Aos vinte
anos morando em Porto Alegre tendo que trabalhar para pagar aluguel, curso
pré-vestibular, transporte, alimentação, lazer e outras coisas mais, o dinheiro
sempre era muito curto e até então eu não tinha a menor ideia de quanto isso
custava, pois sempre tive tudo morando na casa com os Pais! Lembro sem muita saudade, como a "Escola da Vida" meu deu severas lições mas com sincero orgulho vivido as tais dificuldades, superando e
de como se dá valor quando a “coisa” alivia um pouco.
- Engraçado. Tomas pequenos goles e eu vejo que a maioria dos homens liquida metade do copo num primeiro gole...
- Prefiro sorver o sabor calmamente! (Mentira!)
Dessa forma, por razões econômicas, eu estava afastado da ameaça do alcoolismo... No segundo emprego, já em vendas externas para um banco – banco gaúcho, que nem existe mais – eu visitava clientes a bordo do meu Ford Corcel preto, sem ar condicionado... Teve um dia que ao deixa-lo estacionado ao sol, retornando, o termômetro marcava 57 graus centígrados! A indumentária exigida pelo banco era paletó e gravata... Calor insuportável fazia derreter em suor, especialmente nas costas, contra um banco superaquecido. Resultado: Camisa encharcada de suor.
Descobri um meio químico de aliviar esse desconforto: Carregava um frasco com álcool 70 e pulverizava nas costas molhadas, sentia o alívio gerado pelo frescor daquela química barata. A evaporação era rápida e logo podia vestir novamente o paletó. Ao voltar para o carro novamente, a operação se repetia e assim ia levando o Verão!
Tive três Irmãos, todos mais velhos que sempre foram meus Orientadores. Um dia, Danilo, o mais espontâneo da tríade, me chamou, mas curiosamente veio me “falar algo” com extrema cautela, parecia estar caminhando sobre ovos:
- Guri. Preciso te falar uma coisa bastante delicada, mas tenho que te falar e é agora antes que seja tarde!
- Vai. Desembucha!
- O que tu anda bebendo?
- Como?
- Qual é o trago que tu andas tomando, tchê?!
- Nenhum! Não bebo. No almoço nem refrigerante, água é o suficiente. Mas por que vivente?
- Por diversas vezes que passo por ti, o cheiro de cachaça é muito forte. Parece um alambique!
Com tanta sutileza, cai na risada
e confirmei que não tomava refrigerante no almoço, não por não aprecia-lo, mas falta de grana mesmo... Bebida alcoólica então, nem pensar... Então aventei a hipótese de ser resultado da
minha “invenção de refrigeração etílica!”
Que coisa boa que o irmão chamou atenção porque poderia ser até demitido.
ResponderExcluirO Faustinho muito criativo tem uma sobre o cheiro da tinta da caneta que poderia ser um conto.
Grande Fausto, mais uma envolvente crônica do cotidiano,e para variar eu que já tive memória privilegiada, hoje prejudicada pela avançada idade, lembro que tu eras do Unibanco ou Finasul, não?
ResponderExcluirZezinho tua memória que me causa inveja descontrolada! Era a Finasul sim. Na verdade duas financeiras/banco de investimento interlaçados, no caso com o Bansulvest. Deixei aquele trabalho ha exatos cinquenta anos!!! Quase que EU NÃO ME LEMBRE... Tu és demais. Conhecido como o Gogle de Jaguari e arredores! Hehehehe...
ExcluirSempre o Gaston,hehe.
ResponderExcluirCertamente, os clientes devem ter comentado......coisas que vamos aprendendo com a vida e viva o ar condicionado!!!!!
ResponderExcluirViva ao ar condicionado!
ExcluirMelhor ainda: Hoje a tecnologia permite que a gente de longe já pode abrir todas janelas do carro!!!
Hahaha!!! Muito bom Fausto!!! Na hora já imaginei a catinga do carro!!! Kkkk
ResponderExcluirUm tempo depois fui continuo carteiro do Banco do Comércio, e tinha que entregar titulos/duplicatas de porta em porta e a pé. No verão era um inferno e no inverno uma fraca. A vida profissional sempre nos ensinando, amigo e conterrâneo Fausto!
ResponderExcluirHehehe muito bom!! A sua memória é privilegiada e suas crônicas me faz rir um bocado!!
ResponderExcluirDei muita risada do início ao fim! Espetacular como sempre hahaha
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