quarta-feira, 26 de janeiro de 2022

90) E a Argentina ou os Argentinos?


Talvez pelo fato de Buenos Aires ter sido minha primeira viagem ao Exterior, foi de carro – um Karmann Ghuia - minúsculo para três passageiros adultos, altos e pesados, foi com Mauro e Ernani durante a semana da Páscoa em 1973, que me marcou muito e despertou forte atração por aquele País. Também pelo idioma cantado que tudo se parecia com tango! Daquela data até agosto de 2019, foram dezenove vezes por diversas Regiões da Argentina, mas sempre com pelo menos uma passada pela Cidade Portenha.

Algumas vezes passei por cidades com nome turisticamente badalado, mas no meu entendimento, sem merecer sua fama. Refiro-me a Bariloche e Ushuaia, que sinceramente considero Gramado-RS – e não é bairrismo - mais pitoresca. Numa viagem de ônibus ao Extremo Sul da América, Perito Moreno que fica no percurso, fez valer toda a viagem com sua espetacular geleira milenar, que avança um metro a cada dia, sua enorme parede de gelo com seus 70 metros de imponência - um edifício de 23 andares - a despencar seus blocos, com ruído ensurdecedor de uma severa trovoada e a alimentar o Lago Argentino e toda sua flora/fauna.

Por quatro vezes transitei de carro pela Região dos Lagos Argentinos e Chilenos. Essa sim é de uma plenitude invejável. O roteiro ideal é entrar na Cordilheira dos Andes por Mendoza, onde a travessia é encantadora e se chega no Chile atravessando o derradeiro túnel - de quase dois quiômetros - que separa as duas Nações. Dali, em direção ao Sul, se troca de País serpenteando o que ha de mais encantador, em meio a belíssimas paisagens cobertas pela “neve eterna”Em belezas naturais, não perdem para “outros lagos” que já visitei, no outro lado do Atlântico, como Lago Como na Itália, Região dos Lagos de Innsbruck na Áustria e os Lagos nas cercanias de Zurique, na Suíça!

Argentina tem no Oeste, em Pucon dentre tantas belezas, o vulcão Villa Rica em atividade permanente que se destaca. Dependendo da época, pode-se escala-lo até sua boca. Sentir o cheiro forte de enxofre na sua fumaça e chamas ruidosamente expelidas. Experiência única! Mas para falar em Beleza Natural, convém reservar alguns dias a curtir a bucólica Villa Rica. Região onde supostamente teria se refugiado Adolf Hitler. É onde inicia o Lago Nahuel Huapi, que por trezentos quilômetros se estende até San Carlos de Bariloche! Transitar sua margem torna a viagem encantadora!

Entretanto o mais visitado por nós, é e sempre será a Elegante e Histórica Buenos Aires, com tantas atrações, que valeria escrever não só uma crônica, mas livros completos, assim mesmo muita coisa ficaria para trás!

Tantas vezes fui, de carro, avião e ônibus. Fui para uma Missão da Maçonaria, assistir show de Michel Jackson, final de Libertadores da América ou simples passeio e a única vez a trabalho com a finalidade de receber “repasse” de um Curso de Negociação, a ser aplicado na IBM Brasil. Desta feita, acompanhado pelo colega “Bida”!

Nessa ocasião, com Instrutores Americanos e alunos formados por nós dois e mais uns dez argentinos. Foi um momento onde a tive oportunidade de “socializar” uma importante aproximação com o Povo Portenho! No encerramento, num jantar com todo grupo, lembrei de nossas rivalidades futebolísticas e provoquei-os:

- Tenho consciência de que argentinos - especialmente no assunto futebol - não gostam do Brasil, mas curtem nossas praias e os biquinis que decoram a beleza da brasileira!

- Negativo! Gostamos muito também da receptividade e alegria dos brasileiros! Seja nas lindas praias ou em qualquer outro lugar. Grupo na rua cantando, tocando pandeiro, viola…

-  Sim. Mas isso vejo em cada esquina de Buenos Aires com shows de tango!

-  É? Mas veja se não tem uma caixinha no chão ou um chapéu com algumas moedas a pedir "una propina"!

- Verdade! - Bueno, no futebol a coisa é diferente, porque Maradona sempre foi o melhor do Mundo, e vocês insistem com um tal de Pelé, que ninguém conhece!

Eles mesmo, soltaram uma boa gargalhada solta e descontraída, quando TODOS reconheceram que o Rei é Pelé e ponto final!

Dei razão a sua posição e fiquei muito encabulado por ter insinuado que a antipatia fora recíproca! Depois disso fiquei plenamente convencido de que podemos chamá-los de “Hermanos”, sem nenhum retoque!


Triste, muito triste foi  apenas uma viagem de todas elas: - A última de todas. Foi em agosto de 2019, onde a Capital,  que já se percebi decadente ha anos, dessa vez, a derradeira, se mostrou muito depauperada, miserável, suja, maltrapilhos a rua e com a maioria de suas boas atrações gastronômicas e seus teatros e casas de espetáculo numa decadência descomunal! Hoje a bela “Capital Cultural da América do Sul”, não passa de um escombro, caricatura paupérrima que nos provoca uma saudade imensa, que da beleza deixada por Gardel, nada mais resta!

6 comentários:

  1. Não tenho dúvidas que todas viagens feitas pelo narrador, foram para traçar um comparativo com Jaguari e suas belezas naturais. Tudo que tem na Argentina, tem também em Jaguari, desde o vinho e melds abelha.

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  2. Muito triste ver a decadência de Buenos Aires. Mas, mesmo assim ainda preserva os ares de uma cidade europeia. Viajo sempre nas suas crônicas.

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  3. Verdade Fausto!
    Viva Jaguari, RS BRASIL. Com seu vinho, melhor que melhores "CRUS" Franceses.Kkkkk

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  4. Tem cidades lindas na Argentina e a última que fui, em San Martin de Los Andes e Villa La Angostura.
    Vale apena conhecer lugares maravilhosos .
    Saudades!

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  5. Adoro Argentina! Buenos Aires realmente não é mais o que era….pena

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