Como Representante cumpri ao largo de sete anos o fechamento cem por cento de todas quotas de responsabilidade em vendas. Trabalho árduo, predominando a venda porta-a-porta, com exigência de muita ação e persistência diante das perspectivas que surgiam durante as prospecções, mas de generosa remuneração.
O “carro-chefe” daqueles tempos de Representante, considerando há quase cinco décadas passadas, (Meu Deus, meio Século!) eram as "modernas" máquinas de escrever elétricas com esfera – hoje objeto de poucos museus – e comercializadas em sua época de glória, por volta de três mil dólares a unidade. Investimento pesado, pouco comum mesmo em escritórios mais sofisticados, mas que tinha seu mercado cativo e fiel. Vendia-se muito bem, apesar do valor desafiante.
Foram muitas vendas que me elevaram o espírito de competição e o desafio permanente. Vendas com grandes volumes que ao final do ano premiava a participar de Convenções – maioria delas no exterior em locais atraentes, únicos – com programação espetacular que compensava todo o esforço dedicado por um ano inteiro. Foi difícil encerrar essa atividade e aceitar transferência para a Matriz no Rio de Janeiro, onde trabalhei por mais três anos nessa Organização, como Instrutor Interno. Confesso que com o passar do tempo, tive um grande encantamento pela nova atividade, desenvolvida em sala-de-aulas!
No período em
vendas, muitas delas me fizeram marcas profundas, e daí eu afirmar plenitude de
satisfação profissional, mas que sempre existe alguma venda que mereça, por razões das mais diversas, uma marca mais significativa, foi o que ocorreu durante uma
sequência de abordagens a um Profissional do Direito em Porto Alegre.
Pois ele não me comprou. Perdi um tempo precioso, que raiva. Passados alguns meses, tomei iniciativa de nova visita e novamente sem conversão de venda, gerando uma sensação de erro ou equívoco na abordagem. Não desisti. Terceira visita e o danado solicita outra demonstração, que era raro, até irritava, afinal tinha sido tudo minunciosamente mostrado e todas vantagens claramente expostas há tempo!
Com “alguma pressão”, sem ser mal-educado, finalmente vendi. Fechei o negócio. Colhi seus dados, assinatura do pedido/contrato e ponto final. Aí ele solta uma pérola:
- Então hein?! Finalmente me enrabou!
Olhei às pressas, ele tinha sumido. Se foi para baixo de sua mesa num tombo escandaloso. Ainda deu tempo de ver o solado de um de seus sapatos voltando das alturas ao chão! Destruiu a poltrona ruidosamente.
Fiquei paralisado. Ele se levanta roxo de brabo, cabelos desalinhados, furioso... Talvez resultado de uma tragada em seu charuto, lhe saía fumaça das narinas. Sem saber o que dizer, fiz um tolo, inadequado comentário:
- Eu sinto muito Doutor, lá no meu escritório tem uma cadeira que frequentemente acontece isso... Derruba as pessoas...
Que bobagem fui falar! Fechei minha
pasta e disse um rápido “até logo” e saí quase correndo para não rir na cara do
pobre coitado! A venda foi feita!!!
Sempre tem a volta,hehe.
ResponderExcluirVendedores em geral, devem ser munidos de
ResponderExcluirENORME PACIÊNCIA!!!
Parabéns pela persistência e enorme paciência!! Mas a volta foi espetacular!! Kkkkk
ResponderExcluirA persistencia consegue muita coisa. E você como Instrutor também foi otimo, "vendia" o peixe para nossos colegas. Criava o clima para que comprassemos. Afinal o peixe também era bom, mas se fosse Mal vendido...
ResponderExcluirParabéns pela venda!
ResponderExcluirKkkkkkkkkkk ainda bem que já tinha fechado a venda! Kkkkkkkkk
ResponderExcluirQue bom que já estava com a venda.
ResponderExcluirPorque ele ficou bravo e com vergonha.