quarta-feira, 2 de junho de 2021

 56) Faltou grana para viajar? Resolvi em segundos!

 

Há poucas semanas contei na Crônica 44 a exaustiva e bela experiência de fazer uma viagem que envolveu umas 48 horas embarcados em uma aeronave.  Isso foi em 1995. Cansativa demais, mas felizmente feita junto a um grupo de amigos Tricolores indo a Tóquio assistir à decisão do Campeonato Mundial de Futebol entre Clubes de futebol. O resultado foi um desastre emocional...

Naquela Crônica relatei a paridade cambial entre nossa moeda brasileira, o Real, e o Dólar americano que estavam pela primeira vez na história contemporânea com valor de noventa e poucos centavos para cada dólar! Época que favorecia muito às viagens internacionais e nós brasileiros nunca viajamos tanto para fora do País.

Por outro lado, a viagem extremamente longa, cinco noites de hotel, movimentação em Tóquio, ingresso para o jogo etc. custou um belo valor a ser pago adiantadamente. Troquei ideia de fazer uma parceria com meu “sobrinho emprestado”, o Homero Bellini que torce pelas mesmas cores clubísticas e igual vontade de acompanhar o time. Formaríamos uma dupla adequada porque em excursões com desconhecidos, corre-se o risco de dividir quarto com alguém completamente estranho e isso não é legal. A outra opção de ter uma reserva de um único hóspede praticamente dobra o preço da parte terrestre. Inviável.

As primeiras dificuldades começaram a aparecer ao meu “companheiro de viagem”: - Havia comprado recentemente um imóvel novo. Em meio a sua carreira profissional. Minha sobrinha Sufla em fase final de sua primeira gravidez, que sempre exige um "certo aporte financeiro" significativo para tal aventura de ter filhos! Enfim, uma despesa em viagem de passeio nessa época, era considerado até uma irresponsabilidade. Desperdício, jamais um "investimento em prazer"!

Bem, minha mulher também fazia cálculos de que tipo de passeio A DOIS, isto é, com ela junto era possível com aquele dinheiro todo!

Dava para perceber claramente a pressão exercida por familiares dos dois lados, que ficariam em casa enquanto os "dois bonitinhos"  passeavam ao Oriente! 

A frase que mais se ouvia: “Experiência muito legal, rica. Mas não para esse momento!” Sempre tinha um jarro de água fria disponível para nossos entusiasmos. Aliás a resposta negativa com o carimbo de “esse momento” é o maior de todos os estraga-prazeres que conheço. E o tempo passando e seus prazos se encerrando para as reservas exigidas! 

Surge em minha mente mágica, inteligente - modéstia à parte - uma solução para tudo e para todos! Fui até o meu sobrinho e lhe transmiti a minha ideia criativa, espetacular e maravilhosa:

- Meu sobrinho, dado minha elevada estima e alta consideração, decidi te dar esse pacote de presente! Podes dizer à Sufla que ganhaste um presente do seu querido titio adotivo!

Hombel emudeceu, fitou-me sério e detidamente. Percebeu que eu escondia um “sorriso suspeito” e me fulminou:

- Pois sabe, também estive pensando, faz tempo que eu não te dou um bom presente como esse que acabaste de me dar. Vou te presentear um pacote para o Japão!

Nos abraçamos alegremente aliviados de que não teríamos que gastar um tostão (conosco), prova concreta da ausência de egoísmo, contando apenas com um presentinho dado de coração que trocávamos. Felizes, imediatamente comunicamos as nossas mulheres - zelosas financeiras - do espetacular acontecido! Elas adoraram, o primeiro comunicado, Na sequência cancelaram a manifestação de gratidão. A admiração da troca inusitada de presente foi suspensa após revelamos o sentimento de obrigação daquela curiosa forma de retribuir à altura. Nunca entendi claramente a razão de nos chamarem de cretinos...

Elas, nossas esposas  ficaram um pouco decepcionadas, mas tudo

resolvido. Viajamos felizes e contentes a  conhecer um pouco da lendária Terra do Sol Nascente, o inesquecível Japão!

Conhecer o Japão, vale a pena, ainda mais com tudo pago "por outro"!

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