segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

192) Dor Fortíssima, Lancinante? Tem Solução Prática! Será?

Talvez estaria diante de uma pergunta, sem resposta, mas o curioso em experiência própria, afirmo ser praticamente indolor, quando a agressão passa dos "limites do absurdo"! Isso é perfeitamente possível e no meu caso com uma fratura exposta do calcanhar, outra exposta do fêmur esquerdo e mais uma fratura cominutiva do fêmur direito, partido em dezoito peças apenas de sua metade até o joelho, fica fácil imaginar o quanto doeria!

Dores terríveis no momento do acidente? Nada disso. Por incrível que pareça, nenhuma dor no momento das “quebrações”. Tenham certeza, foi um acidente, cuja dor “passaria dos limites de tolerância”! Um absurdo. Tinha obrigação de dores tão intensas e sua ausência, é uma defesa do cérebro a trabalhar isenção de traumas maiores a certa forma ignorar a dimensão da agressão. Então não se sente nada? Não é bem assim. No momento do acidente, parece - e é verdade - nada demais aconteceu!

Já contei aqui algumas vezes, foi em doze de setembro de 1999, participando de um show de paraquedismo no Estádio Olímpico do Grêmio, em Porto Alegre minutos antes de um Grenal. Problemas de navegação aconteceram com meu equipamento nos momentos finais do voo, já na "rampa" para o pouso, um "nada comum" colapso no velame e batida forte no solo. É passado, sem trauma, pois três anos depois, voltei a saltar, sem um medo a bloquear o raciocínio necessário para um esporte exigente de decisões rápidas e precisas!

Após hospitalização, cirurgia de redução, acordei no dia seguinte e até para respirar, tudo doía. Dias depois, mais duas cirurgias a colocar hastes, pinos e parafusos de aço cirúrgico e por vinte e dois dias deitado numa cama de hospital. Acabou! Não, nada disso. Começam as retiradas dessas pecinhas:

Mais três cirurgias com direito a anestesia geral, para remoção daqueles parafusos, placas e tentativa de retirar haste do fêmur da fratura exposta, sem sucesso. Fiquei com ela até hoje! Essa última com bastante sofrimento, no entanto o “melhor” estava por vir: O pé, com fratura exposta no calcanhar, era afixado com dois parafusos finos de vinte e cinco centímetros (aquelas duas mais longas da foto!), atravessavam o pé, para ter em suas extremidades duas hastes unidas. Vamos removê-los, disse Dr. João Gomes, e lá fui eu, dessa vez em um ambulatório e minutos antes com diálogo muito interessante, "esclarecedor":

- Vais me sedar! É claro, né!?

- Não. Não vou te sedar. Tirar parafuso em osso não dói!

Com um instrumento assemelhado a uma chave de fenda giratória, removia aquele parafuso desgraçado, "na lata"! Nunca mais na vida chamei a dor, de dor. Tudo passou a ser chamado de dorzinha! Num suador imenso a olhar o Enfermeiro com globo ocular fora de órbita, num visível ódio mortal, quando gentilmente me perguntou:

- Quer morder uma toalha?

- Siiimmm!  (respondi num gemido alto e rouco!)

Deu-me uma grossa toalha de banho branca. Agarrei-a com raiva e mordi com toda a força de minha arcada dentária a rosnar como um cão raivoso! 

Assim, fica respondido o questionamento inicial dessa crônica: Dor muito forte? Simples: Morda uma toalha e passará! Pois sim, mentiroso!!!

8 comentários:

  1. Nem consigo imaginar o que v.passou. Bom que tudo agora é lembrança

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  2. Caro Fausto, dor inimaginável. Só de ler, me senti doído. Apesar das lembranças, que bom que venceste. Abraços do seu amigo, Pr José.

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  3. Foi muito sofrimento, mas, graças à Deus, ficaste bem. Até dia 16 ou 18/03. Abraço

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  4. Ouço falar que a dor não é igual para todos, além de que a mesma seria amenizada por substâncias químicas do próprio corpo, isso até relaxar.
    Que tensão em pleno Grenal, lembro dessa tarde.
    Ainda bem que a vida prevaleceu, forte e saudável.
    Que venham ainda muitos anos de crônicas mexendo com nossas emoções.
    Abraço!

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  5. Caramba, me arrepio só de pensar na dor inimaginável que vc sentiu. E vc ainda teve coragem de saltar novamente!! Esse acidente foi terrível, vc renasceu.

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  6. O Fausto foi salvo pela equipe grenal Dr João Gomes colorado e outro grêmista eles estavam no jogo.

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  7. Bem como falastes dor de um trauma forte só quem sentiu podes falar sabes minha estória em amor ao clube que amo Grêmio Porto Alegrense

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