159) Trânsito Urbano Está Muito Complicado!
Para um Estado como o
Rio Grande do Sul que emplaca em média 794 carros por dia e no Brasil uma média
de 10.300 diariamente, não se pode criar expectativa de que teremos um trânsito
razoável, com base nos investimentos na área de circulação que são feitos. Cada
dia que passa, se torna um pouco pior e a tendência de muitas áreas,
especialmente as urbanas é de piora contínua!
Cidades grandes,
especialmente as Capitais, onde a população não encontra trânsito com
alternativas viáveis, o caos se aproxima. Lembro que li há mais de cinquenta
anos, que nos Estados Unidos, quando uma cidade se aproxima de uma população de
um milhão de habitantes, as obras de metrô – que lá se chamam subway - se
iniciam, para quando atingirem o desafiante número, a primeira linha é
inaugurada!
Estive, como já
publiquei recentemente, março desse ano de 2024, na cidade de New York. Até
para vir do aeroporto JFK para meu hotel, próximo ao Central Park, não abri mão
desse rápido e barato meio de transporte. Uma passagem de U$S 2.90, que se paga
com um simples toque de seu cartão de crédito junto à roleta. As opções são
tantas e de fácil acesso, que só toma táxi se quiser curtir as atrações visuais
do percurso.
Tanto isso é verdadeiro
e bem aceito, que o turista raramente aluga um carro em NYC, coisa que é normal
e compulsória para a Flórida, onde tanto Miami como Orlando, com suas grandes
atrações mundiais, precisam-se de automóvel pelas largas distâncias entre os
múltiplos atrativos ao turismo mundial. São os parques sempre em locais
distantes do centro urbano. Lá sim, deslocamentos aos parques de diversão de
Orlando, como exemplo, é obrigatório esses alugueis, que são por sua vez, muito
convenientes e de combustível barato!
Complicado mesmo são
nossas cidades brasileiras e algumas que conseguem “se superar em dificuldades
adicionais”! Durante a década de oitenta, morei por três anos no Rio de
Janeiro. Lá me habituei a rodar rápido especialmente na moto. No aterro do
Flamengo, confiando no respeito ao trânsito dos veículos rigorosamente dentro
de suas faixas traçadas no asfalto, a velocidade de oitenta quilômetros por
hora é comum. São Paulo, igual. No meu retorno a Porto Alegre, fui “assustado”
por algumas vezes, por carros que trocam abruptamente de pista sem a mínima
necessidade e pior, sem sinalizar...
No Rio tive oportunidade
de com Alex, colega de trabalho na IBM, participar do COLTRAN, instituição aos
moldes de uma ONG, que congrega “Colaboradores do Trânsito”, na intenção de
ajudar ao DETRAN e éramos ouvidos na organização. Missão era cuidar da
sinalização e até fiscalizar o comportamento dos motoristas da cidade.
Trabalhamos bastante, os resultados, que pena, abandonei, pois, voltei a morar
em Porto Alegre...
Algo que merece nota, é
o mau humor com que alguns motoristas emprestam ao seu estado de espírito, diante
de qualquer dificuldade encontrada no trânsito e aí está um novo perigo. Nisso
não se trata absolutamente “privilégio da Capital". Em Passo Fundo, onde
tenho uma amiga que enfrentou uma situação única: Dirigindo o seu Honda Civic,
teve a sua frente à rua interrompida por um dessas caminhonetes grandes que
parou no meio da rua, impedindo ultrapassagem. Ficou estacionado sem algum
motivo aparentemente de estar ali parado – e ela com horário a cumprir - ele
com motor funcionando a produzir aquela poluente fumaça, típica dos motores
movidos a diesel. Não avançava nem demonstrava interesse em estacionar.
Ela aguardou por algum
tempo, sem perceber nenhuma atitude do motorista. A tal paciência se esvaindo.
Será que adormeceu? Chegou a pensar. Então deu um toque na buzina para
alertá-lo e foi quando o “educado cavalheiro” baixou o vidro calmamente e fez
aquele sinal com a mão orientando a “passar por cima”! Aí ela perdeu a calma.
Também baixou o vidro e exclamou em alto e bom tom:
- Então baixa as guampas
que eu passo por cima!
Na velocidade da luz o
cara saltou fora de seu veículo empunhando um revolver e foi até ela para
discutir... Depois de um farto vocabulário de qualificativos de baixíssimo
padrão, se retirou fulgurante, visivelmente satisfeito com sua “corajosa”
atitude! E ela? Sem comentários!
Conclusão, é de que a
alegria de dirigir está desaparecendo e o estresse tomando conta de nossas
atitudes! De quem é a culpa? Não há culpados, sem vilões nem
vítimas e sim as circunstâncias de um crescimento desenfreado e absurdo da
nossa frota e evidentemente com investimentos insuficientes de modernização em
nossas vias públicas? Falta de educação? Claro, que sim e creio que esse também
faz parte do problema com expressão gigantesca e que nem as pesadas multas e
penalizações de pontuação do “mau motorista”, levará a um denominador comum. É
lamentável mas temos que pensar cada um na sua parcela de responsabilidade e
agir dentro de seus limites, como tudo que uma Sociedade Complexa exige!
De fato. Fausto.
ResponderExcluirO trânsito em geral no Brasil está assim. Defeito esse,ou da época em que vivemos. Ou nosso povo está realmente sem educação.
Como sempre uma cronica para refletir se é assim que queremos continuar.
ResponderExcluirAcho que a idade nos deixa ainda menos pacientes com determinadas infrações... aqui em frente a minha casa tem um sinal e, logo depois, na saída dos Bombeiros, tem outro. O que acontece? Todos avançambo em frente da minha casa.
ResponderExcluirEspetacular. Mauro
ResponderExcluirMais uma bela crônica que nos faz refletir! Parabéns. Bidart
ResponderExcluirObrigado pela citação. Pois é, antigamente as coisas funcionavam melhor e até aceitavam a colaboração gratuita de gente de grande conhecimento. Comecei a ver um desmoronamento disto ao ter ido a SP a convite do Detran de lá, para formar um grupo semelhante. Foi criado o eficiente Voluntários do trânsito, cancelado pelo governo PT seguinte. Apoio popular só se for do grupelho deles. Por que teria sido?
ResponderExcluirConcordo com pensamento do cronista, acredito que a reeducação de uma população precisa iniciar-se nas escolas infantis.
ResponderExcluirMal comparando, em muitos lugares, o carro a motor, ainda é muito recente.
Obrigado, Fausto, por fazer repensarmos essa nossa realidade.
Verdade, o trânsito está cada vez pior e as pessoas pós pandemia ficaram muito mais agressivas e impaciente. Sem falar nos moto-boys, que com o aumento do delivery, piorou mais ainda. Bela reflexão!
ResponderExcluirExcelente crônica! Relata bem o atual e nervoso momento que estamos vivendo...
ResponderExcluirExcelentes ponderações.
ResponderExcluirHoje é uma realidade na sua maioria .Eu acho que muitos não deveriam mais dirigir.
ResponderExcluirO trânsito de Porto Alegre é dos piores que conheço. Culpa principalnente dos motoristas gaúchos que são muito barbeiros, desatentos e descansados. Por ex: quando abre um sinal, passam metade ou menos dos veículos que deveriam passar. O tempo que nossos motoristas levam para se ligar e arrancar os veículos é muito longo e atrasam tudo. E por aí vai....
ResponderExcluirAdoro quando fala das tuas andanças com tanta propriedade, nunca deixe de compartilhar, gratidão.
ResponderExcluirSe POA, é assim, imaginem no interior !!
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