiçoso “dolce far niente”, talheres cruzados, Verão rigoroso, som de cigarras anunciando seca com altas temperaturas, silêncio entre o casal mas com suave ruído do seu neném a brincar com os talheres em seu prato, até que ambos se dão conta de que devem se movimentar, seguir a rotina diária e voltar ao trabalho. Meu mano toma a iniciativa e convoca:

- Vamos tomar uma atitude?

- É. Vamos! Está na hora!

- Eu também quero!

- Quer o que?

- Tomá isso daí!

- Meu filho, não se trata de tom...

- Uáááá!

- Tá bem, tá bem! Só um pouquinho!

E agora? Responder o que? Deixar o filho sem resposta? Não! Não conte com um

bom desenvolvimento da criança, sem uma conclusão a sedimentar sua inteligência, muito menos impor antidemocraticamente que não está incluído na conversa dos “mais velhos!” (Ouvi muito isso enquanto criança!)

Minha cunhada inteligente, concorda com o menino e cria uma nova bebida, preparada com uma limonada e uma pitada de bicarbonato (torna o suco efervescente) e serve! Pronto. Refresco tomou o nome de "Atitude". Servido com algumas pedras de gelo e foi  reestabelecida a paz e hamonia com a boa comunicação entre pais & filhos!

9 comentários:

  1. Filhos são um presente de Deus!! As crianças são verdadeiros radares, ouvem e sentem todo o clima ao redor. Como bem disse Vinicius "se não os temos como saberemos!

    ResponderExcluir
  2. Os filhos,cada dia era uma surpresa,o neto,cada dia uma surpresa.

    ResponderExcluir
  3. Muito bom. Fausto.
    O Vinícius de Moraes,
    Estava errado!
    Melhor tê-los!
    Surpreendem sempre.

    ResponderExcluir
  4. As crianças de hoje são verdadeiros radares sempre atento.
    Hoje os adulto precisam cuidar o que falam eles sempre ligados.
    Eu não tenho mas adoro crianças eles deixam uma casa alegre e cheia muito bom.
    Sempre procuro está presente da vida de meus sobrinhos e primos e Fausto meu parceiro.

    ResponderExcluir
  5. Meu amigo Fausto, com sua fidalguia de anglosaxão, embora ele seja uma seleta "mescla" étnica de alemão com italiano, com certeza teria sido um excelente pai de seu filho que por circunstâncias alheias à sua vontade, com ele não conviveu...mas sim concordo com quem disse, filhos muito melhor tê-lo...

    ResponderExcluir
  6. Ricardo Marques da Silva5 de janeiro de 2022 às 17:47

    Filhos, muitas emoções, muito aprendizado e muito orgulho. Abraço.

    ResponderExcluir
  7. Que amor! Crianças são mesmo o máximo! ❤️❤️❤️❤️❤️❤️

    ResponderExcluir